Na foto, Valderci Trindade, 24, que perdeu a própria casa, tenta salvar itens úteis na enchente em Serraria, Porto Alegre, Rio Grande do Sul - Foto: Diego Vara / Reuters

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), estimou nesta sexta-feira, 17, em R$ 14 bilhões a perda de arrecadação do Estado devido às enchentes que devastaram o local, e pediu ajuda do governo federal para recompor esse montante.

“Estudos preliminares da Secretária da Fazenda apontam a possibilidade de um impacto de cerca de R$ 14 bilhões na arrecadação do Estado”, disse Leite em entrevista coletiva em Porto Alegre, acrescentando que a estimativa ainda é “prematura”.

O governador afirmou ainda que, caso a perda de arrecadação não seja reposta, a suspensão dos pagamentos da dívida do Estado com a União pelos próximos três anos — conforme sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva — servirá apenas para “amortecer” as perdas, e não como caixa livre para o Rio Grande do Sul investir em sua reconstrução.

Segundo Leite, o custo de reconstrução do Rio Grande do Sul superará os R$ 19 bilhões estimados inicialmente.

“Esses R$ 19 bilhões preliminarmente apresentados nós já sabemos que será bastante maior. Estávamos olhando especificamente para equipamentos públicos afetados, rodovias, algo de infraestrutura privada”, disse.

“Quando a gente pega todo o impacto econômico, parques industriais, cadeias produtivas afetadas, as necessidades de programas emergenciais… a gente sabe que vai um valor muito maior do que esse”, afirmou.

O governandor indicou que a apresentação de uma nova estimativa para o custo da reconstrução só ocorrerá quando todas as perdas estiverem bem apuradas.

O número de mortes confirmadas em decorrência das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul subiu para 154, informou a Defesa Civil estadual, acrescentando que as equipes de resgate ainda procuram por 98 pessoas desaparecidas.

De acordo com o balanço da Defesa Civil gaúcha, mais de 2,2 milhões de pessoas em 461 dos 497 municípios do Estado foram afetadas pelas fortes chuvas das últimas semanas. O desastre, a maior tragédia climática da história do Estado, também deixou mais de 540 mil pessoas desalojadas e 806 feridas.

*Com informações de Terra