Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante café com jornalistas, no Palácio do Planalto - Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula (PT) disse nesta terça-feira (11) durante evento com prefeitos de todo o país que eles vão pedir “Lulinha fica” quando seu mandato chegar ao final.

“Eu sou muito humilde, mas eu duvido que na história desse país houve um presidente que já cuidou dos prefeitos como eu cuidei em todos os mandatos. E quando acabar o mandato vocês vão dizer: ‘Lulinha, fica. Porque nós precisamos de um presidente”, disse.

A fala foi feita durante o primeiro dia do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, que vai até quinta-feira (13) e reúne prefeitos e gestores municipais de todo o país.

O evento, coordenado pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência (SRI), tem o objetivo de fortalecer o diálogo entre as cidades e o governo federal, em um contexto pós derrota do PT em cidades-chave para o partido nas eleições municipais deste ano.

Em seu discurso, Lula deu destaque ao trabalho dos prefeitos e a necessidade de parceria entre as gestões municipais e o governo federal.

Ao longo de suas falas, Lula foi bastante aplaudido, mas recebeu o grito de “deixa de ser mentiroso, rapaz” ao falar que cidades lideradas por nomes da oposição não receberiam tratamento diferente em seu governo.

“Não haverá hipótese alguma de um Banco do Brasil, BNDES deixar de atender alguém por questão ideológica. Nós sabemos como a oposição é tratada nesse país e não faz muito tempo”, afirmou.

“Mas o dado concreto é que eu quero que vocês tenham a consciência e a certeza absoluta. Enquanto eu for o Presidente da República, nenhum prefeito e nenhuma prefeita será discriminado por não ser do meu partido.”

Foto: Reprodução

Participaram do evento os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e a maior parte dos ministros do governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não participou.

Entre os chefes locais que marcaram presença, estiveram os prefeitos João Campos (PSB), de Recife e Eduardo Paes (PSD), do Rio. A cerimônia foi realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília

Além da SRI, a realização é capitaneada pela CNM (Confederação Nacional de Municípios), a mesma organização responsável pela marcha dos municípios, evento em que Lula foi vaiado e cobrado pelos gestores, em maio deste ano. Na época, a principal demanda era a desoneração da folha de pagamento dos municípios.

O presidente da CNM, Paulo ZiulKoski discursou no encontro e agradeceu a Lula e voltou a falar do problema orçamentário das prefeituras. Em entrevista anterior à Folha, ZiulKoski criticou a burocracia para o envio de verbas às cidades, sobretudo em caso de catástrofes.

“Muitos dizem que a Confederação é um sindicato, que é dos prefeitos, mas nós estamos aqui como cidadãos, não como prefeitos”, disse nesta terça.

A ABM (Associação Brasileira de Municípios) e a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) também compõem a organização do evento desta terça.

Estão previstas cerca de 170 atividades simultâneas com informações sobre diretrizes e orientações sobre os programas do governo federal e recursos disponíveis, além de informações técnicas, administrativas e financeiras sobre os municípios.

Temas como enfrentamento de questões climáticas e eventos extremos, direitos humanos, cidadania e gestão local, políticas de integração, segurança pública e transição energética também estão na pauta.

Além disso, governo e gestores discutem o relacionamento institucional das prefeituras com ministérios e outros órgãos governamentais e o pacto federativo.

Foto: Agência Brasil

O evento é patrocinado pelos Correios, Sebrae, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, com Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e Petrobras como parceiros institucionais.

*Com informações de Folha de São Paulo