A tecnologia ManioColor, criada por Sioduhi Paulino de Lima, transforma resíduos da mandioca em corantes naturais para a indústria têxtil (Foto: Reprodução / Instagram)
A quinta edição do edital Elos da Amazônia, iniciativa focada no empreendedorismo científico indígena, premiou duas iniciativas que unem inovação, sustentabilidade e cultura na região amazônica. O edital, que contou com 55 projetos inscritos em cinco estados da Amazônia Legal, destacou duas soluções inovadoras: o ManioColor e o IKABEN.
Esses dois projetos fazem parte de um movimento maior que visa promover o impacto socioambiental positivo por meio da inovação tecnológica. O edital Elos da Amazônia, que investirá R$ 2 milhões nos negócios selecionados, destaca-se por focar em soluções que não só ajudam no desenvolvimento econômico, mas também promovem a preservação da floresta amazônica.
Segundo o gestor de Inovação em Bioeconomia do Idesam, Paulo Simonetti, o incentivo ao empreendedorismo indígena é crucial para fortalecer as comunidades e criar novas oportunidades de geração de renda.
Com 76,4% das iniciativas do edital promovendo impacto direto na conservação da floresta, projetos como o ManioColor e o IKABEN são exemplos de como a inovação pode ser uma aliada da sustentabilidade e da cultura indígena. As iniciativas vencedoras estão estruturadas para atender ao mercado de pagamento por serviços ambientais, com foco em bioeconomia e desenvolvimento sustentável.
Conheça projetos selecionados:
ManioColor: transformando resíduos de mandioca em corante sustentável
O ManioColor, criado por Sioduhi Paulino de Lima, é uma tecnologia que transforma resíduos da mandioca em corantes naturais para a indústria têxtil. A proposta não só ajuda a preservar o meio ambiente, evitando o uso de corantes sintéticos prejudiciais, mas também agrega valor à bioeconomia local. Produzido de forma artesanal em São Gabriel da Cachoeira (AM), o corante é extraído com métodos tradicionais de fogo de lenha, o que reforça a economia circular na região.
A indústria têxtil, responsável por uma grande quantidade de poluição devido ao descarte inadequado de corantes, encontra no ManioColor uma alternativa sustentável. “Queremos mostrar que as ciências e inovações indígenas podem beneficiar toda a sociedade”, afirma Sioduhi. A tecnologia se alinha à preservação ambiental e ao fortalecimento das comunidades locais.
IKABEN: blockchain para proteger a arte indígena
Outro vencedor foi o projeto IKABEN, de Joeliton Vargas Moraes. Com o uso da tecnologia blockchain, o projeto busca garantir a rastreabilidade e a proteção dos grafismos indígenas usados em peças de vestuário. A cada venda, 10% do lucro é destinado diretamente às comunidades indígenas, criando um modelo de negócio transparente e sustentável.
Além de valorizar a arte indígena, o IKABEN promove a autonomia econômica das etnias e diminui a presença de intermediários, permitindo que uma maior parte do valor gerado chegue diretamente às comunidades. “Com a IKABEN, estamos desenvolvendo uma tecnologia que respeita e protege o patrimônio cultural indígena, garantindo que essa essência sobreviva e prospere pelo mundo”, explica Joeliton.
Economia verde
Além da inovação tecnológica, esses projetos também ajudam a colocar a Amazônia no centro do debate global sobre sustentabilidade e economia verde. A valorização dos saberes ancestrais, como a utilização de plantas nativas para corantes naturais e a proteção do patrimônio cultural por meio de blockchain, fortalece a presença indígena em setores emergentes, como a bioeconomia e o mercado de moda sustentável.
Com informações da Exame (Reportagem de Patrícia Ozório)
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