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Segunda mutação é achada em variante do Reino Unido e preocupa cientistas

Medicamento é capaz de neutralizar vários tipos de coronavírus. IMAGEM: Nexu/Reuters

A variante de coronavírus identificada no Reino Unido adquiriu espontaneamente uma segunda mutação “preocupante”, antes presente apenas nas variantes achadas na África do Sul e no Brasil, de acordo com documento publicado pelo governo britânico.

Essa segunda mutação, chamada E484K (e apelidada de Erick), foi encontrada durante estudo feito em 26 de janeiro, no qual foram analisadas 214.159 sequências genéticas da variante britânica, a B.1.1.7. “As informações preliminares sugerem mais d um evento de aquisição”, diz o relatório.

Mutações de vírus são comuns e esperadas, e a maioria delas é inócua ou até prejudicial ao vírus, mas algumas preocupam mais os cientistas porque elevam as condições de sobrevivência dos patógenos. É o caso da mutação Erick e da apelidada de Nelly (nome técnico N501Y), até então o principal problema da B.1.1.7.

Tanto Nelly quanto Erick afetam a proteína conhecida como Spike (espícula), que facilita a entrada do patógeno na célula humana. Os nomes técnicos se referem às partes e posições do vírus afetadas pelas trocas. N501Y indica que, na posição de aminoácido 501, a asparagina (N) foi substituído por tirosina (Y). Em E484K, houve uma troca de glutamato por lisina na posição 484.

As duas mutações tornam o coronavírus mais contagioso, mas a Erick é “a que mais preocupa”, porque tem mostrado maior possibilidade de reduzir a eficácia das vacinas, segundo Simon Clarke, professor de microbiologia celular da Universidade de Reading.

Ensaios clínicos feitos pela Novavax e pela Johnson & Johnson mostraram que suas vacinas foram menos eficazes na África do Sul, em comparação com o Reino Unido ou os EUA: “Presume-se que seja devido ao alto nível de vírus que carrega essa mutação E484K”, afirmou Clarke.

Embora nenhuma avaliação tenha sido feita com as vacinas de Oxford/AstraZeneca, Pfizer ou Moderna, ele diz que “é inteiramente possível que sua eficácia seja diminuída de forma semelhante por esta mutação”.

Julian Tang, virologista da Universidade de Leicester, concorda com a avaliação. Segundo ele, se a mutação Erick for adquirida pela maioria das variantes B.1.1.7, “podem não se aplicar mais” os resultados de testes que mostravam que vacinas de mRNA ainda oferecem proteção ideal para a variante britânica.

Além de reduzir a eficácia da vacina, a nova mutação pode também tornar menos eficientes tratamentos à base de anticorpos, como os usados pelo ex-presidente americano Donald Trump, de acordo com Lawrence Young, virologista da Universidade de Warwick.

“Essa mutação parece evitar que a infecção viral seja bloqueada por certos anticorpos monoclonais terapêuticos e reduz a eficiência dos anticorpos neutralizantes de indivíduos previamente infectados”, disse ele. Isso traz o risco de que variantes com a mutação Erick possam reinfectar com mais facilidade indivíduos que já haviam se recuperado da forma original do Sars-Cov-2, segundo Young.

Tang afirmou que uma das hipóteses para a nova mutação na B.1.1.7 poderia ter sido a recombinação com uma variante sul-africana ou brasileira que tivessem infectado a mesma célula, como acontece com vírus da gripe, “mas isso é mais raro com os coronavírus”.

“É mais provável que isso tenha surgido por meio de evolução natural dentro da população humana”, disse o virologista. “Esse é outro motivo para manter restrições e controle do contágio, caso contrário, o vírus não só pode continuar a se espalhar como também pode evoluir.”

Nesta terça (2), o governo britânico lançou uma operação porta a porta para testar 80 mil pessoas, depois de identificar ao menos 11 casos de contaminação comunitária (não relacionada a viagens) pela variante da África do Sul.

“É vital que façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para interromper a transmissão desta variante”, afirmou na segunda o secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock. “A melhor maneira de impedir a propagação do vírus – incluindo novas variantes – é ficar em casa e seguir as restrições em vigor, até que mais pessoas sejam vacinadas.”

