Eduardo Braga é indicado como relator do 2º projeto de lei que regulamenta a Reforma Tributária

Teatro Amazonas recebe concerto especial com obras de Puccini, Tchaikovsky e Barber

Nesta quinta-feira (20/02), às 20h, o Teatro Amazonas será palco de um concerto especial da Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA), que reúne três grandes nomes da música clássica: Giacomo Puccini, Pyotr Ilyich Tchaikovsky e Samuel Barber.
Sob a regência do maestro Otávio Simões, como convidado da OCA, o espetáculo promete emocionar o público com vertentes distintas do romantismo. “O público vai ouvir três vertentes diferentes do romantismo. Tem o romantismo italiano do Puccini, o pós-romantismo americano do Barber e o refinamento da música russa com a ‘Serenata para cordas’ de Tchaikovsky”, destaca o maestro.
Homenagem
A apresentação traz uma obra pouco conhecida de Giacomo Puccini, que ficou famoso mundialmente por suas óperas. Segundo o maestro, essa peça, escrita para orquestra de cordas, foge do estilo operístico pelo qual o compositor italiano é mais lembrado. “Ano passado foi o centenário da morte dele, o mundo inteiro tocou muitas obras suas. Mas ele é um compositor conhecido por fazer ópera, e eu vou apresentar ‘Crisantemi’, uma peça que pouca gente conhece, sem cantar, sem nada. É uma homenagem póstuma a um amigo dele”, explica Otávio Simões.
Já Samuel Barber, representante do século XX, traz ao programa um toque moderno, mas ainda carregado de lirismo. Seu “Adagio para Cordas” é uma das peças mais emocionantes do repertório clássico e amplamente utilizado no cinema. “Ele é um autor moderno, mas essa obra tem uma cara romântica, apesar de já ser do século XX. É uma peça muito famosa, que toca em vários filmes, e acho que o público vai gostar”, comenta Otávio.
Para encerrar o espetáculo, a Orquestra de Câmara do Amazonas interpreta a “Serenata para Cordas em Dó Maior”, de Tchaikovsky. Considerada uma das composições mais refinadas do repertório para orquestra de cordas, a peça exige técnica e sensibilidade dos músicos.
“Ela é difícil, como a maioria das coisas do Tchaikovsky, mas a Orquestra de Câmara do Amazonas toca essa obra com gosto. Ali temos uma mistura maravilhosa de músicos amazonenses, russos, bielorrussos, cubanos, latino-americanos em geral. Eles tocam essa peça com a alma russa, mas com o calor dos amazonenses”, destaca o maestro.
Semana especial
O maestro Otávio Simões, que completa 12 anos desde que chegou a Manaus, vê o convite para reger este concerto como um momento especial de sua trajetória. “Me sinto muito privilegiado. Completei 12 anos em Manaus agora, no dia 17 de fevereiro. Vim para cá a convite do maestro Malheiros e da Secretaria de Cultura na época”, lembra.
“Coincidentemente, esse concerto acontece exatamente nessa data, e eu estou ali fazendo música com amigos, porque orquestra de câmara são amigos pessoais, gente de quem eu gosto muito”, diz o maestro.
Com um repertório emocionante e uma orquestra formada por músicos de diversas nacionalidades, o concerto com cerca de uma hora de duração, promete ser uma experiência única para o público manauara.
Prefeitura de Manaus recupera rede de drenagem profunda no bairro São José
A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), executa, nesta quarta-feira, 19/2, os serviços de recuperação da rede de drenagem profunda na antiga rua 20, atual rua Rio Bauana, no bairro São José. O trabalho inclui a implantação de novos tubos para melhorar o escoamento das águas pluviais.
“O trabalho é essencial para garantir a segurança da população e melhorar a infraestrutura da região, assegurando que a drenagem funcione de maneira eficiente, especialmente durante o período de chuvas intensas, essa é a determinação do prefeito David Almeida e seguimos fortes com a meta de avançar cada vez mais em Manaus”, afirma o vice-prefeito e secretário de Obras, Renato Junior.
