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Mães se revezam em zoológico para ensinar orangotango a amamentar

Cerca de quatro mulheres se revezavam diariamente para mostrar a amamentação a orangotango - Foto: Nora Murphy / Reprodução

Algumas mães irlandesas começaram a ir até o Zoológico de Dublin, capital da Irlanda, para demonstrar pessoalmente aos orangotangos como era amamentar, já que a mamãe dos macacos estava tendo dificuldades de alimentar seus filhotes.

Segundo as autoridades do zoológico , o movimento de demonstração da amamentação começou antes da orangotango Majur, de 19 anos, dar à luz a um filhote no dia 31 de julho.

Mujur deu à luz em 2019 e 2022, mas ambos os bebês acabaram morrendo quando ela não “conseguiu as qualidades maternas necessárias”. Por isso, desta vez, algo diferente foi tentado.

A ideia partiu do zoológico, que antes do nascimento neste ano, enviou um SOS para as mães locais na esperança de que elas pudessem mostrar a Mujur como amamentar.

Trinta mulheres se adiantaram e se revezaram para amamentar seus bebês em frente a Mujur, com uma parede de vidro separando elas.

Depois disso, todos os dias, cerca de quatro mulheres se revezavam para sentar em frente ao Mujur diariamente, disse o zoológico ao New York Post.

“Você se pega torcendo por [Mujur]”, disse a voluntária Nora Murphy ao Irish Times, acrescentando que achava que seria uma ótima história para contar à sua filha, agora com 10 meses, quando ela crescesse.

“Você está deixando de ser mãe para tentar ajudar uma futura mãe. Você estaria falando com ela, dizendo: ‘Olha, é isso que você deve fazer’”, disse Murphy.

Filhote precisou ser separado da mãe – Foto: Zoológico de Dublin / Reprodução

“Ela ficava olhando para você, realmente olhando para o que você estava fazendo. Ela estava expressando manualmente conforme o tempo passava, o que era mágico.”

O pós-nascimento

No entanto, apesar dos esforços das mães voluntárias, Majur não conseguiu amamentar o filhote corretamente.

A orangotango demonstrou ter bons cuidados após o nascimento, mas teve dificuldade em colocá-lo na posição certa para mamar, disseram autoridades do zoológico.

O zoológico ainda precisou separar o filhote de macaco da mãe, para que os trabalhadores pudessem alimentá-lo com mamadeira por algumas semanas antes dele ser transferido para uma instituição especializada no Reino Unido que tem experiência na criação de orangotangos.

O nascimento do filhote de macaco é de grande importância, pois os orangotangos são uma espécie ameaçada de extinção e as fêmeas só dão à luz um filhote a cada três ou cinco anos.

*Com informações de IG

Comitiva da Semsa Recife conhece saúde básica de Manaus, sete vezes campeã do Previne Brasil

Foto: Assessoria

Os resultados alcançados por Manaus, na gestão do prefeito David Almeida, nos indicadores da Atenção Primária à Saúde (APS), avaliados no Previne Brasil, conquistando, por sete vezes consecutivas, a primeira colocação, atraiu a atenção de gestores de Recife (PE), que vieram a conhecer o trabalho feito pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

Durante visita iniciada na semana passada, a comitiva de gestores da capital pernambucana esteve em diversas unidades da secretaria de Saúde do município, a fim de observar projetos e ações que destacaram, no cenário brasileiro, a saúde básica da Prefeitura de Manaus. O Previne Brasil, que mede a qualidade da assistência básica no país.

“Viemos entender o que é que Manaus e a Secretaria de Saúde vêm implementando ao longo desses anos para conseguir esses resultados exitosos”, assinalou a gestora, que veio a Manaus ao lado de outros três representantes da Secretaria de Saúde do Recife, explicou a secretária adjunta de Coordenação Geral da Secretaria de Saúde do Recife, Pâmela Alves.

Segundo ela, a capital nordestina vem conseguindo ampliar a cobertura da assistência básica, que passou de 59% para perto de 80%, e vem buscando experiências exitosas na saúde em todo o país para serem aplicadas na gestão do município. Durante visita à central do SOS Vida, serviço de transporte sanitário da Semsa, nesta sexta-feira (16), ela relatou uma impressão positiva do que viu em Manaus.

“São experiências de fato muito exitosas. Na área da atenção básica, identificamos processos de trabalho bem estruturados e a utilização de sistemas de saúde bem articulados entre si. E também, cada vez mais, a implementação de ferramentas de saúde digital para dar suporte ao trabalho de assistência do profissional na ponta”, disse.

Pâmela destacou ainda o acolhimento das equipes da Semsa a ela e seus colegas durante a visita à capital amazonense. “Queria assinalar a receptividade que tivemos aqui por parte da Semsa, de apresentar o que vem fazendo para alcançar os resultados que estão alcançando, e agradecer pela recepção”, declarou.

Também dentro da agenda em Manaus, os visitantes conversaram com gestores e técnicos das diretorias de Atenção Primária e de Inteligência de Dados, e da Escola de Saúde Pública (Esap Manaus), que atua na formação e educação permanente em saúde. Ainda nesta sexta-feira, o grupo visitou uma unidade de saúde e um laboratório da rede municipal, na zona Norte.

