Neymar vê Ganso ‘gênio’ e diz: ‘Deveríamos ter ido para a Copa’
O sucesso da dupla Neymar e Paulo Henrique Ganso chamou a atenção do Brasil. Com o bom desempenho dos então jovens craques com a camisa do Santos, muito se falou sobre a chance dos nomes deles surgirem na lista de convocação de Dunga para a Copa do Mundo de 2010.
Em participação no ‘Podpah’, na noite da última quinta-feira, o camisa 10 do Peixe foi questionado sobre o amigo com quem brilhou no alvinegro praiano e relembrou a expectativa pela convocação.
“Eu coloco o Ganso na prateleira dos gênios. Acho ele muito diferente. Ele sempre foi assim, muito bom tecnicamente. Em 2010 ele era até apontado como mais preparado que eu, por exemplo, para ir para a Copa… ‘acho que a gente deveria ter ido para a Copa em 2010?’ Acho! Os dois… mas ele estava mais preparado que eu para jogar no Mundial mesmo”, disse.
“A gente tinha esperança, tanto que assistimos juntos à convocação. Todo mundo pedia, era um pedido muito grande… e é isso, a gente queria ir. Tinha aquele sentimento de ‘será que vamos ser convocados?’, mas, acabou não acontecendo”, completou.
Naquele Mundial, o Brasil acabou sendo eliminado nas quartas de final, com derrota por 2 a 1 para a seleção da Holanda.
Parceria de sucesso
Juntos, Neymar e Ganso foram campeões da Copa do Brasil, da Libertadores e do Paulistão (3x). A dupla chegou ao fim em 2012, em setembro, quando Ganso foi vendido ao São Paulo. Mais tarde, em 2013, Neymar deixou o futebol brasileiro rumo ao Barcelona.
*Com informações de IG
Lei de Roberto Cidade cria protocolo contra assédio e abuso a crianças e adolescentes
A prisão de mais um professor de jiu-jítsu, desta vez em Novo Airão (a 115 quilômetros de Manaus), voltou a jogar luz e a reforçar a importância da Lei nº 6.573/2023, de autoria do presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade (UB), que estabelece protocolos de prevenção e combate ao assédio e abuso infantil em clubes formadores e academias esportivas do Estado amazonense.
“Precisamos garantir mais segurança aos nossos jovens, principalmente nos ambientes de esporte e lazer. Por isso, é tão importante que a nossa Lei seja conhecida e cobrada. Iremos procurar as associações, escolas e clubes para cobrar a implementação do protocolo e, consequentemente, ampliar a proteção de crianças e adolescentes. O jiu-jítsu é um esporte bonito, é uma prática que muda vidas, que dá oportunidades, no entanto, é preciso que seja praticado em um ambiente seguro e por pessoas responsáveis e comprometidas em fazer o bem”, declarou.
A Lei de autoria de Cidade estabelece um protocolo, que deve conter, entre outras coisas, diretrizes como a identificação e avaliação dos riscos de abuso e assédio infantil e os procedimentos de prevenção e combate ao abuso e assédio.
Além disso, os clubes formadores e academias deverão exigir que todos os profissionais e voluntários envolvidos na iniciação e prática esportiva de crianças e adolescentes apresentem atestado de antecedentes criminais, anualmente. Os clubes formadores e academias esportivas deverão manter uma Ouvidoria para receber denúncias de abuso sexual de crianças e adolescentes, garantindo o sigilo e a proteção dos denunciantes.
Crime em Novo Airão
Na terça-feira (25), a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 77ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Novo Airão, prendeu o professor de jiu-jítsu José Carlos Menez Correa Júnior, de 31 anos, conhecido como “Júnior Pionga”. Ele é investigado por estupro de vulnerável de duas alunas, de 11 e 13 anos, que participavam do projeto de jiu-jítsu que ele ministrava em 2023.
Além disso, Júnior Pionga foi indiciado por perseguição majorada contra crianças e adolescentes, coação no curso do processo e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo.
Conforme a PC-AM, o professor possui um histórico de crimes de abuso contra crianças.
Com informações da assessoria
Suframa celebra 58 anos com recordes de produção e avanços na proteção da Amazônia
A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) comemora nesta sexta-feira (28), 58 anos de atuação em favor da integração e do desenvolvimento de sua área de abrangência: Estados da Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima) e Estado do Amapá.
