Já a cartilha voltada aos evangélicos é uma espécie de guia contra o preconceito e estereótipos. O documento oferece uma série de dicas do que fazer e do que não fazer, incluindo não tratar cristãos “como se fossem todos iguais” ou como “fundamentalistas”.
Com Lula no poder, o partido quer quintuplicar o número de prefeituras e voltar a governar capitais. Os documentos fazem parte dessa estratégia e compõem uma série de cartilhas elaboradas pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao partido.
Sem gafes com evangélicos
O texto foi escrito por militantes evangélicos. O principal objetivo da cartilha, segundo o partido, é fazer a ponte entre os candidatos, em especial os não protestantes, e os eleitores cristãos.
Uma das principais preocupações do partido é a falta de tato com que muitos militantes tratam religiões evangélicas. A avaliação é que, com a popularização das igrejas neopentecostais, em especial na periferia, os quadros petistas foram se afastando cada vez mais desse público —e estereotipando sua imagem.
Dicas compõem guia prático para evitar gafes e endossos a preconceitos. “Este texto visa apoiar esse diálogo, trazendo alguns conhecimentos sobre a nossa visão de mundo [evangélica] e sugestões de abordagem”, explica o documento.
O que fazer: valorizar a família, valorizar a fé, valorizar a liberdade religiosa, defender sempre a verdade e defender os direitos humanos.
O que não fazer: exagerar em falar no nome de Deus, associar críticas a pastores e crentes à sua fé, tratar os evangélicos como se fossem todos iguais, tratar todo evangélico como fundamentalista e rejeitar as possibilidades de compreender o mundo a partir das interpretações bíblicas.
“Ainda que haja vários evangélicos conservadores ou moralistas, não convém unificá-los sobre esse tipo de classificação, muito menos de fundamentalistas.” diz o Trecho de cartilha evangélica do PT.
Diretrizes para segurança pública
Foco em prevenção. Outra fragilidade associada à esquerda é na área de segurança pública, na qual o governo Lula sofre muitas críticas. Na cartilha, o partido busca estimular mais a prevenção do que a repressão e o aumento do efeito policial.
Pode ter Guarda Civil armada. A cartilha prega melhoria na iluminação das ruas, aumento da segurança escolar e da guarda civil, além de apoio à Patrulha Guardiã Maria da Penha, contra violência doméstica. A cartilha não descarta ainda a instituição de guardas civis armados. “Quem deve estabelecer é o prefeito”, diz o texto.
O texto sugere ainda que investir em outras aéreas servem para a segurança. Como exemplo, cita investimento em escola em tempo integral, promoção de ações de zeladoria, fortalecimento de “redes de atenção” a crianças, adolescentes e minorias e estímulo à ocupação do espaço público. Também é proposta a criação de um Fundo Municipal de Segurança, com verba definida, para alimentar os programas.
“Investir e apostar na prevenção como um caminho para se evitar os mais diversos tipos de violências não significa desconsiderar as ações repressivas, quando necessárias.” diz um trecho de cartilha sobre segurança pública.