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McDonald’s perde posto de maior fast food do mundo para rede chinesa, diz jornal inglês
O McDonald’s não é mais a maior rede de restaurantes do mundo, de acordo com o jornal britânico The Independent. A rede chinesa de chá de bolhas e sorvetes chamada Mixue Bingcheng conta com mais de 45 mil restaurantes no mundo todo em setembro de 2024, enquanto o número de restaurantes do McDonald’s é de cerca de 41.800, de acordo com a plataforma europeia de dados Statista.
A rede de fast-food com sede na Ásia é conhecida por vender sorvetes cremosos por um yuan (cerca de 87 centavos, em reais) e bebidas que variam de 2 a 8 yuans (R$ 1,60 a R$ 6,41).
Apesar do seu grande número de lojas, 90% delas estão na China. Também há pontos de venda na Indonésia, Vietnã e Malásia. Não há nenhum restaurante da rede nos Estados Unidos, de acordo com o jornal do Reino Unido.
A Mixue Bingcheng foi fundada em 1997 pelo empresário chinês Zhang Hongchao e começou como uma loja que vendia gelo raspado e bebidas geladas. “Deixe as pessoas ao redor do mundo comerem bem e beberem bem por apenas dois dólares americanos”, disse Hongchao anteriormente à mídia estatal chinesa sobre sua estratégia para o negócio, segundo informação obtida pelo The Independent.
Segundo a Forbes, o patrimônio de Hongchao é de cerca de US$ 7 bilhões (ou R$ 40,5 bilhões). Mais de 99% das lojas da rede de chá de bolhas são franqueadas, com a maior parte de sua receita proveniente da venda de materiais alimentícios, equipamentos e embalagens para seus franqueados.
Embora o Mixue Bingcheng tenha o maior número de lojas no mundo, sua receita ainda fica atrás de outras grandes redes de bebidas nos EUA, como Starbucks e Tim Hortons. Porém, a rede tem um crescimento rápido: o lucro líquido saltou 42% nos primeiros nove meses de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior — alcançando 3,49 bilhões de yuans (R$ 2,8 bilhões). Sua receita aumentou 21% no mesmo período, chegando a 18,7 bilhões de yuans (R$ 15 bilhões).
Lucros do McDonald’s
Em fevereiro de 2025, o McDonald’s reportou um lucro líquido no quarto trimestre de US$ 2,02 bilhões (R$ 11,7 bilhões), ou US$ 2,80 (R$ 16,21) por ação, abaixo dos US$ 2,04 bilhões (R$ 11,8 bilhões) do ano anterior.
As vendas da rede de fast food sofreram depois que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças associaram um surto fatal de Escherichia coli (E. coli) — bactéria gram-negativa que pode causar infecções, como infecção urinária ou gastroenterite — aos seus hambúrgueres.
Com informações do IG
Paolla Oliveira desaba em choro enquanto samba na despedida da Grande Rio

Em segundo lugar na apuração, a Grande Rio voltou ontem (8), ao Carnaval do Rio de Janeiro para o Desfile das Campeãs. E quem mais uma vez deu o ar da graça foi Paolla Oliveira, a rainha de bateria da escola.
Porém, a musa não conseguiu conter as lágrimas nem mesmo enquanto sambava na Avenida. Isso porque este foi o último desfile dela como musa da agremiação na Marquês de Sapucaí.
Apesar de ser a última vez pela Grande Rio, garantiu que não é o fim do Carnaval para ela.
“Hoje deu uma dorzinha. O olhinho está diferente. Mas é isso, gente. Faz parte da vida, né? Fazer escolhas, ter consciência de que vai passar por algumas coisas, viver, todas as emoções fazem parte desse momento. E eu vou viver tudo ainda que eu tenho que viver. Vou ver a Grande Rio passar num desfile campeão que ele merece”, disse ainda no camarote.
Diogo Nogueira esteve ao lado de Paolla o tempo todo. Antes do desfile, trocaram beijos no camarote.
Com informações da Folha de S.Paulo
Delegado Péricles destina R$ 4,5 milhões em emendas para combate ao câncer no Amazonas
O Amazonas ganhará um importante reforço no combate ao câncer do colo do útero com a inauguração do Centro Avançado de Prevenção ao Câncer do Colo do Útero do Amazonas (Cepcolu), amanhã (10), em Manaus. O hospital, o primeiro do tipo hospital-dia no Estado, foi construído para realizar cirurgias de conização, procedimento essencial para a retirada de lesões pré-cancerígenas.