Um contágio descontrolado de novas mutações colocaria em risco uma das únicas ações de sucesso do governo britânico no combate à pandemia, a campanha de vacinação, que já aplicou 15 doses de vacina para cada 100 habitantes e imunizou com a primeira dose 90% dos maiores de 80 anos.

Tino Marcos encerra carreira de repórter após 35 anos

A sensação do dever cumprido e o desejo de se dedicar mais à família nortearam a decisão, segundo Tino. ─ Foto: Renato Rocha Miranda/CGCOM

Há 35 anos, os momentos mais relevantes da história do esporte são contados em reportagens saborosas – com texto impecável e voz agradável. O rosto do carismático autor passou a fazer parte do dia a dia das casas dos brasileiros. Suave na maior parte do tempo, mas firme e indignado quando necessário, o repórter Tino Marcos escreveu sua trajetória profissional com a mesma competência e criatividade dos seus textos para a televisão. E assim se tornou o mais importante repórter esportivo do Brasil.

Aos 58 anos, Tino Marcos decidiu que essa história chegou ao fim. Fosse jogador de futebol, o desejo dele seria parar ainda no auge, depois de conquistar um grande título. Assim fará com a reportagem. Oito Copas do Mundo. Seis Olimpíadas. Incontáveis transmissões e reportagens. Viagens pelo mundo todo. A sensação do dever cumprido e o desejo de se dedicar mais à família nortearam a decisão. Mas Tino ainda tem uma missão a cumprir até o fim do mês, quando deixa a Globo.

Tino Marcos iniciou a carreira no Jornal dos Sports e nem planejava trabalhar em televisão. Em 1985, mudou os planos ao ser convidado para trabalhar na TV Globo. Com a seleção brasileira, Tino viveu os momentos mais marcantes da carreira. Foram 30 anos de cobertura. [Globo Esporte]

Arthur Lira é eleito presidente da Câmara

Em seu primeiro ato como presidente, Arthur Lira anulou a votação dos demais cargos da mesa diretora.

O deputado Arthur Lira (PP-AL) é o novo presidente da Câmara dos Deputados. O parlamentar foi eleito nesta segunda-feira (1º), em primeiro turno, com 302 votos e comandará a Casa no biênio 2021-2022. Em segundo lugar ficou o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), com 145 votos.

Ao todo, 503 deputados votaram. Oito candidatos disputaram a eleição para o cargo de presidente da Câmara. Em seu primeiro ato como presidente, Arthur Lira anulou a votação dos demais cargos da mesa diretora. O parlamentar determinou a realização de uma nova eleição para a escolha de seus integrantes nesta terça-feira (2), às 16h.

Pelo ato de Lira, a escolha dos candidatos terminará às 11h desta terça e o registro das candidaturas vai até as 13h. A definição dos nomes para os cargos segue o critério de proporcionalidade, dessa forma considera o tamanho das bancadas. A mesa diretora é composta por 11 cargos: presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e seus suplentes.

“Considerando que neste momento apenas o cargo de presidente foi apurado, cargo excluído da proporcionalidade partidária, permitindo a candidatura de qualquer deputado e que nenhuma candidatura apresentada a este cargo foi indeferida. Considerando que ainda não é conhecida a vontade deste soberano plenário, quanto à parte equivocada, relativas aos demais cargos, decide tornar sem efeito a decisão que deferiu o registro do bloco”, argumentou.

A decisão cancelou a formação do bloco de Baleia Rossi, formado por 10 partidos (PT, MDB, PSDB, PSB, PDT, Solidariedade, PCdoB, Cidadania, PV e Rede). Segundo Lira, o bloco foi protocolado após o término do prazo. Segundo o PT, o sistema da Câmara dos Deputados travou 20 minutos antes do fim do prazo, inviabilizando o protocolo no prazo.

Atuação harmônica

Ao iniciar seu discurso como presidente, Lira pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da pandemia de Covid-19. O parlamentar afirmou que a pandemia deve ser enfrentada com uma “atuação harmônica dos poderes sem abrir mão da independência” entre Legislativo e Executivo.

“Precisamos urgentemente amparar os brasileiros que estão em caso de desespero econômico; analisar como fortalecer nossa rede de proteção social; vacinar, vacinar e vacinar a população; e buscar o equilíbrio das contas públicas”, argumentou.

Ao discursar antes da votação, Lira afirmou que haverá reunião de líderes partidários às quintas-feiras para construir a pauta de votação. Além disso, serão definidos os relatores das propostas, respeitada a proporcionalidade partidária.