Fortes avanços para o desenvolvimento da região são traduzidos também na potência de um Polo Industrial que faturou o montante recorde de R$ R$ 204 bilhões em 2024 e gerou mais de 120 mil empregos diretos, como também vem contribuindo para reduzir desigualdades regionais, impulsionar a economia regional e nacional e elevar o padrão de qualidade de vida de milhões de brasileiros
Criada pelo Decreto Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, a Autarquia do governo federal brasileiro conseguiu, ao longo de quase seis décadas, atuar diretamente na implementação de um dos projetos de desenvolvimento regional mais bem-sucedidos da história do País e que, hoje, também é reconhecido globalmente por suas relevantes contribuições para a sustentabilidade da Amazônia e, consequentemente, do planeta.
Diversificação e preservação
Além dos seus impactos econômicos, a Zona Franca de Manaus se destaca também por contribuições ao meio ambiente. A concentração da atividade industrial em uma área geograficamente delimitada, com uso mínimo de recursos florestais, impactou significativamente na preservação da biodiversidade local. Estima-se que, graças a essa estratégia, 98% da mata nativa do Amazonas esteja preservada.
Responsável pela administração dos incentivos fiscais da ZFM, a Suframa também desempenha um papel fundamental na busca por alternativas para o desenvolvimento sustentável da região. Ao longo de sua história, a Autarquia investiu em projetos de aproveitamento da biodiversidade e estabeleceu parcerias estratégicas com instituições públicas e privadas, tanto no Brasil quanto no exterior. Esses investimentos contribuíram para a expansão da infraestrutura local e para o fomento de programas educacionais de especialização, mestrado e doutorado, que buscam qualificar a mão de obra da região para novos desafios.
Avaliação positiva
O superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, ressalta o momento especial em que a Suframa completa 58 anos de existência. “Temos perspectivas muito positivas não apenas para o crescimento da forte base que já existe, representada pelo Polo Industrial de Manaus, mas também para a diversificação da economia regional a partir da bioeconomia, de investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e de outros setores estratégicos, como turismo, mineração sustentável, setor primário e outras frentes. A Suframa já é uma instituição bastante amadurecida, com um corpo técnico de grande qualidade, e sem dúvidas continuará cumprindo seu papel da melhor forma e seguindo todas as diretrizes do governo federal no que diz respeito, principalmente, à busca pela redução da pobreza, pela geração de emprego e renda e pela ampliação de oportunidades diversas de crescimento para a população e o setor produtivo. Temos confiança que a Zona Franca de Manaus continuará a ser um modelo de desenvolvimento regional que integrará os aspectos econômicos, ambientais e sociais, e permanecerá como ponto de referência para o crescimento sustentável do Amazonas e da Amazônia Ocidental”, destacou Saraiva.
Reforma tributária
A reforma tributária e o resultado de todas as decisões tomadas acerca dela e que mantiveram a “sobrevivência” da Zona Franca de Manaus até 2073, trouxeram resultados positivos para a atração de novos investimentos, de acordo com o superintendente.
“Em 2024, nós conseguimos sair de R$ 175 bilhões para R$ 204 bilhões de faturamento, e saímos de 114 mil para 128 e 700 de trabalhadores diretos. Quer dizer, crescemos 14 mil novas vagas no Polo Industrial. Ainda em dezembro, graças ao apoio da nossa bancada – o senador Omar (Aziz) foi fundamental no trabalho de articulação no Congresso Nacional -, nós aprovamos a regulamentação da reforma tributária. Resultado disso é que, no último mês de janeiro recebemos várias consultas informais sobre os nossos incentivos, a nossa segurança jurídica, a possibilidade de instalação na nossa cidade – e aqui eu faço um parêntese: a cidade precisa estar pronta para a chegada de novas empresas, novas indústrias que deverão se instalar por aqui”, alertou.
Sobre a nova rota rodo-fluvial, a partir do Porto de Chancay, no Peru, o superintendente ressalta que ela será importante para o transporte dos insumos e escoamento da produção. “Já estamos trabalhando o alfandegamento de Tabatinga (município amazonense localizado no Alto Solimões), que já está bem avançado, para que a gente possa ter facilidade na entrada e saída de insumos e produtos em Tabatinga pelo Rio Solimões, que liga com Peru e Colômbia”, informa.
Por fim, o superintendente Bosco Saraiva destaca a importância de se discutir práticas referentes à questões ambientais, de impacto social e de aprimoramento da governança. No próximo dia 21 de março, a Autarquia realiza o 2º Fórum ESG (Environmental, Social and Governance) Amazônia, em parceria com o Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam). “O ESG está no nosso dia a dia e é um conceito cada vez mais relevante, que resulta em compromisso com a sustentabilidade, traz segurança para o investidor, para a empresa e a sociedade em geral. Temos levado essa mensagem nas visitas que fazemos às fábricas. E esse novo evento na Suframa representa o compromisso da instituição com a causa e com todos”, sintetiza o superintendente.