A unidade foi viabilizada com mais de R$ 4,5 milhões em emendas parlamentares destinadas pelo deputado Delegado Péricles (PL) ao longo dos últimos três anos. O recurso garantiu não apenas a construção do prédio, mas também a compra de equipamentos modernos que serão utilizados na prevenção da doença.
“Nossas emendas não só possibilitaram a construção do complexo hospitalar, como também a compra de materiais e equipamentos de última geração, que serão usados para salvar centenas de mulheres. O que estamos fazendo é um marco histórico na luta contra o câncer do colo do útero. Estou muito grato a Deus por ser um instrumento dessa nova página da saúde no Amazonas”, destacou Delegado Péricles.
O parlamentar também é autor do Indicativo que deu origem à Lei nº 7.290, sancionada pelo Governo do Estado no dia 6 de janeiro, que anexou o Cepcolu à estrutura da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), fortalecendo ainda mais a rede estadual de combate ao câncer.
Inauguração no Março Lilás
A inauguração do Cepcolu acontece durante o Março Lilás, campanha nacional de conscientização sobre a prevenção do câncer do colo do útero, doença que mais mata mulheres no Amazonas. Segundo dados da FCecon, cerca de 200 mulheres morrem anualmente no estado por conta dessa enfermidade, que é 100% evitável.
“Não à toa escolhemos este mês para a inauguração do Cepcolu. Ele será uma ferramenta essencial para a erradicação do câncer do colo do útero no Amazonas, o quartel-general dessa batalha que um dia pareceu impossível de vencer. Mas juntos, nosso mandato, o Governo do Estado, por meio do governador Wilson Lima e de todos os secretários envolvidos, além da competente e atuante equipe da FCecon, liderada pelos incansáveis Dr. Gerson Mourão e Dra. Mônica Bandeira de Mello, mostramos que é possível”, comemorou Delegado Péricles.
Ampliação da capacidade de atendimento
Atualmente, a FCecon realiza cerca de 500 cirurgias de conização por ano. Com o Cepcolu em pleno funcionamento, a projeção é aumentar esse número para até 3 mil procedimentos anuais, garantindo que mais mulheres tenham acesso ao tratamento precoce.
A unidade hospitalar contará com quatro consultórios, quatro salas cirúrgicas e um anfiteatro destinado a treinamentos, cursos e capacitações de profissionais da saúde.
O Cepcolu está localizado ao lado da FCecon, no bairro Dom Pedro, Zona Oeste de Manaus.
Com informações da assessoria
Ameaças de Trump provocam fim do marco antirracista ‘Black Lives Matter’ nos EUA
Diante de ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de interferir na gestão de Washington e em meio a uma ofensiva de republicanos, a prefeita da capital, a democrata Muriel Bowser, anunciou que pretende fazer uma mudança num dos marcos da cidade.
Bowser afirmou nesta semana que deve remover a inscrição “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam) feita no asfalto de uma via nas redondezas da Casa Branca.
A arte foi pintada em 2020, durante os protestos por justiça racial nos EUA, numa praça que também recebeu a alcunha de Black Lives Matter e se tornou um dos pontos turísticos e símbolo de resistência da capital.
Sem dar detalhes, Bowser informou nas redes sociais que vai repintar a praça como parte de um projeto para celebrar os 250 anos da capital, comemorados no ano que vem. Disse ainda que a praça não pode ser um motivo para o que chamou de distrações, em aparente referência às tentativas de Trump de gerir a cidade e de investidas de republicanos de interferir no Distrito de Colúmbia. Na última segunda-feira (3), o deputado Andrew Clyde, republicano da Geórgia, apresentou um projeto de lei exigindo que Washington repintasse e trocasse o nome da praça sob pena de perder um financiamento milionário em transporte.
O anúncio de que o Black Lives Matter seria removido ocorreu no dia seguinte. “O mural inspirou milhões de pessoas e ajudou nossa cidade a passar por um período muito doloroso, mas agora não podemos nos dar ao luxo de sermos distraídos por interferências congressionais sem sentido”, escreveu Bowser nas redes sociais. “Os impactos devastadores dos cortes de empregos federais devem ser nossa principal preocupação.” Não está claro ainda é se a praça onde fica a pintura também terá o nome alterado.
