(Foto: Arquivo pessoal/Instagram)

Um vídeo de um urubu pousando na perna de um piloto de parapente na Serra da Aratanha, no Ceará, fez sucesso nas redes sociais. Ricardo Guimarães foi o responsável pelo registro e afirmou ao UOL que o animal já é um velho conhecido dele.

Nas imagens, o homem chega a fazer carinho na ave, que aparenta reconhecê-lo. O rapaz contou que se surpreendeu quando o bicho voou com ele na primeira vez. “Ele pousou em cima do meu parapente e fiquei até meio receoso, daí balancei a vela para que ele saísse de cima e deu certo. […] Mas ele voou e me surpreendeu quando se aproximou por trás e pousou nas minhas costas”.

Mais do que voarem juntos, “Urú”, como foi batizado, foi resgatado com uma semana de vida pelo ambientalista Israel Mendes, o “Pacaroots”, amigo de Guimarães. “Ele levava Uru desde pequeno para ver os parapentes e se acostumar com a movimentação deles. Com o tempo, Uru aprendeu a voar e foi pegando gosto pelo voo”.

Apesar do animal ter se acostumado a voar e ter gostado de receber carinho, a relação surgiu aos poucos. “Ele era bem desconfiado no começo e não deixava chegar muito perto, porém fui me aproximando aos poucos e logo já estava fazendo carinho nele primeiro”, disse. “Daí, voamos lado a lado, e quando pousei, ele pousou junto”.

Hoje a proximidade é tanta que Urú faz questão de encontrar o piloto de parapente quando está voando. “Toda vez que chego para voar na rampa ele já se aproxima. Um dia estava voando sozinho e do nada ele apareceu e veio pousar na minha perna para receber um carinho”.

Guimarães diz ser identificado rápido pelo animal quando está no ar por causa do parapente vermelho. “Desde que comecei a voar com Uru, ele sempre dá um jeito de aparecer. Algumas vezes, ele me encontra no ar depois de ter decolado. Pode ser que ele veja meu parapente vermelho de longe e se aproxime”.

Piloto de parapente há um ano e meio, Guimarães explicou que os urubus são essenciais para esse esporte. “Usamos as mesmas técnicas para planar e ganhar altura, usando as [correntes] térmicas, que são lugares onde o ar está subindo. Apesar de serem invisíveis, os urubus estão sempre procurando por elas para que possam ficar voando sem bater asas”, disse.

“Pilotos sempre olham para o céu em busca de urubus rodando essas áreas. Se eles estão subindo, sabemos que nós também podemos subir”.

*Com UOL