A sonda que fará a exploração na Margem Equatorial (Foz do Rio Amazonas), a ODN II - Foto: Divulgação / Foresea
A Petrobras começou a perfuração do bloco 59 da bacia Foz do Amazonas no mesmo dia em que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) emitiu a licença para pesquisa de petróleo na região.
A informação consta em um ofício enviado pela petroleira ao órgão nesta terça-feira (21), ao qual a Folha teve acesso, e também foi confirmada à CNN Brasil pela própria empresa.
No documento, a Petrobras diz que “a perfuração do poço exploratório […] teve início em 20/10/2025”, com referência à última segunda-feira. Não foi informado o horário de início da operação.
Esse foi o mesmo dia em que foi publicada a Licença de Operação para a empresa realizar no local a pesquisa por petróleo —nesta fase, não há produção, apenas busca pelo material. A assinatura do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, aconteceu às 12h14, no horário de Brasília, segundo consta no sistema.
Procurada, a petroleira disse que a perfuração começou “após a concessão de licença pelo Ibama”, na segunda. O órgão ambiental afirmou que esse tema é de competência da empresa.
Pessoas que acompanham o processo afirmam que, desde meados de agosto, a sonda de perfuração contratada pela Petrobras já estava posicionada no local, em razão das simulações de emergência necessárias no processo de licenciamento.
Nas últimas semanas, Ibama e a empresa mantiveram reuniões para resolver os entraves que faltavam. Além disso, dias antes da autorização ser emitida, o Ibama solicitou à empresa o pagamento das taxas de emissão de licença, indício de que os impasses haviam sido solucionados.
Por isso, dizem essas pessoas, já havia a expectativa de que a licença seria enfim publicada.
Como mostrou a Folha, o parecer técnico do Ibama cita riscos a peixes-boi ameaçados de extinção e lembra que a AGU (Advocacia-Geral da União) permitiu que o processo de licenciamento ignorasse os impactos a povos indígenas.
O documento cita não haver óbices ao empreendimento, desde que respeitadas 34 condicionantes (dentre elas, planos de proteção à fauna, à flora e de resposta a emergências). Também são exigidos R$ 39,6 milhões em compensações ambientais.
Durante o processo de licenciamento, um dos principais entraves foi a capacidade da Petrobras de responder devidamente a vazamentos e outros possíveis problemas.
No parecer técnico final, o Ibama destaca que o principal barco de apoio a emergências, que ficará no Pará, poderia demorar 55 horas para chegar ao local, mas que uma unidade mais rápida destacada pela empresa poderá fazer um primeiro atendimento em 26 horas.
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