À rede NBC Bowser confirmou que a decisão de repintar a via ocorreu após conversas com a Casa Branca. Ela evitou pormenores, mas admitiu que integrantes do governo não gostaram do mural.
A prefeita decidiu criar a praça em 2020 também como uma forma de protesto ao primeiro mandato de Trump. Em maio daquele ano, o país foi tomado por uma série de manifestações depois do assassinato de George Floyd, homem negro morto asfixiado em ação policial naquele mês.
Bowser disse, porém, que a decisão de reformar a praça Black Lives Matter já estava tomada antes de o deputado republicano ameaçar a cidade com perda de financiamento.
Nesta semana, Trump fez outro movimento de pressão sobre a gestão da capital. Nas redes sociais, exigiu que a administração local fizesse uma “limpeza” e acabasse com os acampamentos de moradores de rua, sobretudo nas redondezas da Casa Branca e do Congresso.
“Notificamos a prefeita de Washington DC para limpar todos os acampamentos feios de moradores de rua na cidade, especificamente incluindo aqueles fora do Departamento de Estado e perto da Casa Branca”, escreveu Trump. “Se ela não for capaz de fazer isso, seremos forçados a fazer isso por ela! Washington, DC deve se tornar LIMPA e SEGURA! Queremos nos orgulhar de nossa Grande Capital novamente”, afirmou.
Horas depois, a prefeitura deu início à retirada dos acampamentos nos locais apontados por Trump. Em entrevista, Bowser negou que tivesse visto a publicação como uma ordem. “Eu disse ‘Obrigada pelo aviso, nós cuidaremos disso.'”
Em fevereiro, Trump já havia levantado a possibilidade de o Executivo federal gerir o Distrito de Colúmbia. “Acho que deveríamos administrá-lo com força, com lei e ordem, torná-lo absolutamente impecavelmente bonito.”
Com informações da Folha de S.Paulo
Amazonas F.C. e Manaus F.C. reeditam final do campeonato passado, na Arena da Amazônia
A Arena da Amazônia, praça esportiva administrada pelo Governo do Amazonas, recebe, no domingo (09), a final do 1° Turno do Barezão 2025, com Amazonas F.C. e Manaus F.C. disputando o título e a vaga antecipada na final do campeonato. O jogo tem início marcado para as 17h e os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do estádio.
“O futebol amazonense vem evoluindo nos últimos anos, um crescimento inédito na história do nosso estado. É determinação do governador Wilson Lima fortalecer o esporte em nosso estado, no futebol não é diferente, dois times que inclusive já se enfrentaram em partida do Campeonato Brasileiro Série C”, disse o secretário de Estado do Desporto e Lazer (Sedel), Jorge Oliveira.
Onça e Gavião são dois grandes expoentes do futebol amazonense nos últimos, com o Manaus alcançado a Série C do Campeonato Brasileiro em 2020 e o Amazonas conquistando a Série C e o acesso à segunda divisão nacional em 2023. Em 2024 os clubes se enfrentaram na final do Barezão e o clube alviverde saiu vencedor nos pênaltis.
Com informações da Sedel
Esquerda evita debate sobre sucessão de Lula para blindar nomes de frituras antecipadas
Petistas mantêm um pacto tácito para que só se dê início ao debate sobre sucessão do presidente Lula (PT) após as eleições de 2026, quando deverá concorrer à reeleição.
A avaliação é de que a antecipação desse debate representaria um desserviço para a esquerda. Nas palavras de um expoente do PT, a busca por um sucessor seria um suicídio político. Até porque esse nome não existe e não haverá outro Lula.
Em janeiro, na primeira reunião ministerial de 2025, Lula lembrou incidentes sofridos no ano passado, como uma pane no avião presidencial e sua queda no banheiro, para reconhecer que motivos alheios à sua vontade podem inviabilizar uma candidatura à reeleição.
Embora o presidente tenha dito que só Deus sabe se será candidato, a afirmação não foi recebida pela equipe como um prenúncio de desistência, mas um incentivo para que seus ministros trabalhem mais, seja pelo sucesso do governo ou por uma oportunidade pessoal.