Com informações da Suframa
Claudia Leitte é vaiada na abertura do Carnaval de Salvador por alterar letra de ‘Caranguejo’
A cantora polemizou nas últimas semanas, após alterar a letra de ‘Caranguejo’, removendo um verso que se refere a uma divindade de matriz africana, Iemanjá
Após se envolver em polêmicas e ser acusada de intolerância religiosa, Claudia Leitte foi surpreendida negativamente por uma multidão, nesta quinta-feira (27), durante sua participação especial no trio de Carlinhos Brown, em Salvador. O momento marca a abertura do Carnaval baiano e repercutiu nas redes sociais.
A vaias viralizaram por causa da publicação no X (antigo Twitter) de Felipe Caetano, um rapaz que estava em meio à multidão quando a cantora foi anunciada por Carlinhos Brown. Mesmo com a comoção, Carlinhos e a convidada deram continuidade à performance.
Em um vídeo gravado por outro ângulo, um fã-clube popular da cantora, o “Clientela da Claudia Leitte”, mostrou que ela também foi bastante aplaudida por admiradores que estavam no trio, em grande volume.
Entenda a polêmica de Claudia Leitte
A polêmica começou quando amantes do axé notaram uma alteração na música Caranguejo, uma das composições mais marcantes da carreira de Claudia Leitte. Inicialmente, o verso que gerou alvoroço dizia: “Saudando a rainha Iemanjá”. Posteriormente, ela o alterou para: “Eu canto meu Rei Yeshua”, referindo-se a figura central do Cristianismo, Jesus Cristo.
Na web, internautas especularam que a mudança foi feita por causa da conversão de Claudia à religião evangélica, apontando que a ação seria intolerância religiosa e racismo, pois o axé é um ritmo afro-brasileiro, com influência de religiões de matrizes africanas nas letras e nos ritmos.
No início de fevereiro, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) recebeu uma petição, onde o Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) solicitava que a cantora não fosse contratada pelo estado. O material estaria em processo de análise pela Promotoria de Justiça, como apurou a equipe de reportagem do G1.
Carlinhos Brown saiu em defesa de Claudia Leitte
Além de ter convidado a artista para o trio, Carlinhos Brown saiu em defesa dela durante as acusações. Em entrevista ao G1, em dezembro, o cantor disse que a música tinha caráter laico e negou que a amiga seria racista.
“Todas as pessoas têm direito a ter suas manifestações […]. [Sobre a alteração na letra] É uma coisa que eu não queria estar falando porque é polêmica, e eu tenho uma espiritualidade muito acentuada. Mas eu posso garantir que Claudia não é uma pessoa racista”, declarou.
Com informações da Revista Marie Claire
Plenário do STF começa a julgar hoje plano do Congresso para transparência em emendas
O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta sexta-feira (28) o plano de trabalho apresentado pelo Congresso e o governo para garantir o pagamento das emendas parlamentares.
O plano, que prevê mais transparência e rastreabilidade nos repasses do dinheiro, foi validado por decisão individual do relator, ministro Flávio Dino. Agora, o plenário da Corte vai decidir se mantém ou não o acordo fechado entre o Legislativo e Executivo.
O julgamento ocorre no plenário virtual e os votos podem ser apresentados no sistema até o dia 5 de março.
Segundo Dino, havendo homologação do plano pelo plenário, não restarão impedimentos para a execução das emendas parlamentares ao Orçamento de 2025, bem como as relativas a exercícios anteriores.
Uma das principais medidas previstas no plano é a identificação nominal dos parlamentares que solicitaram e apoiaram as emendas.
Não serão liberadas emendas que tiverem:
– impedimentos técnicos identificados, caso a caso, pelo Poder Executivo ou em decisões do Plenário do STF;
– suspensão específica, anteriormente determinada pelo STF, em face de auditorias realizadas pela CGU em ONGs e demais entidades do terceiro setor;
– transferências especiais (emendas PIX) sem plano de trabalho apresentado e aprovado;
– emendas de comissão e de bancada em relação às quais não haja aprovação ou convalidação registrada em atas de reunião das comissões e das bancadas, respectivamente, com a identificação do parlamentar solicitante ou apoiador e de sua destinação; e
– impedimento previsto em ordem judicial específica vinda de outra instância do Poder Judiciário ou dos sistemas de controle interno e externo.
