Mais de 140 profissionais terceirizados acumulam três meses de salários atrasados na UPA Tabatinga, única unidade de média e alta complexidade do Alto Solimões - Foto: Daniel Santos
Nesta terça-feira, 23, o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) alertou, novamente, sobre a situação dos profissionais de saúde terceirizados da UPA Tabatinga. O parlamentar denunciou que enfermeiros, técnicos de enfermagem e radiologistas contratados pela empresa Discol acumularam três meses de salários atrasados, sem qualquer perspectiva de pagamento pela empresa ou pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM).
Única de média e alta complexidade do Alto Solimões
A UPA Tabatinga é a única unidade de média e alta complexidade da região do Alto Solimões e atende cerca de 100 mil pessoas em nove municípios. De acordo com Wilker Barreto, caso o problema não seja resolvido, os profissionais farão paralisação parcial dos atendimentos no próximo dia 25 de setembro, já comunicada à Prefeitura, à direção da unidade e ao Ministério Público.
“Eu estive em Tabatinga no último dia 19, conversei com os profissionais de saúde e essa é a realidade: técnicos, radiologistas e enfermeiros indo para o terceiro mês sem receber. Estamos entrando no último trimestre do ano e eu pergunto: é justo um pai e uma mãe de família trabalhar sem receber?”, questionou.
Regularização
Durante o discurso, Wilker lembrou que fiscaliza a unidade desde 2023 e já apresentou requerimentos à SES-AM para regularizar pagamentos e abastecer a UPA com medicamentos e insumos. Segundo dados do Portal da Transparência do Estado, a Discol presta serviços para a SES-AM sem cobertura contratual, recebendo pagamentos indenizatórios desde 2019. Apenas em 2025, a empresa já recebeu R$ 8,7 milhões, mas a última nota de empenho referente à UPA Tabatinga foi paga em julho, para a competência de maio.
O deputado reforçou que, além do atraso salarial, a UPA enfrenta graves problemas estruturais, como desabastecimento de medicamentos, centro cirúrgico fora de operação há dois anos, mobiliário em estado precário e equipamentos parados sem previsão de instalação. Para ele, a situação exige providências urgentes do governo estadual.
“Se o governo do Estado não se posicionar através da Secretaria, eu vou pedir a convocação da secretária e a responsabilidade passa a ser desta Casa. O que não é justo é o mais humilde, que precisa do SUS, ficar com sua vida em risco porque a irresponsabilidade das contas públicas paira sobre o orçamento estadual”, afirmou.
Cobrança
Wilker Barreto defendeu ainda que a solução honrosa para esses trabalhadores seria a contratação direta pelo Estado, assegurada por Termo de Ajuste de Gestão com prazo estipulado para concurso público, além de fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) sobre os pagamentos indenizatórios.
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