Dentro dessa estratégia, repetem que Lula é a única alternativa da esquerda para 2026. Apesar desse discurso, aliados do presidente travam uma disputa nos bastidores para se viabilizar como herdeiros desse legado, especialmente em um momento de fragilidade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
O chefe da equipe econômica costuma ser lembrado para as eleições presidenciais, após ter chegado ao segundo turno contra Jair Bolsonaro em 2018. Mas, em conversas, Haddad chegou a admitir um período de abatimento após a crise provocada pela disseminação de fake news sobre taxação de operações via Pix, em janeiro.
Pesquisa Quaest em fevereiro apontou alto índice de rejeição do ministro da Fazenda, e seus pares reconhecem que fizeram pouco para preservá-lo —o que acabou atingindo o governo Lula.
O desgaste da imagem do ministro possibilitou o surgimento de outros potenciais sucessores. Hoje citado apenas para as eleições presidenciais de 2030, o nome do ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), passou a ser apontado como uma hipótese já para 2026.
Ex-governador do Maranhão, ele ganhou notoriedade à frente do Ministério da Justiça, em 2023. Sua atuação por maior transparência na execução das emendas parlamentares mantém seu nome no cenário político, alimentando rumores de que possa abandonar a toga para entrar numa disputa eleitoral.
O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), também é citado para a disputa presidencial, especialmente depois da vitória sobre o bolsonarismo na corrida pela Prefeitura de Fortaleza. Em discursos, Lula chega a desafiá-lo, em tom de brincadeira, a ter desempenho melhor ao de Haddad na Educação —o atual titular da Fazenda comandou a pasta da Educação nas gestões anteriores de Lula e também no governo Dilma Rousseff.
Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), sempre é lembrado para a disputa, até por já ter sido sondado em 2018, contra Bolsonaro. Mas não aceitou a missão.
Tido como um afilhado político de Wagner, o chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), tem ganhado espaço na função de gerente do governo.
O nome do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), surge nas conversas como opção para um cenário que exija um movimento para o centro.
Enquanto aliados reafirmam a candidatura de Lula como única viável, atitudes do presidente têm sido encaradas como uma tentativa de dar visibilidade a opções ao seu nome. A decisão de nomear a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para o ministério responsável pela articulação política foi entendida como parte dessa busca de alternativas.
O próprio presidente argumentou que esse seria um resgate da imagem dela. Nas conversas sobre a sucessão na pasta, Lula disse que deve a Gleisi a oportunidade para mostrar sua capacidade de articulação.
Lula afirmou ainda que a opção por ela no ministério seria um reconhecimento ao seu trabalho no comando do PT, onde está desde 2017.
A própria nomeação de Alexandre Padilha (PT) para o Ministério da Saúde é entendida como uma chance para se viabilizar eleitoralmente, ainda que seja para uma disputa ao Senado em 2026, ou à Prefeitura de São Paulo em 2028.
Nas conversas, Lula mostra entusiasmo com a campanha presidencial de 2026. Uma prova disso está na decisão de nomear Gleisi para a Secretaria de Relações Institucionais, além da chegada do publicitário Sidônio Palmeira ao Palácio do Planalto.
Com o apoio ao nome do ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva para a presidência do PT, Lula leva para seu lado integrantes do núcleo da campanha de 2022. Durante reunião da última quinta (6) com dirigentes da maior força do PT, o vice-presidente do partido e prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, disse a Lula que, se fosse para perder, seria melhor nem entrar na disputa.
“Mas essa hipótese não existe. Lula está animado e confiante. Ele vai concorrer e ganhar”, disse Quaquá.
As possibilidades da esquerda para 2026, além de Lula:
• Camilo Santana
A favor: É responsável pelo Pé-de-Meia, experiência como governador e venceu o bolsonarismo na disputa pela prefeitura de Fortaleza
Contra: Com trajetória concentrada no Ceará, não alcançou visibilidade nacional
• Fernando Haddad
A favor: Tem experiência administrativa e já chegou ao segundo turno na disputa pela Presidência em 2018
Contra: A política de austeridade fiscal à frente da Fazenda e episódios como a crise do Pix abalaram sua popularidade
• Flávio Dino
A favor: Conquistou notoriedade entre militantes de esquerda no enfrentamento ao bolsonarismo e na defesa da transparência na execução de emendas
Contra: Com poucos anos na cadeira, teria que renunciar ao posto de ministro do STF e enfrentaria acusações de politização do cargo.
• Geraldo Alckmin
A favor: Com uma trajetória na centro-direita, poderia ter um alcance mais abrangente do que a esquerda petista
Contra: Sua última investida numa corrida presidencial como cabeça de chapa foi um fracasso, com menos de 5% dos votos.