“Quando um deputado ou deputada atinge a presidência [da Casa], é imposta automaticamente a perda da mais fundamental prerrogativa parlamentar, a de votar”, disse. “Isso quer dizer que o presidente não pode ter posições pessoais.”

Votação

O deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) ficou em terceiro lugar com 21 votos; Luiza Erundina (PSOL-SP), com 16 votos; Marcel van Hattem (Novo-RS), com 13 votos; André Janones (Avante-MG), com 3 votos; Kim Kataguiri (DEM-SP), com 2 votos; e General Peternelli (PSL-SP), com 1 voto. Também foram registrados 2 votos em branco. [ABr]

CONFIRA O TEMPO NESTA TERÇA-FEIRA

[Climatempo]

Bala perdida atinge teto de igreja e cai aos pés de padre durante missa

Celebração estava sendo transmitida ao vivo pela internet e ninguém ficou ferido. ─ Imagem: Reprodução

Uma bala perdida atravessou o teto da Igreja Matriz São José, no bairro Maruípe, em Vitória, e caiu aos pés do padre que celebrava a missa, na noite deste domingo (30). A celebração estava sendo transmitida ao vivo pela internet e ninguém ficou ferido. As informações são do G1.

De acordo com uma publicação feita pela Paróquia São José em uma rede social, a cápsula caiu no chão da igreja por volta das 19h37, após uma queima de fogos na região. O projétil atingiu o teto de zinco e perfurou o gesso da igreja.

Ao perceber a situação, o padre Robinson de Castro Cunha recolheu a bala, entregou ao coordenador da comunidade e continuou a celebração. Na transmissão é possível ouví-lo explicando ao coordenador: “Um cartucho de bala”.

A Paróquia informou que o coordenador da comunidade registrou um Boletim de Ocorrência sobre o caso.

Em nota, a Polícia Militar disse que não foi acionada. A Polícia Civil disse que não localizou nenhuma ocorrência com essas informações atendida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ou registrada na Delegacia Regional de Vitória.

Rodrigo Pacheco é eleito presidente do Senado

Parlamentar mineiro do DEM, apoiado por Jair Bolsonaro, desbanca Simone Tebet (MDB) e comandará a Casa pelos próximos dois anos. ─ Foto: Reuters

O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi eleito para o comando da Casa pelos próximos 24 meses em sucessão a Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Apoiado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, o parlamentar obteve 57 votos de um total de 78 senadores votantes na Casa (um dos senadores, Chico Rodrigos, do DEM-RR, está de licença), desbancando Simone Tebet (MDB-MS).

Jorge Kajuru(Cidadania-GO), Major Olímpio (PSL-SP) e Lasier Martins (Podemos-RS) retiraram suas candidaturas para apoiar Tebet. Não foi suficiente para ela, que obteve 21 votos.

Pacheco costurou sua candidatura ainda em 2020 e contou com o apoio de 10 partidos. Ele já era favorito quando Tebet anunciou que concorreria, em 12 de janeiro, e de lá para cá suas chances só aumentaram.

A emedebista, além de ter obtido menos adesões de partidos à sua candidatura do que Pacheco, foi traída pela própria legenda na reta final da campanha, que decidiu apoiar o concorrente.

Mesmo assim, Simone manteve a candidatura. [R7]

Prefeitura vai ampliar atendimento para idosos acamados

O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas.

Avançando em mais uma etapa na campanha de vacinação contra a Covid-19, a Prefeitura de Manaus ampliou os canais de atendimento aos idosos acamados, com idade a partir de 70 anos.  Além do 0800 280 8 280, que teve aumento na capacidade de resposta às chamadas, seis novos números foram colocados à disposição das famílias: 98842-1542, 98842-1449, 98842-7274, 98855-2248, 98855-2185 e 99962-4887. Os canais são operados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e devem ser acessados apenas pelos idosos que ainda não têm cadastro para o serviço de vacinação em domicílio ou que precisam atualizar seus dados. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas.