Acompanhando a comitiva pela Semsa, o subsecretário municipal de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, ressaltou o caráter solidário do Sistema Único de Saúde (SUS) e seus gestores no sentido de dividir e compartilhar iniciativas e resultados, e avaliou que os visitantes da capital pernambucana puderam observar de perto iniciativas e práticas importantes conduzidas na assistência básica em Manaus.

“Foi uma agenda muito diversificada e intensa, e eles vão sair daqui para Recife levando na bagagem deles um conhecimento do que é de sucesso na gestão local da saúde”, disse.

Ranking

A saúde básica de Manaus obteve, por sete vezes consecutivas, o primeiro lugar no Previne Brasil, programa do Ministério da Saúde que monitora o desempenho dos municípios em sete indicadores da Atenção Primária à Saúde.

Na última avaliação quadrimestral do programa, referente aos meses de setembro a dezembro de 2023, a capital amazonense atingiu 8,8 no Índice Sintético Final (ISF), à frente de Porto Alegre (RS), com ISF de 8,5; Maceió (AL), com 8,31; Brasília (DF), com 7,72; e Rio de Janeiro, com 7,65.

A pontuação é calculada com base nos percentuais dos municípios em sete indicadores: gestantes com, ao menos, seis consultas de pré-natal, iniciadas até a 12ª semana de gestação; gestantes com exames para sífilis e HIV; gestantes com atendimento odontológico; mulheres com coleta de exame citopatológico (preventivo); crianças de 1 ano de idade com as vacinas pentavalente e poliomielite; pessoas com hipertensão com consulta e pressão arterial aferida no semestre; e pessoas com diabetes e hemoglobina glicada solicitada no semestre.

Com informações da assessoria

Rodrigo Guedes lança campanha “Eleições sem fogos de artifício barulhentos” para proteção de autistas

Foto: Kelvin Dinelli

Em defesa das pessoas com deficiência e Transtorno do Espectro Autista (TEA), o candidato a reeleição, vereador Rodrigo Guedes (Progressistas) se comprometeu, mais uma vez, a realizar uma campanha eleitoral sem fogos de artifícios barulhentos. Nesse domingo, 18/08, Guedes lançou uma campanha nas redes sociais para que candidatos adotem o uso de fogos de artifício sem barulho no pleito eleitoral.

Para pessoas com deficiência e crianças autistas, os fogos de artifício podem desencadear uma sobrecarga sensorial, levando a reações adversas. Para eles, o som estrondoso é avassalador, causando estresse e ansiedade. Já as luzes brilhantes e os estalos imprevisíveis resultam em sensações aversivas por serem perturbadores.

Essa é a segunda vez que Rodrigo Guedes realiza uma campanha eleitoral sem fogos de artifício, em 2022, nas eleições para deputado federal, Guedes não fez uso dos fogos de artifício tradicionais.

A frente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COMPCD) da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Rodrigo Guedes lançou a campanha “Eleições sem fogos de artifício barulhentos” e pediu que os demais candidatos apoiem a causa.

“Não usarei fogos de artifícios barulhentos em respeito às familias atípicas, idosos e também aos animais. Estou propondo essa campanha “Eleição sem fogos de artifícios barulhentos” para que se possível todos ou o máximo de candidatos possam aderir e participar! É hora dos candidatos mostrarem que se importam com a população. É possível usar fogos de artifícios sem estampido, sem causar prejuizos a ninguém. Vamos mostrar que podemos fazer uma campanha respeitando as pessoas mais vulneráveis, em Manaus.”, defendeu.

Os candidatos interessados podem assinar a campanha através da petição on-line, disponível na rede social do vereador.

Clima seco e 6 novos esportes: o que esperar das Olimpíadas de Los Angeles?

A atitude da atiradora sul-coreana Kim Yeji fez sucesso na internet; ela levou a medalha de prata na pistola de ar 10 metros - Foto: Getty Images

As imagens da Torre Eiffel ao fundo da arena de vôlei de praia, as competições de esgrima no Grand Palais e as polêmicas sobre a água do Rio Sena já são história. Os Jogos Olímpicos de Paris chegam ao fim e outro desafio já se apresenta no horizonte para atletas e confederações: as Olimpíadas de Los Angeles, em 2028.

Será a terceira vez que a “Cidade dos Anjos” receberá a competição. A primeira foi em 1932. A segunda, em 1984, uma edição icônica, marcada pelos quatro ouros de Carl Lewis no atletismo, pela chegada emocionante de Gabriele Andersen na maratona feminina, pelo ouro de Joaquim Cruz nos 800m e pelo boicote do bloco socialista.

Os Jogos de Los Angeles-2028 serão disputados entre 14 e 30 de julho. Os competidores podem se preparar para um clima bem mais seco no verão da Califórnia. As temperaturas costumam ser parecidas com as que os atletas enfrentaram em Paris, com máximas acima dos 30ºC, mas a umidade relativa do ar raramente passa dos 80%.

Muitas das estruturas que receberam a edição dos Jogos de 1984 estarão de volta, ainda que com funções diferentes. O Centro de Convenções, que serviu como uma instalação para a imprensa nos anos 1980, agora será uma arena esportiva para esgrima, judô, tênis de mesa, taekwondo e luta greco-romana.