• Gleisi Hoffmann
A favor: Aguerrida, tem confiança de Lula e apoio de militantes de esquerda. Ganha visibilidade ao ser indicada para a Secretaria de Relações Institucionais
Contra: Sofre rejeição entre eleitores e parlamentares de centro-direita
• Guilherme Boulos
A favor: O psolista e líder do MTST conta com a simpatia de Lula e é apontado como uma novidade à esquerda
Contra: As ações do MTST conferiram-lhe a pecha de invasor, o que limita a chance de ampliação ao centro. Foi derrotado na corrida pela Prefeitura de São Paulo
• Jaques Wagner
A favor: De perfil conciliador, assumiu a liderança política na Bahia após derrota do carlismo no estado
Contra: Em 2018, recusou convite de Lula para disputar a Presidência contra Jair Bolsonaro, demonstrando pouco apetite pela disputa
• Marina Silva
A favor: Como candidata à Presidência, a fundadora da Rede obteve reconhecimento nacional e apoio de eleitores de centro-esquerda
Contra: A agenda de defesa do Meio Ambiente restringe uma ampliação à direita
• Rui Costa
A favor: Ex-governador da Bahia, ganhou visibilidade no papel de “gerentão” do governo
Contra: Dono de um estilo duro, conquistou desafetos na Esplanada e no Congresso
Com informações da Folha de S.Paulo
Águas ribeirinhas da Amazônia são contaminadas por agrotóxicos, mostra pesquisa
Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP detectaram 13 praguicidas em concentrações consideráveis em amostras de águas urbanas e de comunidades ribeirinhas. O material foi coletado em uma área de proteção ambiental, na Bacia Amazônica. Ao todo, a equipe analisou a presença de 21 agrotóxicos de uso comum por produtores brasileiros.
Segundo a pesquisa publicada na revista científica Environmental Research, o composto mais detectado foi o inseticida fenitrotion, com uma taxa de detecção de 78%, seguido da cipermetrina, com 63%. Outro destaque foi o fipronil, encontrado acima dos limites em até 33% das amostras; este praguicida foi banido da União Europeia e países de outros continentes devido a sua alta toxicidade ambiental (principalmente às abelhas) e preocupação com a saúde humana.
Em contrapartida, 18% das amostras analisadas foram consideradas “limpas”, ou seja, comparadas às outras, elas apresentaram apenas um composto detectado. Segundo os pesquisadores, isso não as isenta de riscos ao ambiente e aos seres humanos. “É importante ressaltar que a área em que o estudo foi aplicado é habitada por diferentes comunidades ribeirinhas da Amazônia. É por isso que nós também avaliamos o risco, não cancerígeno, desses indivíduos desenvolverem algum efeito tóxico”, afirma Gabriel Neves Cezarette, responsável pelo estudo.
Segundo o pesquisador, o estudo utilizou diversos parâmetros na quantificação dos riscos à exposição desses agentes intoxicantes. No caso da concentração de praguicidas na água, usaram a dose de referência (limite aceitável para o consumo humano) do guia da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e também o índice da massa corporal de um humano adulto. Apesar de não terem identificado riscos das concentrações de praguicidas para o consumo de água pela população local, Cezarette lembra que os testes não levaram em consideração grupos de risco como as crianças, os idosos e as gestantes, por exemplo. Essa população não foi avaliada e pode estar sujeita a possíveis efeitos adversos quando expostos aos mesmos compostos químicos.
Para além da ingestão direta da água, outras formas de consumo podem aumentar esse risco. “É importante ressaltar que neste caso nós avaliamos somente uma fonte de exposição. Os indivíduos provavelmente também estão expostos a esses mesmos pesticidas através de outras fontes como a alimentação”, lembra o pesquisador.
Uso amplo e controverso de agrotóxicos
Para controlar, prevenir ou exterminar pragas da agricultura, os praguicidas são amplamente utilizados em lavouras em todo o mundo. No Brasil, 719,5 mil toneladas de venenos contra pestes foram utilizados em 2021, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o que coloca o País como líder no uso de agrotóxicos.
