O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Rússia responderá aos recentes ataques da Ucrânia, durante uma conversa telefônica com o presidente norte-americano, Donald Trump. O líder russo também disse ao papa Leão XIV, em ligação separada nesta quarta-feira (4), que busca a paz por meios diplomáticos, mas acusou Kiev de provocar a escalada das hostilidades.
“Vladimir Putin chamou a atenção para o fato de que o regime de Kiev aposta na intensificação do conflito e conduz ações de sabotagem contra infraestruturas civis em território russo”, afirmou o Kremlin em nota oficial.
Durante a conversa com Trump, o presidente russo reafirmou que terá que reagir de forma firme às recentes ações ucranianas. Em mensagem publicada em sua rede Truth Social, Trump relatou que teve uma “boa conversa” com Putin, mas alertou que não se trata de um diálogo que vá levar a uma “paz imediata”.
“O presidente Putin disse, de forma muito firme, que precisará responder aos recentes ataques ucranianos contra bombardeiros russos”, escreveu Trump, acrescentando que a ligação durou cerca de uma hora e quinze minutos.
Ataque com drones
No último fim de semana, a Ucrânia realizou um ataque complexo com drones explosivos contra diversas bases aéreas russas, destruindo ou danificando várias aeronaves militares. Kiev também assumiu a autoria de uma ofensiva contra a ponte da Crimeia, construída por Moscou após a anexação da península em 2014.
O Kremlin informou que Trump assegurou não ter sido informado com antecedência sobre os ataques ucranianos, em especial a operação com drones contra aeródromos russos. “O tema dos ataques contra bases militares foi discutido. Trump destacou que a parte norte-americana não tinha conhecimento prévio das ações”, declarou Iuri Uchakov, conselheiro diplomático de Putin.
O Kremlin classificou a conversa entre os dois como “positiva” e “produtiva”, afirmando que os dois líderes concordaram em manter contato constante.
Ceticismo quanto ao cessar-fogo
Apesar do tom cordial, Trump reforçou seu ceticismo quanto a um cessar-fogo a curto prazo. As negociações entre Moscou e Kiev seguem paralisadas, apesar de recentes tentativas de retomada mediadas por Washington. Na segunda-feira, uma reunião direta entre representantes russos e ucranianos foi realizada em Istambul, mas terminou sem progresso.