O SoFi Stadium, normalmente palco de jogos de futebol americano, será a casa da natação. O esporte do maior campeão olímpico da história, Michael Phelps, será protagonista nos Jogos e passará a ser a estrela da segunda semana de competições.

A inversão no programa olímpico é uma das grandes novidades de Los Angeles-28: o atletismo, que costuma fechar a programação, sempre na segunda semana do evento, foi puxado para os primeiros dias.

O que esperar do Brasil em Los Angeles

Ainda é cedo para qualquer projeção de número de medalhas, depois que o Brasil ficou aquém da meta, que era de superar os 21 pódios de Tóquio-2020 e ficar no top 15. O país somou 20 medalhas e foi o 20º colocado.

Mas o Comitê Olímpico Brasileiro comemora a volta à normalidade, após dois ciclos olímpicos afetados pelo covid-19. Para Tóquio, a preparação acabou sendo de cinco anos e cercada de incertezas e, para Paris, os atletas tiveram apenas três anos de ciclo.

Simone Biles coroada: atleta americana retornou triunfante aos Jogos Olímpicos – Foto: Getty Images

“Esperamos que alguns atletas, especialmente os medalhistas, tenham um ano sabático porque eles tiveram um período muito curto para se preparar para Paris. Então estamos avaliando que será normal haver uma queda imediata para depois voltarmos a ter bons resultados”, lembrou o diretor de Alto Rendimento do COB, Ney Wilson.

Na parte de estrutura, o COB já começou sua preparação e espera fechar os primeiros contratos referentes à instalação dos atletas já na próxima viagem, em novembro. “Isso acaba sendo uma corrida contra as outras confederações para conseguir as melhores instalações”, destacou Joyce Ardies, subchefe da Missão Paris 2024 do COB e gerente de Jogos e Operações Internacionais.

Novos esportes, e boxe ameaçado

Los Angeles-2028 marcará a estreia (ou reestreia) de seis esportes no programa olímpico, três deles de taco e bola:

  • Críquete, por causa da popularidade na Índia, país mais populoso do mundo.

  • Beisebol e softbol, esporte americanos que entram e saem do programa há algumas edições.

  • Squash, que há anos tentava sua inclusão.

  • Lacrosse, esporte criado pelos nativos norte-americano.

  • Flag football”, variável menos física do futebol americano e esporte mais praticado por lá.

Modalidades que estrearam recentemente, com o intuito de atrair a audiência jovem, e fizeram sucesso, tornaram-se permanentes: é o caso do surfe, escalada e skate.

A grande polêmica em relação aos esportes no programa dos jogos de Los Angeles é o boxe. O esporte corre sério risco de ser excluído; uma decisão marcada somente para o ano que vem.

O motivo é uma disputa entre o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Associação Internacional de Boxe (IBA). Cobrando mudanças na estrutura da modalidade e suas finanças, o COI tomou o controle da associação e agora espera que as federações nacionais se organizem para que o esporte evolua.

Mas o boxe não é a única modalidade tradicional que está ameaçada em um futuro próximo. O levantamento de peso chegou a ser excluído e foi recolocado na lista de esportes olímpicos após uma reforma no sistema antidoping.

Também houve uma pressão para que os esportes equestres fossem deixados de lado em Los Angeles, mas o hipismo conseguiu se manter. Haverá, contudo, uma mudança no pentatlo moderno, modalidade em que os atletas correm, nadam, atiram e lutam com esgrima, além de passarem por um percurso de obstáculos montando a cavalo.

O espanhol Enmanuel Reyes Pla recebe soco do rival, o belga Victor Schelstraete, em uma luta de boxe – Foto: Getty Images

Em Los Angeles, a prova equestre será substituída por um percurso com obstáculos sem cavalos, em que os atletas saltam, escalam e se penduram. Mal comparando, é uma espécie de “Olimpíadas do Faustão”, mas em um nível que exige muito mais preparo atlético.

Oportunidade e estilo local

Enquanto em Paris-2024 a palavra da moda era sustentabilidade, em Los Angeles-28 a meta é criar oportunidades. A organização dos Jogos já anunciou um compromisso de investir 160 milhões de dólares (R$ 880 milhões) em projetos para aumentar o acesso de crianças e adolescentes a uma gama ampla de atividades esportivas.

O orçamento total dos Jogos é de 6,8 bilhões de dólares (R$ 37,4 bilhões de reais), tudo arcados pela iniciativa privada. O valor é bem mais baixo do valor das últimas edições das Olimpíadas. Em Paris, estima-se que o gasto foi de 9,83 bilhões de dólares, enquanto nos Jogos de Tóquio-2020, Rio-2016, Londres-2012 e Atenas-2004 os valores ultrapassaram os 10 bilhões de dólares.

Para o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, é importante que os Jogos de Los Angeles-28 construam sua própria identidade. “Los Angeles terá uma abordagem diferente. Não é uma cidade com lugares icônicos, como Paris. Não existe um centro da cidade, mas pode haver vários centros. Se LA quiser imitar a Torre Eiffel, será um desastre”.