O excesso de praguicidas, também conhecidos como agrotóxicos, pode resultar em perda de biodiversidade, aumento da resistência de pragas-alvo e danos à saúde humana. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2023, a agricultura da região Norte tem como principais produtos a soja e o milho. Embora os pesticidas utilizados nessas plantações sejam aplicados no solo, eles podem ser transportados por longas distâncias através de fenômenos que ocorrem durante o ciclo ambiental, como a evaporação dos compostos, escoamento para águas superficiais de rios e lagos, ou infiltração no solo, atingindo aquíferos.
Além disso, os diversos rios da região amazônica são fundamentais no transporte do escoamento agrícola, incluindo resíduos de pesticidas. Como mostra a pesquisa, eles estão se tornando depósitos dessas substâncias que se acumulam e podem gerar reações adversas em conjunto tanto para o meio ambiente quanto para a população.
Com a falta de dados sobre essas substâncias na Floresta Amazônica brasileira, pesquisadores da FCFRP coletaram amostras de águas de dois rios da região, o Rio Tapajós e o Rio Amazonas. Ao todo foram 27 pontos de coleta próximos à cidade de Santarém, no Pará, em uma área de proteção ambiental em que o uso de praguicidas em plantações está proibido. As águas, com origem em outros rios, podem carregar essas substâncias por longas distâncias, avalia a professora Marília Cristina Oliveira Souza, umas das orientadoras do estudo, sobre a contaminação dos rios estudados.
“O uso de pesticidas é frequentemente controverso porque, apesar da sua capacidade de melhorar a produção de alimentos, a maioria desses compostos são resistentes à degradação e podem bioacumular no ambiente e biomagnificar [aumentar sua concentração] na cadeia alimentar”, afirma a professora Marília.
Na pesquisa, 21 pesticidas de uso comum pelos produtores brasileiros foram analisados, incluindo herbicidas, produtos destinados ao controle de plantas indesejadas, como a trazina e 24D, e cinco classes diferentes de inseticidas, das quais fazem parte organofosforados, carbamatos, piretroides, neonicotinoides e fipronil.
Quanto ao fipronil, um dos pesticidas mais detectados no estudo – e que está banido em toda a União Europeia e em outros países pela alta toxicidade -, Gabriel Cezarette lembra que os impactos não são apenas ambientais, mas também econômicos. O interesse de exportar um produto que foi tratado com “fipronil ou qualquer outro pesticida de uso proibido no exterior pode ter a exportação vetada”.
Bioinsumos x pesticidas
Em dezembro de 2024, o Governo Federal sancionou a Lei 15.070 que dispõe sobre a produção, a importação, a exportação, o registro, a comercialização, o uso, entre outros aspectos relacionados a bioinsumos. Ao destacar a importância da legislação para o desenvolvimento sustentável brasileiro, Cezarette alerta para o fato da origem natural não isentar os bioinsumos de apresentar algum efeito tóxico. Ao contrário, é também “necessário monitorá-los tanto na produção quanto posteriormente, no ambiente”.
O pesquisador informa que, diferentemente dos pesticidas sintéticos, os bioinsumos são produtos e tecnologias de origem biológica utilizados na agricultura para melhorar a produtividade e a sustentabilidade. Incluem, por exemplo, microrganismos, extratos vegetais, biofertilizantes, biodefensivos e bioestimulantes, que atuam tanto no controle de pragas e doenças quanto na nutrição do solo e melhoria do desenvolvimento das plantas.
Apesar das ressalvas, tanto Cezarette quanto a professora Marília concordam que os bioinsumos são alternativas mais sustentáveis para as lavouras. “O Brasil pode ser um dos maiores produtores agrícolas do mundo e tem grande potencial para liderar a adoção de bioinsumos, reduzindo os impactos ambientais e aumentando a competitividade global”, diz a professora.
Os resultados deste estudo integram a pesquisa de doutorado de Gabriel Neves Cezarette, que trabalha sob orientação do professor Fernando Barbosa Júnior e da equipe de pesquisadores orientados pela professora Marília Cristina Oliveira Souza, ambos da FCFRP.
Com informações de Um Só Planeta
Mulheres ocupam só 3 de cada 10 cargos em órgãos de cúpula de partidos

As mulheres são, em média, apenas 3 de cada 10 integrantes dos órgãos nacionais dos partidos com as maiores bancadas na Câmara dos Deputados, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Mesmo nessas instâncias, elas também tendem a ficar mais afastadas de cargos de liderança, acumulando participação como membros de menor poder decisório nas estruturas partidárias.