Para os idosos que já estão cadastrados, a Semsa começa, já nesta segunda-feira, 1/2, a realizar o agendamento do dia e da hora que o idoso receberá a equipe de vacinação em casa. “O idoso que já foi vacinado em casa anteriormente e que não mudou de endereço ou telefone deve aguardar o contato da secretaria”, explica a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, informando que os técnicos do Divisão de Imunizações vão organizar a vacinação domiciliar com rotas diárias até o atendimento de todos os idosos acamados das três faixas etárias contempladas nesta etapa da campanha, os de 70 a 74 anos, os 75 a 79 anos e os de 80 anos e mais.

O serviço domiciliar deve ter início na próxima quarta-feira, 3/2.

A vacinação dos idosos contra a Covid-19 em Manaus teve início na última sexta-feira, 29/1, em cinco pontos de atendimento em sistema de drive-thru e de pontos fixos, e deve seguir até o próximo dia 15. Nos primeiros quatro dias de campanha, mais de 9 mil pessoas já foram vacinadas. A imunização começou com os que têm 80 anos e mais e, desde este domingo, 31, também estão sendo vacinados os de 75 a 79 anos.

A faixa etária seguinte é a dos que têm entre 70 e 74, com prioridade para os acamados e para os portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Insuficiência Renal Crônica, diabetes (insulina dependente) e os que têm obesidade (IMC >40), além dos transplantados e imunossuprimidos. “Estes critérios foram definidos porque, na primeira remessa de vacinas destinada aos idosos, o município recebeu o suficiente para vacinar 100% dos idosos acima de 75 anos, mas para o grupo de 70 a 74 anos recebeu apenas 37% do necessário.

Com a chegada de novas doses, todos serão imunizados, informa Shádia Fraxe. “É importante lembrar que todos os grupos populacionais considerados prioritários no combate à Covid serão vacinados de forma gradativa, conforme as doses sejam enviadas pelo Ministério da Saúde ao município”.

Para a atual etapa da campanha de imunização, Manaus conta com 50.398 doses da vacina AstraZeneca/Oxford, que deve ser aplicada em duas doses, com intervalo entre 8 e 12 semanas.

Além dos idosos acamados, a Semsa inicia, também nesta segunda-feira, a vacinação dos idosos que residem em áreas rurais. Equipes de vacinadores irão aplicar as doses em idosos residentes  nas comunidades rurais, utilizando vias de transporte terrestres e fluviais.

Acusado de terceiro mandato, prefeito de Santo Antônio do Içá pode ser cassado

O atual mandato de Walder ‘Ceceu’ estaria comprometido por causa de dois mandatos consecutivos da irmã Suzana, a qual em muitas oportunidades ocupou a função de prefeita.

Tramita no TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas) ação judicial impetrada pelo candidato a prefeito de Santo Antônio do Içá na eleição municipal de 2020, Antunes Bitar (PSC), pedindo a cassação dos diplomas de Walder Ribeiro da Costa (Ceceu) e Alberto Gomes Xavier, respectivamente eleitos prefeito e vice-prefeito.

De acordo com o deputado estadual Belarmino Lins (PP), que apoiou Antunes na disputa eleitoral de 15 de novembro, a ação corre no Ministério Público Eleitoral do TRE e tem como relator o desembargador eleitoral Fabrício Frota Marques. Segundo a ação, Walder não poderia ter sido diplomado pelo fato de o seu mandato, na realidade, configurar a extensão de dois mandatos exercidos por sua irmã, Suzana Maria da Costa Portela, vice-prefeita do município entre 2013 e 2020.

“Na prática, Suzana, irmã de 1° grau do candidato eleito Walder, cumpriu dois mandatos à frente da Prefeitura de Santo Antônio do Içá, chegando a assumir o Executivo Municipal por vários períodos, conforme provas documentais juntadas à peça judicial”, explica o advogado Sério Rabelo, membro de uma banca de profissionais contratados por Antunes Bitar, da qual fazem parte Márcio Silva Teixeira, Mauro Celi Martins e Sérgio Rubem Melo.

A batalha judicial, segundo Sérgio Rabelo, começou com um recurso de Antunes e seu vice Sinésio Trovão (PP) junto a 47ª Zona Eleitoral contestando a diplomação de Walder Costa e Alberto Xavier. Apesar do recurso, Walder e Alberto foram diplomados, obrigando Antunes a agir junto ao TRE-AM, o que aconteceu em 5 de janeiro, logo após o recesso forense iniciado em 20 de dezembro de 2020.

