O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou neste domingo (9), a proposta do presidente americano, Donald Trump, de os EUA assumirem o controle de Gaza e forçarem o deslocamento da população palestina. Segundo o premier, que retornou há poucos dias de Washington para um encontro com o republicano na Casa Branca, a ideia é “revolucionária”.
No início da semana, Trump sugeriu que os mais de 2 milhões de palestinos deixassem o território e buscassem refúgio permanente em nações vizinhas, como Jordânia e Egito, para transformar Gaza na “Riviera do Oriente Médio”. Diversos países árabes rechaçaram a proposta, que foi acusada pela comunidade internacional de buscar promover uma limpeza étnica, prática considerada crime contra a Humanidade.
Em discurso ao seu Gabinete, Netanyahu disse neste domingo que Israel e EUA concordaram em “garantir que Gaza não represente mais uma ameaça a Israel.”
“O presidente Trump veio com uma visão completamente diferente e muito melhor para Israel, uma abordagem revolucionária e criativa”, disse Netanyahu, acrescentando que o líder americano está “muito determinado a implementá-la” e que a visita a Washington garantiu “conquistas tremendas”.
Acordo de cessar-fogo
A declaração acontece no mesmo dia em que o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, anunciou a saída das tropas israelenses do corredor Netzarim, que divide a Faixa de Gaza em duas e impedia que os deslocados retornem ao norte.
A desmilitarização do local é parte frágil acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas firmando pouco antes da posse de Trump, em janeiro. No sábado, mais três reféns israelenses sob custódia do grupo palestino foram libertados no âmbito da trégua, elevando o número até agora para 16 de um total de 33 pessoas que devem ser soltas em intervalos escalonados.
No sábado, após a quinta troca de reféns e prisioneiros, Netanyahu ordenou que os negociadores retornem ao Catar para continuar as conversas sobre o cessar-fogo. Ele, no entanto, reafirmou sua promessa de aniquilar o grupo e libertar todos os reféns restantes no território palestino. No mesmo dia, o Hamas disse não querer prolongar o conflito com Israel.
Ainda que Netanyahu tenha ordenado o avanço das negociações, fontes israelenses ouvidas pelo jornal Haaretz disseram acreditar que o premier pretende sabotar o acordo — e que a delegação que segue para o Catar neste domingo não avançará para a segunda fase da trégua. Uma das fontes disse que trata-se de “um show” do primeiro-ministro, já que ele está “sinalizando claramente que não quer passar para a próxima fase”.
“Ele está enviando uma equipe sem capacidade para fazer qualquer coisa. Ele está enviando uma equipe sem capacidade para fazer qualquer coisa”, declarou, acrescentando que as imagens dos reféns sendo libertados provavelmente prejudicaram Netanyahu nas pesquisas de opinião. Eleitores de direita veem que não derrotamos o Hamas, e seus membros continuam armados. As placas nos palcos em Gaza durante os eventos de retorno dos reféns zombam de Netanyahu e fazem referência ao seu slogan de ‘vitória total’.
Passados mais de 15 meses de guerra, cerca de 47 mil a 61 mil pessoas foram mortas nos bombardeios israelenses em Gaza, e o território foi amplamente destruído.
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