Foto: ICMBio

Maior felino das Américas, a onça-pintada é um animal robusto – com mais de 100 kg –, elegante e feroz, que está cada vez mais acuada pela falta de interesse das nações com a conservação da espécie. Nos EUA, já foi oficialmente extinta, no México é rara, e no Brasil ainda pode ser vista no Pantanal e na Amazônia, em maior concentração, mas não se sabe por quanto tempo ainda. A devastação desenfreada promovida pelo agronegócio e pela expansão urbana, o animal está cada vez mais acuado, o que compromete o bem-estar e a reprodução da espécie. É o que comprova um estudo que monitorou 54 onças-pintadas por florestas, áreas agrícolas e cursos d’água, em diferentes regiões da América do Sul.

Os animais receberam colares com GPS, que possibilitaram o registro da movimentação de cada um deles. Os felinos costumam passar o maior tempo dentro das áreas mais fechadas das matas, mas saem para as bordas e áreas agrícolas em busca de alimento. “A onça tem um papel importante de equilíbrio do ecossistema, a presença dela ajudar a reprodução de algumas espécies” explica Vanesa Bejarano Alegre, a principal autora do estudo, que faz parte do trabalho de dourado na Universidade Estadual Paulista (Unifesp). A pesquisa foi publicada recentemente na revista Perspective in Ecology and Conservation.

Para ter certeza dos locais e do tempo que permanecem em cada região, o trabalho estabelece 12 regiões das áreas florestais, como estradas, matas fechadas e cursos de água. Vanesa marcou o tempo em que os animais passavam em um raio de 250 metros de cada um dos pontos estabelecidos, a velocidade de movimentação, a frequência com que revisitavam os ambientes e o momento da última visita.

O tempo de permanência em cada área florestal mostra que as matas são fundamentais para onça-pintada se abrigar e se alimentar. “A importância de um trabalho como esse, que conjuga dados de imagem de satélite com os de GPS, demonstra a dependência da onça com um hábiitat de maior qualidade”, diz o biólogo Rogério Cunha de Paula, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamífemeros Carnívoros (Cenap), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodversidade (ICMBio).

Com informações da Veja