*Com informações de Uol

Marcelo Ramos cria Comitê do Meio Ambiente para debater medidas de proteção a Manaus

Foto: Rudá Marques

A campanha do candidato a prefeito de Manaus, Marcelo Ramos (PT), agora tem um Comitê do Meio Ambiente para debater as principais medidas a serem tomadas na área e transformar a cidade em referência. Ficou definido que o vice na chapa da coligação ‘Manaus Mais Forte’, Luiz Castro (PDT), comandará os encontros para definir as prioridades a serem incluídas no Plano de Governo.

Logo na primeira reunião, Marcelo reuniu o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Inpa/MCTI), Henrique Pereira; a ativista indígena Vanda Witoto; o pesquisador Antônio Carlos Brabo; ex-vereador Waldemir José (PT); professor de Ciências Sociais Davyd Ribeiro; entre outros.

“O professor Henrique Pereira fez uma apresentação brilhante mostrando vários números oficiais. Alguns pontos mostram que estamos chegando a um ponto de não retorno e ninguém tá falando sobre isso da forma ideal. Manaus precisa ser protagonista. É uma incoerência não ser. Vamos em busca disso. Quero contar com especialistas”, afirmou Marcelo.

Para o ex-servidor do Ministério do Meio Ambiente, Tacius Fernandes, os dados que mostram o avanço da estiagem são preocupantes. “Manaus sofre ano após ano. Estamos praticamente entrando em um período em que teremos grandes secas de forma perene. Não podemos ficar inertes. Temos que atacar. Este comitê é fundamental”, assinalou.

Entre os projetos de Marcelo, um dos mais fortes é fazer um plano efetivo que diminua a sensação térmica em Manaus: é o Programa Municipal de Arborização Urbana, inspirado no trabalho feito na cidade colombiana de Medellín.

“Nós vamos beber na experiência de Medellín, que plantou 880 mil árvores e com isso diminuiu em dois graus a sensação térmica na cidade. Manaus precisa de árvores. De um prefeito que plante árvores e não que derrube”, alerta.

Recursos

Luiz Castro também chamou atenção para os baixos recursos financeiros que têm a Secretaria Municipal de Meio Ambiente em Manaus atualmente. Em 2024, por exemplo, do orçamento de R$ 9 bilhões que teve a capital do Amazonas, apenas cerca de R$ 23 milhões foram para a área.

“Também teremos o compromisso de ampliar progressivamente os recursos humanos e tecnológicos da secretaria. É um modelo sucateado. Como querem que Manaus seja protagonista se não valorizam a pasta?”, indaga Castro.

Com informações da assessoria

Mais respeito e menos estresse: nem só dinheiro leva a recorde nos pedidos de demissão

O auditor Alisson de Carvalho, que trocou de emprego - Foto: Rubens Cavallari / Folhapress

Ter um salário mais alto é a grande motivação para que milhões de empregados com carteira assinada peçam demissão em número recorde no mercado formal de trabalho do Brasil. Mas dinheiro não é tudo. A busca por reconhecimento, menos estresse, um chefe com quem se relacionar melhor e até encontrar uma empresa com valores mais alinhados aos seus estão na lista de motivos dos que pediram dispensa.

O raio-X dos demissionários está na sondagem “Os Motivos dos Desligamentos a Pedido”, realizada pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e obtida em primeira mão pela Folha. Empresas de recrutamento e sites de gestão de carreira já fizeram levantamentos similares, mas o do ministério é o mais abrangente já realizado no país com trabalhadores formais.

A pasta buscou entender o crescimento nos pedidos de demissão depois de o próprio ministro Luiz Marinho (Trabalho) solicitar dados mais amplos sobre os efeitos da dança das cadeiras para trabalhadores e empresas.

No ano passado, 7,4 milhões pediram para sair de seus empregos —quase 2 milhões a mais do que o registrado no período anterior de alta mobilidade, no início da década de 2010, por exemplo.

Neste ano, o movimento segue forte. Já foram 4,3 milhões de pedidos de desligamento de janeiro a junho, uma alta de 14%. Mantido o ritmo, o ano pode terminar com novo recorde.

Os técnicos do ministério explicam que alterações na metodologia de registro no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) comprometem uma visão de longo prazo dos dados. No entanto, com ajustes, sustentam que é possível afirmar que o número de pedidos de demissão é recorde.

A sondagem para medir o fenômeno coletou informações entre 3,77 milhões de trabalhadores que pediram demissão de novembro de 2023 a abril de 2024. O instrumento para fazer o levantamento foi a Carteira de Trabalho Digital, que vem substituindo a de papel e tem várias funcionalidades.

O questionário foi enviado para 951 mil trabalhadores, que podiam acessá-lo pelo aplicativo de celulares ou na internet. Do total, 70.963 responderam ao questionário. Nem todos, porém, admitiram o pedido de demissão, apesar de ele estar registrado na base do Caged. Desse total, 53,7 mil confirmaram a solicitação de dispensa.

Pessoa segura carteira de trabalho; emprego formal é uma das formas de inserção no mercado avaliadas pelo IBGE – Foto: Gabriel Cabral / Folhapress

“O principal gatilho do trabalhador para pedir demissão é a percepção de que o seu salário é baixo naquela empresa, e ele pode conseguir um valor maior em outra”, explica a subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do MTE, Paula Montagner.