Constituição reprova

Conforme Sérgio Rabelo, é evidente a configuração do terceiro mandato por parte de Walder dentro do mesmo grupo familiar, sequenciando os dois mandatos exercidos pela irmã Suzana, que ocupou o cargo majoritário por 36 meses, o equivalente a 709 dias, substituindo o titular Abraão Magalhães Lasmar entre 2013 e 2020.

As incompatibilidades reflexas decorrentes de parentesco, segundo o advogado, estão estampadas no art. 14, § 5 e §7 da Constituição Federal Brasileira. A propósito, ele também destaca jurisprudências existentes no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tratando da matéria.

Concordando com o advogado, o deputado Belarmino diz que a ilegalidade é clara: “O atual mandato de Walder ‘Ceceu’ está comprometido por causa de dois mandatos consecutivos da irmã Suzana, a qual em muitas oportunidades ocupou a função de prefeita. A eleição de ‘Ceceu’ está na contramão do que reza a Constituição por se tratar de uma terceira eleição dentro do mesmo núcleo familiar. Portanto, acreditamos que o TRE-AM resgatará, por uma questão de justiça, um direito líquido e certo do impetrante Antunes Bitar, determinando a realização de nova eleição em Santo Antônio do Içá”.

O TSE e o STF, como afirma Sérgio, entendem que o impedimento à candidatura a um eventual terceiro mandato consecutivo não está restrito à pessoa do candidato, mas ao seu núcleo familiar, alcançando o exercício anterior do cargo por parentes, consanguíneos ou afins.

Caso Coari

O processo envolvendo o prefeito de Santo Antônio do Içá se assemelha ao caso do ex-chefe executivo de Coari, Adail Filho, que teve o registro de candidatura cassado de forma unânime pelo TRE-AM.

A Corte entendeu que o prefeito coariense transgrediu a legislação eleitoral e a Constituição de 1988 que proíbem que integrantes do mesmo núcleo familiar exerçam mandados por mais de duas legislaturas consecutivas.

Rodrigo Guedes denuncia preços abusivos praticados pelo cartel da gasolina em Manaus

Ver. Rodrigo Guedes (PSC)

O vereador Rodrigo Guedes (PSC) voltou a fazer denúncias ao Programa Estadual de Proteção e Orientação do Consumidor (Procon-AM), nesta segunda-feira (1), com relação ao aumento injustificado dos preços de combustíveis nos postos de gasolina na capital.

Durante fiscalização nos postos localizados na Zona Sul de Manaus, o vereador constatou que em todos os estabelecimentos o preço do litro da gasolina, que durante o mês de janeiro custava a média de R$ 4,50, saltou para R$ 4,80 no último fim de semana.

Rodrigo Guedes afirmou que, apesar do aumento de preço nas refinarias da Petrobras, a prática de aumentar os preços dos combustíveis, de forma simultânea e no mesmo valor, realizada por todos os postos da capital, não se justifica, é criminosa e prejudica a população.

“Quando todos eles tabelam a tarifa, colocando o mesmo preço aos combustíveis, quem perde é o consumidor que não tem a oportunidade de buscar preços mais justos e mais em conta. A ação criminosa de cartel eu estarei sempre denunciando”, explicou.

Além do Procon-AM, o vereador acrescentou que também encaminhou a denúncia ao Ministério Público do Estado (MP-AM) e à Polícia Federal (PF). Há três anos, enquanto esteve à frente do Procon Manaus, Rodrigo Guedes realizou várias denúncias, fiscalizações e autuações sobre o cartel nos postos de combustíveis da capital amazonense e afirmou que durante o mandato parlamentar vai dar continuidade ao trabalho de fiscalização.

“Não podemos aceitar a ação da prática de preços iguais, na cidade inteira. Vou lutar contra isso e não ficarei calado com relação a essa organização criminosa que atua há décadas na cidade de Manaus”, concluiu.

*Com informações da assessoria

Brasil corre risco de terceira onda de covid ‘muito pior’ neste ano

Situação do Amazonas é apontada por epidemiologistas como preditora do que poderá acontecer em outras regiões do país. ─ Foto: Bruno Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

População cansada de ficar em casa, restrições menos duras, aumento de casos de covid-19 e mortes, hospitais novamente lotados, descoberta de uma variante mais transmissível do vírus em Manaus (AM), ausência de uma coordenação nacional, dificuldades para vacinação em massa.