O cenário atual repete o de outras legislaturas, segundo especialistas ouvidas pela Folha, que citam fenômenos como o fato de essas mulheres terem mais chance de alcançar cargos altos em circunstâncias nas quais a possibilidade de fracasso é maior ou em partidos menores.
Análise de dados disponíveis no Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias (SGIP) do TSE aponta que, em média, as mulheres são apenas 30% de todos os membros dos órgãos nacionais definitivos (não provisórios) das siglas com as dez maiores bancadas na Câmara (PL, PT, União Brasil, PP, MDB, PSD, Republicanos, PDT, PSB e PSDB). Não foram consideradas as federações.
O índice contrasta com a participação das mulheres na população brasileira (52%) e no próprio sistema político. Elas são 53% das eleitoras do país e 46% dos filiados a partidos, segundo dados do TSE.
De acordo com o SGIP, o PT é o partido com mais participação de mulheres nos órgãos definitivos nacionais entre as siglas analisadas. Elas são 52 dentre os 105 membros cadastrados (quase 50%). Já o PP aparece com o menor número proporcional de mulheres (12%), seguido do União Brasil (13%).
Quando se observa a divisão por espectro ideológico segundo o GPS partidário da Folha, as siglas de esquerda são as que têm maior participação de mulheres nesses cargos (35%). Em seguida, vêm os partidos de direita, com média de 27%, e depois os de centro (22%).
A maioria dos partidos, entretanto, fica na casa dos 30% de participação feminina nos órgãos nacionais. Do total de 1.287 integrantes, apenas 384 são mulheres.

O resultado leva em consideração todos os membros, de presidentes, no topo da hierarquia, a vogais, com menor poder de decisão. No geral, a lista do TSE sob a rubrica “órgão definitivo” inclui tanto integrantes do diretório como da Executiva nacional.
Nessas instâncias, a participação de mulheres se destaca entre posições de menor poder decisório, com poucas delas com cargos de liderança não relacionados à questão de gênero, por exemplo, a presidência da ala feminina do partido.
Quando se leva em consideração os postos de presidente nacional, 1º vice-presidente, tesoureiro e secretário-geral —cargos considerados importantes para as siglas—, apenas 4 dos 10 partidos apresentam mulheres na composição: PT, União Brasil, MDB e PSDB.
PSD e PP não indicam quem é o 1º vice-presidente na Executiva. No caso do PP, são, no total, 20 vice-presidentes, 5 deles mulheres. O PSD cita 10 vices, sendo 3 mulheres.
O PT se destaca como a sigla com mais mulheres nestes cargos mais altos. Além de Gleide Andrade como Secretária Nacional de Finanças e Planejamento, a legenda tinha até esta sexta-feira (7) a única mulher na presidência nacional dentre os dez partidos com maior bancada: a deputada Gleisi Hoffmann, que agora assumirá a Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula.
A chegada dela ao comando do PT, porém, pode ser vista como exemplo do fenômeno conhecido como glass cliff (penhasco de vidro): além da dificuldade de, no geral, alcançar cargos altos, as mulheres podem ter mais chances de compor a elite partidária em contextos nos quais a possibilidade de fracasso é maior.
No caso de Gleisi, a deputada federal pelo Paraná dirigiu o PT em momentos de tensão, como a reta final da Operação Lava Jato e a prisão de Lula em 2018.
Foi eleita pela primeira vez para dirigir a sigla em 2017, como a primeira mulher no cargo, e reeleita dois anos depois. Agora comporá o governo justamente em um momento de crise de popularidade do presidente.
Em pesquisa recente com outros estudiosos sobre a participação de mulheres nos órgãos partidários, a cientista política Karolina Roeder identificou que elas têm menos probabilidade de exercer posições de direção em partidos maiores. Também “têm mais chances de serem dirigentes nos estados mais pobres e possivelmente menos importantes”, aponta o estudo.

A pesquisa analisou dados de 2018 a 2022 de 32 partidos registrados no TSE. A análise dos órgãos estaduais dos partidos apontou haver, na época, menos de 15% de mulheres nos cargos de presidente ou vice. Ao mesmo tempo, elas não chegavam a 30% do total de membros de todos os órgãos partidários estaduais.