“No entanto, a sondagem capta que há um debate social em curso, pois um número expressivo sinalizou que saiu porque sentiu necessidade de ser valorizado, respeitado, ou seja, agora, há mais complexidade nas relações de trabalho do que se via anos atrás.”

Dos que responderam ao questionário do MTE, 71% disseram que não tinham fonte secundária de ganhos ou parente para ajudar. O emprego era a única fonte de renda. Parcela relevante, 36,5%, afirmou já ter outro emprego em vista quando pediu dispensa. Não era um voo no escuro.

A sondagem permitia que se assinalasse mais de uma razão para o pedido de demissão, e 32,5% destacaram que a motivação foi ganhar mais.

Para checar se a iniciativa tinha sido bem-sucedida, a sondagem monitorou o movimento desse demissionário. O acompanhamento consolidou dados gerais do período e também mensais.

Na média, 58% conseguiram salário maior. O melhor mês foi abril deste ano, quando 62% dos que pediram demissão foram recontratados ganhando mais.

O fato de muitos pedirem demissão sem garantir um salário maior ajuda a sustentar a percepção de que há uma mudança de comportamento em curso nas relações de trabalho.

Do total, 16,2% disseram que preferiram sair porque tinham problemas com a chefia imediata, 24,5% alegaram problemas éticos com a forma de trabalho da empresa e 24,7% indicaram que seu trabalho não era reconhecido. Esse nível de insatisfação foi maior entre jovens e mulheres, mas foi manifestado em todos os segmentos.

A busca por reconhecimento e um ambiente de trabalho mais saudável, por exemplo, levou o auditor de processos de logística Alisson de Carvalho, 28, a fazer algo que poderia ser impensável anos antes: pedir demissão da multinacional em que trabalhava.

Foto: Agência Brasil

“Tinha cinco anos de casa, cobrindo férias da chefia, atuando além das minhas funções. A empresa resolveu abrir um braço em Minas Gerais, e boa parte da equipe foi transferida do ABC paulista para lá, inclusive eu. Mudei a minha vida, comecei tudo do zero, treinei o time, mas não tive apoio”, conta.

Pouco mais de um ano depois da transferência, acumulando jornadas de trabalho de 17 horas consecutivas e com a saúde comprometida, ele chegou ao limite.

“Cumpri a minha missão, cuidei da transferência, conheci pessoas, não me arrependi. Mas, como em um relacionamento, se não está te fazendo bem, é melhor romper.”

Carvalho logo conseguiu uma entrevista de emprego e pôde se reencontrar com a realização profissional. Voltou a morar perto da família e está há cinco meses na nova vaga. “Não saí para ganhar mais dinheiro, precisava de crescimento com valorização. Agora me sinto satisfeito.”

Apesar da modernização, o mercado de trabalho brasileiro ainda é marcado por negócios despreparados para reter talentos.

Neste ano, os ministérios do Trabalho e das Mulheres publicaram o 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, justamente para tentar dimensionar como as organizações definem a ascensão do trabalhador.

Dos 49.587 estabelecimentos com cem funcionários ou mais que responderam, 51,6% declararam manter planos de cargos e salários ou plano de carreira. Ou seja, praticamente a outra metade não tem nada organizado para evolução dos funcionários.

Um número relevante, 23%, declarou à sondagem que pediu demissão porque estava adoecendo mentalmente com o estresse do trabalho, com destaque para jovens —26% dos trabalhadores de 18 a 24 anos, e 25% dos com 25 a 29 anos.

“O jovem está emocionalmente menos preparado para o nível de exigência do mercado? Esse sentimento é mais geracional ou eles expressam mais? É preciso tentar entender o que está ocorrendo”, diz.

Foto: FreePik

Para Tatiana Iwai, professora e pesquisadora de comportamento organizacional e liderança no Insper, a nova geração de trabalhadores tende a buscar mais mobilidade e outras experiências, em lugar de uma carreira longa em uma única empresa.

“A motivação intrínseca no trabalho pode vir do aprendizado, do crescimento e do desenvolvimento pessoal. Outra fonte é o impacto que o trabalho gera na empresa, na sociedade e em outras pessoas. O propósito social da empresa é importante e atrativo, especialmente para a nova geração.”

Chamou a atenção que 15,7% citaram a inexistência de flexibilidade da jornada para pedir dispensa, um volume abaixo do esperado, uma vez que a discussão sobre home office ganhou força desde a pandemia.

“Apesar do intenso debate sobre essa alternativa, ela não se destaca como um problema. Ou as empresas estão conseguindo atender a demanda de forma satisfatória ou, no pós-pandemia, as pessoa preferem sair do isolamento e se relacionarem no ambiente de trabalho”, diz Montagner.

Ela lembra que os 61 milhões de empregados com carteira assinada estão na fatia mais organizada e escolarizada do mercado. A própria formação oferece mais segurança para buscar a mobilidade. Na sua avaliação, o aumento da escolaridade pode ser um dos fatores para que o recorde de pedidos de dispensa ocorra agora.