Estes e outros fatores fazem especialistas em saúde pública acreditarem que a pandemia no Brasil pode ter, nos próximos meses, um capítulo ainda mais trágico do que o observado em quase um ano desde que o novo coronavírus chegou ao país.

Um retrato disso já está evidenciado nos números oficiais do Ministério da Saúde.

As três primeiras semanas de 2021 foram as piores em números de novos casos do que no auge da chamada primeira onda, no meio do ano passado.

Desde 21 de janeiro, o número de casos ativos de covid-19 no país está em um patamar de 900 mil, muito acima dos 690,6 mil observados na semana de 22 de julho, quando o Brasil registrava picos de casos em 2020.

As previsões para o verão brasileiro eram relativamente otimistas em setembro e outubro, explica Ethel Maciel, pós-doutora em epidemiologia e professora do Departamento de Enfermagem da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).

“Pensamos que passaríamos o verão com baixo número de casos. O vírus está desafiando as nossas previsões, é algo preocupante. Pelas nossas previsões, teríamos uma segunda onda lá para abril e maio, já com a vacinação em andamento.”

O médico e epidemiologista Eliseu Alves Waldman, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), considera, inclusive, que o Brasil pode viver uma “terceira onda” sem que nem mesmo ter saído da anterior.

“Saiu um artigo mostrando que o coronavírus está assumindo uma sazonalidade em todo o mundo, mostrando com dados e uma análise epidemiológica a respeito. Se isso ocorrer aqui no hemisfério sul, nós, que estamos na vigência de uma segunda onda sem que tivéssemos saído da primeira, e possivelmente pelas dificuldades de uma vacinação em massa, continuaremos em um patamar elevado. Quando chegar em abril e maio [outono na parte mais populosa do país], isso não nos permite uma visão otimista.”

Os meses de frio no Brasil são tradicionalmente marcados pelo aumento de doenças causadas por vírus respiratórios, como é o caso da covid-19.

“O melhor preditor do comportamento futuro é o comportamento passado — e vocês podem ver o passado. O futuro do Brasil é o que está acontecendo aqui nos Estados Unidos e na Europa, os casos estão subindo conforme está ficando mais frio. Eu acredito 100% que os casos vão subir no Brasil quando esfriar, a menos que haja uma vacina”, disse ao em novembro o pesquisador Adam Kaplin, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

Nova variante no Amazonas

A descoberta por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) de uma nova variante do coronavírus mais transmissível e predominante na cidade de Manaus (AM) deve ser vista pelos especialistas como um sinal de alerta.

A OMS (Organização Mundial da Saúde), que colocou a mutação brasileira na lista de “preocupantes”, junto com a do Reino Unido e da África do Sul, informou na quarta-feira (27) que a cepa já foi detectada em oito países, incluindo Estados Unidos, Itália, Alemanha e Japão.

“Se já está em oito países, é possível que já esteja no país todo”, acrescenta Waldman.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta também demonstrou preocupação em relação à variante e à forma como o governo federal tem administrado a situação do Amazonas.

“O mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil, e o Brasil está, não só aberto normalmente, como está retirando pacientes de Manaus, mandando para Goiás, Bahia, outros lugares, sem fazer os bloqueios de biossegurança. Provavelmente, a gente vai plantar essa cepa em todos os territórios da federação e daqui a 60 dias a gente pode ter uma megaepidemia”, afirmou em entrevista ao programa Manhattan Connection, da TV Cultura, na semana passada.

A variante brasileira possui 12 mutações na proteína de superfície do vírus, chamada de spike, que é a parte que se conecta com receptores do sistema respiratório humano para entrar nas células.

O virologista e pesquisador da Fiocruz Amazonas, Felipe Naveca, integrante da equipe que descobriu a variante, explica que essas mutações deram “vantagem” ao vírus.

“Fazendo uma analogia simples: a nossa célula seria a porta, a fechadura seria o receptor [por onde o vírus entra no organismo]. O vírus conseguia abrir aquela porta, mas era uma chave que não era muito boa. Agora, a gente pode ter uma chave que consegue abrir com muito mais facilidade. Por isso chamam muito atenção essas mutações.”

Diferente de março do ano passado, quando o “fique em casa” foi compreendido pela maior parte da população, hoje, muita gente está cansada do isolamento.

