Número de mortos por Covid-19 alcançou a impressionante marca de mais de 715 mil mortes no Brasil, com epicentro da crise em Manaus (Foto: Altemar Alcantara / Prefeitura de Manaus)

Em 11 de março de 2020, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, anunciou que o mundo estava em pandemia de covid-19, por causa da ampla distribuição geográfica da doença no planeta. Na época, o Brasil tinha 52 casos confirmados da doença. O primeiro caso no país foi confirmado em 26 de fevereiro, em São Paulo. Cinco anos depois da decretação da pandemia, o Brasil tem mais de 39 milhões de casos confirmados e mais de 715 mil mortes.

A crise sanitária exigiu que os países preparassem os hospitais para atender os pacientes, que os empregadores e os trabalhadores adaptassem o modelo de trabalho — incluindo a interrupção temporária de atividades não essenciais e home office, e que as pessoas passassem a incluir na rotina hábitos como higienização frequente das mãos e uso de máscaras.

“Deixe-me resumir em quatro áreas principais. Primeiro, preparem-se e estejam prontos. Segundo, detectem, protejam e tratem. Terceiro, reduzam a transmissão. Quarto, inovem e aprendam. Lembro a todos os países que estamos pedindo que ativem e ampliem seus mecanismos de resposta a emergências”, disse Tedros ao anunciar a pandemia em 2020.

Ao Correio Braziliense, o infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Anchieta, Henrique Lacerda, pontua que a pandemia destacou a relevância da ciência na resposta a crises de saúde pública.

“Observou-se um aumento na valorização das vacinas, com maior adesão às campanhas de imunização e reconhecimento de sua importância na prevenção de doenças graves. Entretanto, o período também foi marcado pelo crescimento do movimento antivacina, o que gerou desafios para as autoridades de saúde na conscientização da população sobre a necessidade da imunização”, afirma o especialista.

Ainda segundo o infectologista, embora a situação tenha melhorado, a covid-19 ainda está presente e a manutenção dos cuidados é essencial para prevenir novas infecções e proteger a saúde da população.

“Alguns hábitos que poderiam ter se consolidado não se mantiveram ao longo do tempo. O uso contínuo de máscaras por pessoas com sintomas gripais, por exemplo, poderia ter sido incorporado como uma prática rotineira para reduzir a transmissão de vírus respiratórios, mas foi amplamente abandonado. Da mesma forma, a higienização intensiva de superfícies, que no auge da pandemia era uma prioridade, perdeu força, apesar de sua importância na prevenção de diversas doenças”, frisa Henrique.

Covid-19 em 2025

Segundo o Ministério da Saúde, quanto ao cenário em 2025, a doença segue em ocorrência, embora com valores relativamente baixos na atualidade. Até o dia 25 de fevereiro, as secretarias reportaram 130.507 casos e 664 óbitos por covid-19. No mesmo período de 2024, esses números eram de 310.874 casos e 1.536 óbitos. Porém, é importante destacar que os dados deste ano ainda são preliminares e estão sujeitos à atualização.

Uma catástrofe semelhante pode se repetir

Para a OMS, a próxima pandemia é apenas uma questão de tempo. Em dezembro de 2021, os Estados membros da organização, cientes das graves falhas diante da Covid-19, começaram a trabalhar em um acordo internacional vinculativo sobre prevenção e preparação para pandemias para tentar evitar a repetição dos mesmos erros.

As negociações são difíceis e uma sessão final de negociação ainda está agendada para 7 a 11 de abril para finalizar a minuta a tempo da assembleia anual da OMS em maio.

Enquanto isso, os estados-membros conseguiram tirar a poeira dos regulamentos internacionais de saúde. E a partir de setembro deste ano, o chefe da OMS poderá declarar uma “emergência pandêmica”.

Nos cinco anos desde março de 2020, a OMS declarou USPPI duas vezes, ambas as vezes para epidemias de varíola. O chefe da OMS adverte regularmente os países para que não repitam o ciclo de negligência seguido de pânico que caracterizou a pandemia de Covid-19.

Com informações do Correio Braziliense e O Globo