Em 2015, por exemplo, dos trabalhadores com carteira, 21 milhões tinham ensino médio completo, e pouco mais de 13 milhões, superior completo. Atualmente, são, respectivamente, 24 milhões e 19 milhões.

MERCADO AQUECIDO ENCORAJA MOVIMENTAÇÕES

Quem estuda o mercado de trabalho reforça que o ciclo econômico do país é determinante nesse comportamento. Hélio Zylberstajn, professor sênior da Faculdade de Economia da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador do Projeto Salariômetro, da Fipe, afirma que, para permitir conclusões mais precisas, será necessário que o MTE realize sondagens contínuas sobre as causas dos desligamentos voluntários.

Zylberstajn lembra que, em períodos de recessão, os pedidos de desligamento caem, pois o trabalhador teme não se recolocar. Também há um padrão temporal, com uma queda geral nos desligamentos em dezembro, devido à menor contratação pelas empresas.

“A proporção de desligamentos a pedido caiu para perto de 10% no período da pandemia e hoje está em cerca de 34%. O determinante desse tipo de demissão é a atividade econômica”, diz o professor.

Jovens que chegam ao escritório não dominam técnicas de informática – Foto: Thomas Trutschel / Photothek via Getty Images

O cenário atual é o inverso. “Agora, o momento é o que chamamos de pró-trabalhador”, afirma o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do tema no FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

“A atividade econômica está surpreendendo, com revisões do PIB [Produto Interno Bruto] para cima, taxa de desemprego em baixa e salário médio em alta —as pessoas veem que há oportunidade para trocar de emprego e, sempre que esse ambiente ocorre, aproveitam.”

O recorte por setores no levantamento do ministério também ilustra isso. Depois de passar por ajustes, com demissões, o setor de tecnologia da informação voltou a contratar.

Na sondagem, 59% dos profissionais dessa área declararam que pediram demissão porque tinham outro emprego em vista, sendo que 44% disseram que era para ganhar mais.

O designer de produtos digitais João de Campos, 26, vive os últimos dias no trabalho atual. “Foi meu primeiro emprego desde a faculdade, queria estar lá pela experiência e por ser uma empresa que coincidia com alguns pilares da minha vida, como consciência ambiental e social. O que decepcionou foi o salário.”

Ele começou ganhando pouco mais de um salário mínimo, quando teve a carteira assinada, passou para um salário e meio —só conseguia se manter por ainda morar com a mãe. Sempre que tentava pedir um aumento, recebia um não.

“As justificativas eram que queriam ver mais empenho, mas sem estabelecer metas. Isso me desmotivou muito, via amigos que trabalham na área ganhando mais, com a mesma experiência.”

Campos decidiu deixar a empresa e fazer entrevistas para outras vagas, enquanto se vira como freelancer. “O momento do mercado ajuda na decisão, tenho certeza de que algo melhor logo irá aparecer.”

Segundo Montagner, a sondagem conseguiu diversidade de entrevistados no que se refere a gênero, idade e raça. No entanto, um número maior de trabalhadores do Sudeste, com destaque para São Paulo, respondeu às perguntas, juntamente com os do Sul.

Foto: Agência Brasil

O fato de 21% destacarem que pediram demissão por dificuldade de ir e vir da casa para o trabalho reflete o cotidiano nas grandes cidades dessa área do país.

No entanto, diz ela, foi possível captar algumas peculiaridades das demais regiões. No Centro-Oeste, por exemplo, a parcela que reclamou de baixo salário chegou a 37%, cinco pontos percentuais acima da média geral, sinalizando que há uma insatisfação maior com rendimentos.

O ministério ainda não avaliou se outras sondagens do gênero serão realizadas.

*Com informações de Folha de São Paulo

Em debate de vices, Maria do Carmo diz que ‘Manaus sofre com descaso’, inclusive de candidatos

Foto: Assessoria

De forma inédita, a candidata a vice-prefeita pela coligação “Ordem e Progresso”, Maria do Carmo Seffair, participou hoje (19), do primeiro debate entre os candidatos a vice, realizado pela rádio BandNews Difusora. A professora chegou acompanhada do candidato a prefeito, Capitão Alberto Neto (PL).

A iniciativa, que apresenta os candidatos a vice-prefeito, foi marcada pela ausência dos vices Coronel Menezes (Progressistas), que compõe a chapa de Roberto Cidade (União Brasil), e Renato Junior (Avante), vice na chapa do prefeito David Almeida (Avante). Nancy Segadilha (Cidadania), vice de Amom Mandel (Cidadania), também não esteve presente por motivo de saúde.

“Infelizmente, o debate de hoje está incompleto, porque dois candidatos não vieram e não deram explicações plausíveis: o vice do prefeito [Renato Júnior] e o Coronel Menezes. Isso demonstra uma clara falta de respeito com a população. Eles se esquivam de prestar contas e explicar suas ações. Isso precisa mudar, e estamos aqui para fazer diferente e transformar Manaus,” afirmou Maria do Carmo.

Na sua apresentação a candidata da Coligação Ordem e Progresso, destacou o descaso que Manaus vem enfrentando.

“Sou apaixonada por Manaus, e ver a minha cidade corroída pelo abandono, incompetência e corrupção me fez decidir entrar para a política. Não podemos mais aceitar que Manaus seja deixada de lado. Precisamos resgatar o que nossa cidade tem de melhor”, disse Maria do Carmo.