“Eu acho que a gente vai piorar muito antes que melhore. Entramos em uma situação com este ambiente político que foi criado que temos visto até dificuldade dos governadores de instituir medidas mais duras. Está difícil conseguir convencer as pessoas”, observa a professora da Ufes.

No Amazonas, quando o governador Wilson Lima (PSC) anunciou um lockdown após o Natal, centenas de pessoas foram às ruas para protestar contra o fechamento do comércio, e ele recuou da decisão. Duas semanas depois, o sistema de saúde do estado entrou em colapso com pessoas morrendo por falta de oxigênio.

O Amazonas foi, no ano passado, o primeiro estado a sentir com força o impacto da pandemia. Houve colapso hospitalar e funerário em Manaus.

Em maio, no auge da primeira onda, o estado registrou uma média de 78 mortes diárias por covid-19. Com a segunda onda, chegou a uma média recorde de 105 óbitos em 21 de janeiro.

Cerca de um mês e meio depois, a capital paulista atingiu 90% de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com covid-19. A doença se espalhou para as grandes cidades do interior algumas semanas depois.

Ethel Maciel alerta que o Brasil tem registrado médias de 1.000 mortes por dia de forma “consistente”.

“Já está ultrapassando em alguns lugares o que a gente viu na primeira onda em número de casos e óbitos — e com muito mais coisas abertas. Ou seja, não temos quase medida de restrição nenhuma com uma situação muito pior.”

Agora, explica Waldman, a pandemia atinge com mais força cidades pequenas de todo o país.

A primeira onda, que não foi fácil, pegou fundamentalmente as grandes capitais e, no máximo, uma parte das cidades médias, centros de região, que bem ou mal têm condições mínimas de enfrentamento. Agora, quando chega às pequenas cidades, que é o que está acontecendo, tende a ser dramático.

O epidemiologista faz a ressalva de que não há alternativa além das medidas de redução da mobilidade neste momento, principalmente em locais com pouca infraestrutura hospitalar.

“O papel dos gestores é sempre se preparar para o pior cenário. Se ele não se concretizar, ótimo. Mas é melhor nestes casos dramáticos você errar pelo excesso, não pela falta. Prefeitos estão se negando a tomar medidas mais drásticas, mas não têm também condições de atender a população. Em Manaus, tem 600 pessoas esperando disponibilidade de leitos. Possivelmente vão morrer em casa.”

O governo de São Paulo endureceu desde 25 de janeiro as restrições para o funcionamento de estabelecimentos comerciais. Mas as taxas de isolamento continuam em torno de 40% nos dias de semana, muito abaixo do patamar considerado necessário para diminuir a velocidade de transmissão do vírus (acima de 55%).

Os dois epidemiologistas afirmam que é difícil estabelecer um cenário para os próximos meses no Brasil diante de tantas variantes e concordam que tudo dependerá da velocidade como que o Brasil conseguirá vacinar a população.

“A nossa situação vai depender muito da nossa vacinação, se a gente conseguir uma campanha robusta”, avalia Ethel. Mas o cenário das vacinas também não pode ser considerado otimista.

Com apenas duas vacinas contra covid-19 compradas até agora para uso no SUS (CoronaVac e Oxford), o Brasil enfrenta dificuldades na obtenção de insumos para a produção das duas pelo Instituto Butantan e Fiocruz, respectivamente.

Atrasos no fornecimento da matéria-prima poderiam forçar o Ministério da Saúde a paralisar a campanha de vacinação iniciada em 18 de janeiro.

Sem IFA (ingrediente farmacêutico ativo) da AstraZeneca, a Fiocruz teve que adiar para março a entrega das primeiras doses da vacina de Oxford, que serão produzidas na fábrica de Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro.

A alternativa foi importar 2 milhões de doses do Instituto Serum, da Índia, para serem somadas aos 10,8 milhões de doses da CoronaVac já disponíveis.

Os grupos prioritários estabelecidos pelo Ministério da Saúde reúnem cerca de 77 milhões de pessoas. Com duas doses, o país precisaria ter mais de 154 milhões de vacinas disponíveis para cobrir as quatro etapas.

Além disso, por ser uma descoberta relativamente nova, divulgada em 12 de janeiro, não se sabe nem mesmo se as vacinas que estão previstas para uso na campanha de imunização contra covid-19 no país são eficazes contra a variante brasileira. [R7]

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