Antes mesmo de assumir a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em junho, a ministra Cármen Lúcia já começou a conversar com grandes empresas de tecnologia – as chamadas big techs – sobre as eleições deste ano.
Segundo relatos de representantes das empresas, a preocupação maior tem sido sobre como funcionará o Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (CIEDD).
Alexandre Moraes deixará a presidência do TSE em 3 de junho. Pelo sistema de rodízio, caberá a Cármen Lúcia, atual vice assumir o cargo e, assim, conduzir a Justiça Eleitoral durante o pleito municipal.
Embora seja esperada alguma mudança na linha de comando da Corte, essa ainda não é uma preocupação das big techs no momento. Até mesmo porque o canal de diálogo com a ministra está sendo construído gradativamente.
Meta (que administra Facebook, Instagram e Whatsapp) e Google (que também administra o Youtube) já fizeram conversas iniciais com Cármen Lúcia.
Representantes das empresas têm dúvida de como O CIEDD funcionará na prática. O centro foi inaugurado em 12 de março pelo atual presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes.
A principal função da estrutura será coordenar a atuação da Justiça Eleitoral com os Poderes, órgãos da República e instituições na promoção da educação em cidadania, dos valores democráticos e dos direitos digitais.
Representantes do Google participaram de reuniões com a ministra, apesar de um recente mal-estar. Na última quarta-feira (24), a empresa divulgou que, a partir de maio, vai proibir a veiculação de anúncios políticos para as eleições municipais em suas plataformas. O TSE não foi previamente informado da decisão.
A mudança será feita nas regras de conteúdo político do Google Ads, uma ferramenta que os anunciantes podem pagar para impulsionar conteúdos em serviços oferecidos pela empresa – dentre os quais, a busca e o YouTube.
Fake news
As conversas com Cármen Lúcia ocorreram em meio a tratativas das companhias de tecnologia com o TSE. As empresas e o tribunal devem assinar os memorandos de entendimento sobre combate às fake news nas eleições deste ano, iniciativa que foi feita também nas eleições anteriores.
Apesar dos recentes embates do dono do X, o empresário americano Elon Musk, com Alexandre de Moraes, a empresa, assim como outras big techs, tem mantido diálogo com o TSE para firmar os memorandos.
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