A mídia, recentemente, descobriu que Papa Francisco deixou uma mensagem inédita antes de morrer. O recado vai para os jovens e aborda o amor, temática tão falada durante seu papado. Confira mais detalhes:
Prefácio de um livro
A novidade em questão será divulgada como um prefácio do livro da Fundação Youcat, o qual chamará ‘Youcat. Amor para sempre’. A narrativa discute a conexão da Igreja Católica com as novas gerações. Ademais, tem, como base, a exortação apostólica Amoris Laetitia (Alegria do Amor). Veja o texto na íntegra abaixo:
Relação de Papa Francisco com o tango
“Queridos amigos, na minha pátria, a Argentina, há uma dança que amo muito, uma na qual participei com frequência quando era jovem: o tango. O tango é um maravilhoso jogo livre entre homem e mulher, cheio de encanto e atração erótica. Os dançarinos se cortejam e experimentam a proximidade e a distância, a sensualidade, a atenção, a disciplina e a dignidade. Alegram-se no amor e compreendem o que pode significar entregar-se completamente a alguém. Talvez por causa da lembrança distante dessa dança eu tenha chamado minha grande exortação apostólica sobre o matrimônio de Amoris Laetitia – a alegria do amor.
Sempre me comove ver jovens que se amam e têm a coragem de transformar esse amor em algo grandioso: “Quero te amar até que a morte nos separe.” Que promessa extraordinária! É claro que não sou cego – e você também não. Quantos casamentos, hoje, fracassam depois de três, cinco, sete anos? Talvez seus pais também tenham iniciado o sacramento do matrimônio com essa mesma coragem, mas não conseguiram levar seu amor à plenitude.
“Acredite no amor”
Não seria melhor então evitar a dor, tocar o outro apenas como numa dança passageira, desfrutar um do outro, brincar juntos e depois partir? Não acredite nisso! Acredite no amor, acredite em Deus e acredite que você é capaz de se lançar na aventura de um amor que dure a vida inteira. O amor quer ser duradouro; “até segunda ordem” não é amor. Nós, seres humanos, temos o desejo de ser aceitos sem reservas, e quem não vive essa experiência muitas vezes carrega, sem saber, uma ferida pelo resto da vida. Ao contrário, aqueles que entram numa união não perdem nada – ganham tudo: ganham a vida em sua plenitude.
A Sagrada Escritura é muito clara: “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne” (Gênesis 2,24). Uma só carne! Jesus leva isso à sua plenitude: “De modo que já não são dois, mas uma só carne” (Marcos 10,8). Um só corpo. Uma só morada. Uma só vida. Uma só família. Um só amor. Com o objetivo de ajudá-los a construir uma base sólida para sua relação, fundamentada no amor fiel de Deus, eu fiz um apelo a toda a Igreja para que faça muito mais por vocês. Não podemos continuar como antes: muitos só veem o belo ritual – e depois, passados alguns anos, se separam.
Catecumenato
A fé é destruída. Feridas se abrem. Frequentemente há filhos que ficam sem pai ou sem mãe. Para mim, isso é como dançar mal o tango. O tango é uma dança que se aprende. Isso é ainda mais verdadeiro quando se trata de matrimônio e família. Antes de receber o sacramento do matrimônio, é necessária uma preparação adequada. Um catecumenato, eu me atreveria a dizer, porque toda a vida transcorre no amor – e o amor não é algo que se deva tomar de forma leviana.
