André Rocha celebra o bronze no lançamento de disco F52 nas Paralimpíadas de Paris - Foto: Wander Roberto / CP

André Rocha conquistou o bronze no lançamento de disco da classe F52 (atletas que competem sentados), a medalha de número 400 do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos, e citou a família e os “irmãos de farda” em entrevista após a prova.

“Mais uma medalha para o Brasil, para a minha cidade, Taubaté, para todos os meus irmãos de farda da Polícia Militar de São Paulo, para todas as pessoas que me apoiaram de alguma forma, que me mandaram mensagem. Para a minha esposa, que hoje é o aniversário dela e ela está aqui, junto com os meus filhos, torcendo. Só eu e minha família sabemos o que nós passamos para chegar até aqui. Foi muito, muito difícil, e ser medalhista paralímpico… Estou muito feliz” afirmou André Rocha, ao SporTV.

André é policial militar reformado e integrava um batalhão na cidade natal quando sofreu o acidente que mudou a vida dele. Em 2005, o então soldado foi atender a uma ocorrência de furto e entrou em uma perseguição a dois suspeitos. Um deles subiu em um telhado e, ao tentar capturá-lo, ele caiu de um muro alto, fraturando a coluna. Foram três cirurgias em um período de 14 dias, mas uma consequência foi a paraplegia.

Rocha teve depressão nos anos seguintes. O filho, que pôde ver de perto o pai conquistar a medalha paralímpica, se tornou peça nessa virada. A tristeza de Luís, à época com sete anos, em meio àquele cenário fez André querer mudar.

Em 2013, o ex-PM conheceu o esporte paralímpico em um projeto da prefeitura de Taubaté, e passou a olhar a vida de outra forma. Desde então, foram alguns resultados expressivos.

Conquistas e ajuda

André realizou um sonho em Paris. Afinal, é a primeira participação em uma edição de Jogos Paralímpicos,. Antes, ele foi bicampeão mundial — um dos títulos em Kobe, Japão, no neste ano — e chegou ao pódio também em Jogos Parapan-Americanos.

Em 2021, ele foi homenageado pela Escola de Educação Física da Polícia Militar do Estado de São Paulo e passou a ser o primeiro paratleta a integrar a Galeria dos Campeões da PMESP.

Meses antes das Paralimpíadas, alguns policiais divulgaram, nas redes sociais, rifas para angariar fundos para a família de André viajar a Paris. A meta era de R$ 24 mil.

‘Temos de seguir em frente’

André acredita que poderia ter tido uma marca melhor em Paris, mas celebrou o bronze e classificou como “momento único” e não segurou as lágrimas.

“Estou feliz, mas não fiz uma boa prova. Minhas marcas são superiores a essa, mas, depois de tudo que passei, com reclassificação… Estar em uma paralimpíada era meu grande sonho, então, é um momento único. (…) Essa medalha tem um peso tão grande na minha vida, precisava tanto disso” afirmou André Rocha.

O choro, que já foi de tristeza outrora, neste domingo foi de alegria, e ele aproveitou para dar um recado: “Independentemente de reglião, temos de ter fé e seguir em frente. Dê você o primeiro passo. O esporte é uma porta de entrada senscional, mas tem tantas coisas que as pessoas com deficiência pode fazer… Vai para cima e abraça o que é seu”.

*Com informações de Uol