“Com a chancela do presidente Bolsonaro, nossa chapa defende os valores da direita: um Estado enxuto, eficiente e a serviço das pessoas. Com transparência e competência, queremos transformar Manaus na cidade que a gente merece”, completou a candidata a vice.

Capitão Alberto destacou que Maria do Carmo traz solidez para a chapa, afirmando que ela é a vice mais qualificada para comandar Manaus ao seu lado.

“Maria do Carmo é, sem dúvida, a vice mais preparada, como já demonstrou em sua trajetória na iniciativa privada. Vamos trazer essa experiência para o serviço público. Juntos, daremos um basta aos problemas de Manaus, com um choque de ordem e progresso”, afirmou o capitão.

Com informações da assessoria

Zezé Di Camargo e Luciano ficam em camarins separados e não se falam em bastidores de show

Foto: Divulgação / Rafael Strabelli

Zezé Di Camargo e Luciano realizaram uma apresentação em uma casa de shows no Rio de Janeiro no último sábado, 10, e chamaram a atenção pelo clima nos bastidores. Segundo informações do jornal Extra, os irmãos não interagiram antes de subirem ao palco.

Luciano foi o primeiro a chegar ao local do show e atendeu a imprensa sozinho. Em seguida, retirou-se para seu camarim, separado do de Zezé. Já Zezé, que veio em seu próprio jatinho acompanhado da esposa Graciele Lacerda, grávida, falou com a imprensa apenas no fim do show, também sozinho.

Apesar da falta de interação antes de se apresentarem, quando estavam no palco, Zezé e Luciano deram as mãos, se abraçaram e cantaram juntos.

A falta de conexão entre os irmãos fora dos shows não é novidade para os fãs. Luciano tem se dedicado a projetos solos, mantendo distância das recentes notícias envolvendo Zezé, Graciele, Zilu e seus sobrinhos, Wanessa e Igor.

Na semana passada, por exemplo, Luciano chamou a atenção por sua ausência no aniversário de 80 anos de Dona Helena, sua mãe, em São Paulo. Ele não compareceu à festa, nem interagiu com a foto postada por Zezé com os outros irmãos e a matriarca.

Em declarações à imprensa, Luciano garantiu que continuará cantando com Zezé, além de seguir com seus projetos solos, incluindo seu trabalho gospel. Zezé, por sua vez, em entrevista recente, revelou que começou a pensar em projetos paralelos quando soube, por terceiros, que Luciano lançaria um álbum solo.

“Eu já tinha começado a montar um projeto em comemoração aos 30 anos da dupla, mas aí alguém veio me dizer que o Luciano estava fazendo um disco sozinho, gospel, que era o sonho dele, aquela história toda… Liguei o pisca alerta e pensei: ‘também vou fazer um produto meu sozinho porque a gente não sabe o dia de amanhã’. Vai que meu irmão vire um evangélico super fiel, que queira só cantar música evangélica… Tenho que estar preparado para não ficar desavisado. Assim nasceu o ‘Rústico’, um caminho sem volta. Precisei me precaver”, afirmou Zezé em entrevista a André Piunti no YouTube.

*Com informações de Terra

Justiça determina que Município conceda auxílio-aluguel a vítima de violência doméstica em Manaus

Decisão proferida pela juíza Elza Vitória de Mello tem amparo em dispositivo recentemente inserido na “Lei Maria da Penha - Foto: Arquivo CNJ e Raphael Alves / TJAM

A Justiça do Estado do Amazonas, por meio do 6.º Juizado Especializado no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (“6.º Maria da Penha”) da Comarca de Manaus, determinou que a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos conceda o pagamento de auxílio-aluguel a uma vítima de violência doméstica, que teve a medida protetiva violada pelo ex-companheiro.

Proferida pela juíza Elza Vitória de Sá Peixoto Pereira de Mello, titular do 6.º Juizado Maria da Penha, a determinação tem como base inciso VI do artigo 23 da Lei n.º 11.340/2006 (“Lei Maria da Penha”). O dispositivo foi recentemente incluído na lei, por meio da Lei n.º 14.674, de 14 de setembro de 2023.

No caso analisado pelo 6.º Juizado Maria da Penha, a vítima já estava amparada por medida protetiva, mas foi surpreendida pelo agressor que retornou à casa em que ela estava e novamente voltou a insultá-la e posteriormente a agredi-la fisicamente. A mulher, então, buscou uma delegacia e relatou que o ex-companheiro, inclusive, quebrou o celular dela impedindo-a de se comunicar com outras pessoas.

A vítima foi recebida em um abrigo, todavia, em razão da temporalidade do período de permanência no abrigo, do temor em retornar ao lar – que se encontra ocupado pelo requerido, bem como pelo fato de estar desempregada e não dispor de recursos financeiros para custear o aluguel, ela solicitou, por meio da Defensoria Pública do Estado (DPE), o deferimento da medida agora prevista na “Lei Maria da Penha”.