O plano promete garantir maior controle sobre a destinação das emendas, especialmente as de relator, conhecidas como “orçamento secreto”, declaradas inconstitucionais pelo Supremo em 2022.
Para Dino, o plano apresentou “avanços institucionais” e a “demonstração do comprometimento dos Poderes Executivo e Legislativo com o cumprimento, em etapas, conforme cronograma apresentado” das determinações do Supremo.
Com informações do g1
David Almeida acompanha início dos trabalhos de drenagem na Maceió com a Salvador
O prefeito de Manaus, David Almeida, acompanhou, na noite desta quinta-feira (27), o início das obras em um trecho da avenida Maceió, no cruzamento com a avenida Salvador, no bairro Nossa Senhora, na zona Centro-Sul da cidade, para a modernização da rede de drenagem profunda sob a via. A intervenção ocorrerá durante o feriado de carnaval.
“De três em três meses essa via está afundando, então faremos a recomposição dessa rede de drenagem, serão 200 metros de drenagem, com tubos de uma tecnologia mais avançada. A nossa rede é muito antiga, com tubos que não possuem nem ferros, e esses tubos desanelam, na qual são encaixados um no outro. Esse trabalho nós iniciamos hoje aqui por meio da Seminf com o vice-prefeito Renato Junior, e vai se estender até a próxima quarta-feira, vamos aproveitar o período do carnaval, para que a gente possa impactar o mínimo possível o trânsito de Manaus”, afirmou o prefeito David Almeida.
De acordo com a equipe técnica da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), a antiga rede de drenagem tem mais de 30 anos de uso e estava causando transtornos para a população, além de vários pontos de afundamento no trecho.
“A obra irá funcionar 24 horas, um turno com 50 servidores, e o outro com a mesma quantidade, vamos estar trabalhando aqui, com pelo menos 20 equipamentos que trarão os materiais até o local, e os que levaram os ‘bota-fora’, que são os materiais inservíveis. Estamos trabalhando com uma tecnologia nova, que é o PVC, o prefeito inovou, ao colocar pela primeira vez em uma comunidade, no Itaporanga atual Rosa Almeida, toda a drenagem foi feita com o PVC, então a prefeitura tem atas com esse material. Estamos fazendo uma obra com administração direta, não é uma obra que estamos fazendo uma dispensa de licitação, estamos usando os trabalhadores da Seminf com materiais da própria secretaria”, disse o vice-prefeito e secretário de Obras, Renato Junior.
Para solucionar de forma definitiva, a Prefeitura de Manaus realizará a substituição da antiga tubulação por uma nova, utilizando tecnologia de PVC, que oferece como benefícios maior durabilidade e maior agilidade na execução da obra. A implantação do PVC é mais rápida, o que permite aproveitar o feriado de carnaval para minimizar o impacto no trânsito.
Interdição viária
A Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), realizou a interdição na avenida Maceió, zona Centro-Sul, no sentido Centro-bairro, a partir da rua Salvador, desde às 21h de ontem (27), e seguirá até o dia 5 de março. O bloqueio viário tem o objetivo de viabilizar uma obra de manutenção na rede de drenagem que será feita pela Seminf.
Para minimizar os impactos no tráfego, o IMMU implantará um novo tempo semafórico para permitir que os motoristas que trafegam pela avenida Maceió possam dobrar à esquerda na rua João Valério. Além disso, será permitido o acesso local aos moradores da área interditada.
Itinerário de acesso para moradores
Os moradores do trecho interditado da avenida Maceió deverão dobrar à esquerda na avenida João Valério, entrar no conjunto Vieiralves, retornar pelo Parque do Idoso e, na rotatória do Dr. Thomas, acessar a Maceió que funcionará na contramão temporariamente, somente para acesso local.
Os agentes de trânsito estarão no local para orientar os condutores durante todo o período da interdição.
Com informações da Seminf e do IMMU
Garimpo avança na Amazônia e supera área de mineração industrial no Brasil

O garimpo ilegal está avançando mais rapidamente do que a mineração industrial no Brasil. A conclusão é de um estudo publicado por pesquisadores brasileiros na revista Nature.
Ao longo de quatro anos, eles traçaram um panorama da atividade baseada na extração de minerais no país, analisando imagens de satélite disponibilizadas gratuitamente pela Nasa.
Os pesquisadores observaram que, de 2019 a 2022, a exploração ilegal de minérios teve um salto de 1.200%, enquanto a mineração industrial aumentou apenas cinco vezes no mesmo período. De toda essa área comprometida com o garimpo, 91% pertencem à Amazônia.
