Regina Duarte firmou inúmeras inimizades e comprou brigas ao aceitar ser Secretária de Cultura do Governo de Jair Bolsonaro, em 2020. A atriz admitiu que não estava preparada para a função e que pediu para o ex-presidente para abandonar o cargo. A artista ainda ressaltou que não pensa em retornar às telinhas, mas que gostaria de dirigir teatro.
“Eu não estava preparada para isso. Esse foi meu grande problema. Meu interesse em fazer alguma coisa pela cultura do país fez com que eu assumisse uma coisa pela qual eu não estava preparada. Fiquei muito triste pelo sonho que eu alimentei de fazer alguma coisa importante para a categoria. Mas eu não consegui”, contou em entrevista à jornalista Leda Nagle.
“Eu sabia que não ia conseguir. Então, eu falava para mim mesma: ‘Bem feito, viu! Se meteu aí a ser secretária de cultura sem ter capacidade para isso'”, acrescentou.
“Nos poucos encontros que a gente teve nos corredores em Brasília, ele [Bolsonaro] olhava para mim e dizia: ‘Isso aqui não é pra você, não’. Quando eu fui tomar café com ele para pedir para sair, ele falou assim: ‘Temos que arrumar alguma coisa para ela’, e sugeriu para eu ficar na Cinemateca de São Paulo, porque tinha que dar uma disfarçada de ‘por que está tirando a Regina?’ Está tirando a Regina, não! A Regina quer sair, quer ficar perto dos netos [são sete, ao todo], em São Paulo”, relembrou.
Além disso, a atriz está longe das novelas desde 2017, quando rompeu seu contrato com a Globo: “Não penso em voltar à televisão. Mas claro que se surgir uma coisa que eu não tenha feito ainda, que seja uma coisa fascinante, que me desperta uma paixão. Mas gosto da ideia de dirigir teatro”.
“Eu gosto daquelas histórias, sou fascinada por aquilo, e eu sinto que não sou só eu. Muita gente gosta. Se isso acontecer [o convite] e for alguma coisa que para mim significa um recado importante para o meu público, para a sociedade brasileira, claro que eu vou aceitar”, garantiu.
Atualmente, Regina Duarte se dedica às artes plásticas e já produziu mais de 500 quadros, além de fazer uma exposição em uma galeria em São Paulo.
“Não deixa de ter um tom ridículo, mas acredito na intenção que está ali. Por que comprar papel e papelão se eu posso encontrar papelão a todo momento e todos os dias nas ruas sendo jogado fora? Alguma utilidade hão de ter, então que tenham comigo. É engraçado. Pensei assim: ‘Nossa, ela saiu da Globo e agora está catando papelão'”, disse sobre as piadas após ser flagrada catando lixos recicláveis na rua.
“Eu me divirto com qualquer coisa. Sei que nada tem um lado só. Acredito na pluralidade, defendo a pluralidade, defendo a liberdade de expressão, como é que eu posso ficar brava com essa gozação toda, essa ridicularização toda que estão fazendo comigo? Eu tenho uma história que me sustenta, não sou qualquer uma que surgiu agora. Eu tenho 70 anos de carreira, comecei cedo. Tenho muita história aí”, concluiu.
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