Em sua decisão, a juíza Elza Vitória de Mello considerou que o pedido da requerente está instruído com elementos que indicam situação de grave vulnerabilidade social e econômica, tendo sido anexado aos autos procedimento policial “corroborando integralmente o relato da requerente, de que o requerido insiste em não cumprir as medidas protetivas ao promover novos atos de violência, forçando a vítima a deixar a residência.

Em trecho da decisão, a juíza titular do 6.º Juizado Maria da Penha registra ser “salutar registrar que, nesta espécie de procedimento, medidas como essa se revestem de especial importância, porque auxiliam na redução da vulnerabilidade das vítimas, garantindo que recomecem suas vidas em um ambiente seguro e não voltem ao convívio com o agressor em razão de dependência financeira ou patrimonial, logrando, ao final, o rompimento do ciclo da violência”

Após a decisão, a juíza encaminhou os autos ao Ministério Público, para que se manifeste a respeito de possível descumprimento de medida protetiva por parte do ex-companheiro da vítima, nos termos do art. 24-A da Lei 11.340/2006, devendo o órgão ministerial requerer o que entender de direito.

Cientistas descobrem ‘novo El Niño’; fenômeno pode mudar clima da Terra

El nino - Foto: Getty Images

Fenômeno denominado pelos especialistas como “novo El Niño” tem início do outro lado do mundo, na região da Austrália e da Nova Zelândia. Pesquisadores dizem ter encontrado “um novo interruptor no clima da Terra”.

Pode desencadear mudanças climáticas. Cientistas descobriram que uma pequena área do sudoeste do Oceano Pacífico, próxima à Nova Zelândia e à Austrália, pode desencadear mudanças climáticas que afetam todo o Hemisfério Sul.

É parecido com o El Niño. O novo padrão climático observado compartilha algumas características com o já conhecido El Niño e foi chamado de “Onda Número 4 do Padrão Circumpolar do Hemisfério Sul”, ou SST-W4. As descobertas foram publicadas na revista científica Journal of Geophysical Research: Oceans no dia 6 de julho.

Cientistas simularam 300 anos de condições climáticas. De acordo com comunicado oficial, o estudo combinou componentes atmosféricos, oceânicos e de gelo marinho para criar uma representação ampla do sistema climático da Terra. A partir dos dados gerados na simulação, os especialistas identificaram um padrão recorrente de variações da temperatura da superfície do mar no Hemisfério Sul.

Esta descoberta é como encontrar um novo interruptor no clima da Terra. [O estudo] mostra que uma área relativamente pequena do oceano pode ter efeitos de amplo alcance no clima global e nos padrões climáticos. Balaji Senapati, da Universidade de Reading, na Inglaterra, autor da pesquisa

Como funciona o “novo El Niño”

Tudo começa na Austrália e na Nova Zelândia. Segundo Senapati, o padrão climático funciona como uma reação em cadeia, criando quatro áreas alternadamente quentes e frias nos oceanos e formando um círculo completo no Hemisfério Sul. “Quando a temperatura do oceano muda nesta pequena área, desencadeia um efeito cascata na atmosfera. Isso cria um padrão que viaja por todo o Hemisfério Sul, carregado por fortes ventos do oeste”, diz o pesquisador.

Diferença entre o novo padrão e o El Niño. Ao contrário do El Niño, que começa nos trópicos, o fenômeno descoberto no estudo tem início nas latitudes médias, mais ao Sul da região do Equador.

Mudança no padrão dos ventos. A alteração na temperatura dos oceanos causa mudanças também na temperatura da atmosfera e no padrão dos ventos. “Quando a onda atmosférica muda os padrões do vento, ela afeta a forma como o calor se move entre o oceano e o ar. Isso altera a profundidade da camada superior de água mais quente do oceano, o que pode tornar as mudanças de temperatura mais fortes ou mais fracas”, explica o estudo.

População local sofreu quando o Rio de Janeiro registrou sensação térmica de 60,1ºC, em março deste ano – Foto: Reprodução / Agência Brasil / Fernando Frazão

Fenômeno acontece independentemente de outros sistemas meteorológicos conhecidos. De acordo com o estudo, o novo padrão descoberto no Hemisfério Sul ocorre mesmo com a atuação do El Niño (fase de aquecimento das correntes e dos ventos dos trópicos em direção ao Equador) e da La Niña (fase de esfriamento das águas na região). “Isso sugere que [o fenômeno descoberto] sempre fez parte do clima da Terra, mas só foi notado recentemente”, diz Senapati.

Descoberta pode ajudar os cientistas a entenderem melhor eventos climáticos no Hemisfério Sul. De acordo com Senapati, entender esse novo padrão no Pacífico pode melhorar não só a previsão do tempo e do clima, mas também auxiliar os especialistas na explicação de mudanças climáticas que atingem toda a região e compreender a gravidade crescente dos eventos extremos nesses locais.

El Niño e La Niña afetam clima do planeta. Ambos os fenômenos são estudados por especialistas há décadas e são considerados um conjunto de mudanças que acontece periodicamente no sistema de ventos e correntes no Oceano Pacífico tropical. As consequências dos fenômenos, que ocorrem geralmente entre dois e sete anos, afetam o clima em todo o planeta, que sofre com inundações, secas e outros desequilíbrios climáticos.

*Com informações de Uol

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