De acordo com Luiz Ferreira Neto, coautor da publicação, estudos prévios já indicavam que a atividade garimpeira ilegal vinha historicamente ultrapassando a mineração industrial, principalmente na Amazônia.
Mas não havia até então um mapeamento que demonstrasse esse avanço. “Foi importante ver essa dinâmica representada nos textos e poder confirmar isso com os mapas”, diz.
Para se ter uma dimensão do crescimento exponencial do garimpo ilegal no país, em 1985, a mineração industrial ocupava cerca de 360 quilômetros quadrados, enquanto o garimpo cobria 218 quilômetros quadrados. Em 2022, a atividade industrial alcançou uma área de 1.800 quilômetros quadrados, enquanto o garimpo cobria 218 quilômetros quadrados. Em 2022, a atividade industrial alcançou uma área de 1.800 quilômetros quadrados, enquanto o garimpo atingiu 2.627 quilômetros quadrados.
Segundo o mapeamento desenvolvido pelos pesquisadores, nas regiões com cinco anos ou menos de atividade ilegal, 62% das áreas estão dentro de terras indígenas. Essas áreas, pela legislação brasileira, deveriam ser protegidas desse tipo de intervenção.
Hoje, os povos kayapó e munduruku, no Pará, e yanomami, em Roraima, são os que mais sofrem em decorrência do garimpo ilegal. Os territórios deles concentram 90% da mineração ilegal dentro de terras indígenas.
O geógrafo Arlesson Souza, que também foi um dos responsáveis pelo estudo publicado na Nature, afirma que esses povos sofrem uma pressão dupla.
De um lado, ficam expostos a doenças, com a contaminação dos rios por mercúrio e outras ações que alteram o modo de vida das comunidades tradicionais e sua relação com o meio ambiente. Por outro, esses povos têm de conviver com uma rede de atividades ilegais que passa a adentrar a Amazônia.
“Do ponto de vista do espaço, o garimpo está atrelado a um emaranhado de problemas, como prostituição, trabalho similar à escravidão e o avanço das facções criminosas. A situação é preocupante por todos esses processos, com impactos sociais e ligados à natureza”, afirma.
A ANM (Agência Nacional de Mineração) ressalta que não dá prosseguimento a requerimentos de PLGs (Permissões de Lavra Garimpeiras) em Terras Indígenas (TI) ou em Unidades de Conservação (UC), em que a mineração é proibida por lei ou naquelas cujo plano de manejo não permite.
As formas da ilegalidade
Para mapear o avanço do garimpo ilegal no Brasil, os pesquisadores utilizaram a plataforma Google Earth Engine e coleções de imagens do Landsat, um programa de satélites de observação da Terra gerido pela Nasa, em parceria com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
Além do processamento e filtragem das imagens, também houve o cruzamento do material com bases de dados brasileiras sobre a permissão de lavras garimpeiras, terras indígenas e unidades de conservação. Isso contribuiu para que a pesquisa identificasse áreas de atividade ilegal.
Os pesquisadores detectaram algumas semelhanças entre os espaços de mineração fora da lei. Entre elas, estão a destruição de calhas de rios, erosão na borda dos cursos d’água e a existência de “piscinas” para a separação dos minérios.
Em contrapartida, no ambiente industrial o que se viu foi uma atividade que considera a preocupação com o entorno, apesar do impacto no meio ambiente. “Na área industrial existe controle de encostas. Se houve desmatamento, tem reposição de vegetação”, destaca Neto.
Mais fiscalização e mobilização social
Para Neto, esse salto do garimpo ilegal é um indicador de que a fiscalização da atividade mineradora precisa melhorar no país. “Vemos que a mineração industrial é muito mais estável no processo de crescimento, muito provavelmente por obedecer às normas. O garimpo, além de ser uma atividade ilegal, está muitas vezes em áreas de difícil acesso, até para a fiscalização”, explica.
Souza, por sua vez, afirma que a atuação de agentes políticos que defendem a exploração ilegal de minérios, com projetos de lei a favor dessa atividade, também é um fator a ser considerado na avaliação desse cenário e das providências para revertê-lo.
“É preciso uma maior movimentação da sociedade para discutir essa realidade. Precisamos repensar a região da Amazônia não só como fornecedora de matéria-prima, mas também oferecer melhores condições para a população que vive ali”, defende.
Os pesquisadores pretendem lançar ainda em 2025 uma iniciativa de monitoramento diário do garimpo no Brasil. O projeto deve utilizar a metodologia desenvolvida no estudo publicado na Nature e ter entre os parceiros a organização MapBiomas.
Com informações do Ecoa / Uol