Ilustração mostra que muro hoje submerso teria sido usado no passado para encurralar animais durante a caça - Foto: Michal Grabowski / Leibniz-Institut fur Ostseeforschung Warnemunde / dpa / picture alliance

Pesquisadores anunciaram a descoberta de uma muralha de pedras no mar Báltico com mais de 10 mil anos de idade e 971 metros de extensão no extremo norte da Alemanha, localizada entre as cidades litorâneas de Rostock e Rerik, no estado de Mecklenburg-Vorpommern.

Trata-se, segundo o grupo, dos mais antigos vestígios de uma construção humana na região, e um achado incomparável em nível europeu. A muralha é formada por 1.673 pedras, a maioria pesando menos de cem quilos e cujo tamanho varia entre uma bola de tênis e uma bola de futebol, empilhadas de forma organizada entre algumas rochas.

Ainda segundo comunicado assinado pelo Instituto Leibniz de Pesquisa Marinha em Warnemünde, pela Universidade de Rostock e pela Universidade Christian-Albrechts em Kiel, instituições responsáveis pela descoberta, a obra tem pouco menos de um metro de altura e até dois metros de profundidade. Além disso, ela está a 21 metros do nível do mar.

A idade do muro não pôde ser determinada com precisão, mas os cientistas afirmam em estudo publicado nesta terça-feira (12) que havia bosques na região há aproximadamente 9.800 anos.

Provavelmente um dispositivo de caça

Acredita-se que a construção tenha sido feita por humanos que viviam da caça e da coleta. A região ainda não havia sido inundada pelo mar Báltico naquela época, como explicam os pesquisadores.

Batizada de muro de Blinker, a obra pode ter servido para encurralar e abater renas próximas a um lago. Técnicas de caça semelhantes são conhecidas em outros lugares, como nos Estados Unidos. Lá, arqueólogos encontraram um muro de pedra em um lago em Michigan, construído para a caça de caribus, uma espécie de cervo.

A estrutura de pedra foi descoberta por acaso em setembro de 2021 durante levantamentos cartográficos. Segundo os cientistas, ela teria desaparecido com a subida do nível do mar após a última era do gelo, há 8.500 anos.

*Com informações de Folha de São Paulo