Mesma análise, mas dos órgãos nacionais das siglas nos anos 2021 e 2022, apontou que as mulheres eram 27% do total de membros, explica Liliane Gobetti Fagundes, doutoranda em Ciência Política pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
As siglas com maior porcentagem de mulheres nos órgãos partidários nacionais foram PMB, PSOL e UP. As com menor porcentagem foram PCB (Partido Comunista Brasileiro), Solidariedade e Democracia Cristã.
Segundo Fagundes, a desigualdade de gênero no interior dos partidos provavelmente impacta a quantidade de mulheres eleitas, o que, em última instância, compromete a qualidade da democracia.
“Enquanto a gente não tiver mulheres em cargo de direção dentro dos partidos, não vamos conseguir ter uma representação muito efetiva a nível eleitoral”, diz.
De acordo com o TSE, nas eleições ordinárias de 2018 a 2024, as mulheres foram apenas 34% das candidatas e 17% das eleitas.
O que dizem os partidos
A Folha questionou os dez partidos políticos com as maiores bancadas na Câmara sobre a representatividade das mulheres nas instâncias partidárias.
O MDB respondeu que, em 2024, foi a sigla que mais elegeu mulheres e que é “preciso dar sequência a ações afirmativas, como a obrigatoriedade de mulheres na constituição dos diretórios”. “A maior presença de mulheres em cargos de direção partidária resultará em mais mulheres eleitas”, informou.
O PT afirmou ter sido “o primeiro partido brasileiro a adotar, em seu estatuto, a paridade entre homens e mulheres em todos os cargos de comissões executivas”. Apontou também ter “sido o primeiro a adotar o percentual mínimo de 30% (cota) para mulheres nesses cargos”.

Segundo o União Brasil, a ampliação de mulheres em espaços de poder é prioridade para a sigla. O partido citou o projeto Defesa Lilás, voltado ao incentivo de mulheres na política, como ação importante da legenda.
Já o PSD disse desenvolver iniciativas para fomentar tal participação por meio do PSD Mulher. A sigla destacou a força de suas lideranças femininas, com deputadas, prefeitas, vereadoras e senadoras eleitas.
*Com informações de Folha de São Paulo
Sema mobiliza sociedade para propor soluções climáticas na 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) promove, nos dias 12, 13 e 14 de março, a 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente (CEMA). O encontro reunirá representantes da sociedade civil, governo e setor privado do Amazonas para debater e consolidar até 20 propostas para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas no Estado. A Conferência ocorrerá no Auditório do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), em Manaus.
A Conferência Estadual é um desdobramento das etapas municipais, intermunicipais e Conferências Livres, realizadas entre janeiro e fevereiro, onde os participantes tiveram a oportunidade de contribuir com ideias e propostas para enfrentar os desafios climáticos locais.
“Poder discutir desafios e soluções específicas da região Amazônica é um avanço muito esperado por nós em relação ao panorama nacional das leis ambientais. As conferências estaduais possibilitam que instituições, povos tradicionais e representantes da sociedade civil tenham voz ativa nesse debate. E é claro que obedeceremos as diretrizes de gênero e etnia, para justamente trazer mais foco às pessoas mais necessitadas de justiça climática”, detalhou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira.
As etapas anteriores contaram com a participação de 23 municípios, que elaboraram 325 propostas por meio de 21 conferências municipais, uma conferência intermunicipal e 24 conferências livres. Para acessar o Caderno de Propostas do Amazonas, acesse o link: https://brasilparticipativo.presidencia.gov.br/processes/cnma/media.
Na 5ª CEMA, o objetivo é definir quais das propostas elaboradas serão enviadas para a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), marcada para acontecer de 6 a 9 de maio, em Brasília. Também serão eleitos os 30 delegados que representarão o Estado nesta etapa.
A Conferência Estadual é uma etapa destinada a delegados natos e delegados eleitos nas conferências municipais, intermunicipais e livres. O público em geral pode participar como observador, com as inscrições sendo feitas nos dias do evento, respeitando a capacidade de ocupação do local.
Programação
No primeiro dia do evento, serão apresentados os cinco Eixos Temáticos da Conferência, e inscritas as candidaturas para a Delegação Estadual. No segundo, ocorrerão as discussões e defesas, bem como a votação das propostas a serem enviadas para a Etapa Nacional. O último dia será reservado para a votação dos delegados que representarão o Estado na 5ª CNMA.
Todo o evento acontecerá no Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, localizado na avenida Efigênio Salles, nº 1155, bairro Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus.
