O pirarucu é considerado peixe símbolo da Amazônia - Foto: Divulgação / Bernardo Oliveira / Instituto Mamirauá

Na região próxima ao rio Solimões, na Amazônia, a população do peixe pirarucu cresce 25% ao ano desde a implementação do manejo sustentável em 1999. A espécie, no entanto, continua na lista de risco de extinção porque o modelo bem-sucedido ainda não é realizado em toda a extensão da bacia amazônica. O pirarucu é considerado símbolo da Amazônia.

Segundo Ana Claudia Gonçalves, coordenadora de manejo de pesca do Instituto Mamirauá, no Amazonas há duas possibilidades de manejo legal: a piscicultura e a pesca extrativa sustentável. Para trabalhar legalmente com o pirarucu, o plano de manejo sustentável precisa ser aprovado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “O tempo de implementação do projeto de manejo varia, pode levar um ou vários anos”, explica Ana Cláudia.

A pesca do pirarucu é realizada da segunda quinzena de outubro a 30 novembro. Isso porque o período de dezembro a maio compreende o defeso, para a reprodução dos peixes. “Uma premissa básica do manejo é respeitar o defeso”, pontua Ana Cláudia. Além da quantidade, as análises do Instituto Mamirauá também apontaram que o tamanho médio do peixe amazônico aumentou. Em 1998, a média era de 1,27 metro. Já as medições realizadas em 2022 revelaram que o peixe passou a ter 1,80 metro em média.

Segundo o Instituto Mamirauá, o manejo sustentável possibilitou a proteção dos territórios, estabilidade de comunidades tradicionais, geração de renda e a permanência da população no território sobrevivendo com a renda gerada. Mesmo em meio a seca na Amazônia, decorrente dos fenômenos El Niño e do aquecimento do Atlântico Tropical Norte, as ações de assessoramento às comunidades de pesca manejada não são interrompidas.

“Com isso, garantimos a manutenção da produção pesqueira, assegurando renda, mesmo em um ano de seca extrema”, afirma Ana Cláudia. A especialista também explica que o pirarucu é um peixe mais resistente a seca em relação a outras espécies. As ações de manejo sustentável contam com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

*Com informações de Correio Braziliense