Após a vistoria técnica, foi identificado que a rede de drenagem foi rompida devido às fortes chuvas, à obstrução por lixo e ao peso de um muro de residência que estava sob o sistema. De forma imediata a equipe iniciou a troca dos tubos danificados, substituindo por novos, mais resistentes, que garantirão a segurança e a durabilidade da rede.
Na sequência, as equipes irão trabalhar no aterro para finalizar os serviços, devolvendo a trafegabilidade adequada à área. Essas ações fazem parte do esforço contínuo da Prefeitura de Manaus em garantir mais segurança e qualidade de vida para os moradores da cidade.
A prefeitura segue com diversas frentes de trabalho simultâneas, demonstrando seu compromisso em melhorar a infraestrutura urbana e atender as necessidades da população de forma eficiente e rápida.
Tartarugas dançam? Sim! E isso tem uma função importante na sobrevivência delas
Alguns animais que cruzam longas distâncias ao redor do globo, como aves, salmões, lagostas e tartarugas marinhas, são conhecidos por navegar utilizando como referência as linhas do campo magnético que atravessam a Terra do polo norte ao polo sul.
Os cientistas já sabiam que esses animais usam a informação magnética como uma bússola para determinar onde estavam. Mas novas evidências reforçam a tese de que tartarugas marinhas como a cabeçuda, conhecida em todos os oceanos do planeta, são capazes não somente de se orientar, mas também de traçar um mapa magnético completo, estabelecendo seus locais preferidos para fazer ninhos ou se alimentar.
O estudo liderado por Kayla Goforth, da Universidade da Carolina do Norte, fornece a primeira “evidência direta de que um animal pode aprender e lembrar as coordenadas magnéticas naturais de uma área geográfica”. Isso significa que as tartarugas utilizam o campo magnético como um GPS para criar um mapa de seus locais prediletos.
Exatamente como isso acontece ainda é um mistério, mas os cientistas identificaram que as tartarugas performam uma série de movimentos, como uma dança, quando identificam uma assinatura magnética associada a alimentação, por exemplo.
O experimento da “dança da tartaruga” no Oceano Atlântico
Os pesquisadores descobriram que o talento das tartarugas para criar mapas independe de seu compasso interno. Isso sugere que essas duas formas de recepção magnética, uma mais vinculada à memória geográfica e outra à direção, funcionam de maneira diferente.
Para o experimento, os cientistas colocaram tartarugas cabeçudas jovens em um tanque cercado por uma bobina magnética que replicava o campo magnético do Oceano Atlântico.
Durante dois meses, os pesquisadores alteraram diariamente o campo magnético do tanque, simulando as condições entre as costas dos Estados Unidos e o Golfo do México.
No entanto, as tartarugas só eram alimentadas quando recebiam a informação magnética de uma das áreas.
Quando os animais antecipavam que haveria comida por meio da percepção do sinal magnético, agitavam suas nadadeiras, abriam a boca e giravam em círculos dentro da água.
Os pesquisadores filmaram esse comportamento, que foi batizado de “dança da tartaruga”.
As tartarugas dançavam com mais entusiasmo no tanque quando sabiam que haveria comida, uma “evidência clara” de que elas podem aprender as assinaturas magnéticas de “áreas geográficas específicas”, diz o estudo.
Mesmo quatro meses depois, ao serem testadas novamente, as tartarugas ainda reproduziam os movimentos quando identificavam a assinatura magnética.
Mecanismos de recepção magnética em animais migratórios
A ciência ainda não sabe exatamente como os animais captam essa informação magnética. Uma teoria sugere que alguns podem detectar a influência do campo magnético por meio de uma reação química entre moléculas sensíveis à luz.
No entanto, quando os pesquisadores tentaram interferir nesse processo utilizando o que é chamado de campos de radiofrequência, as tartarugas continuaram dançando no mesmo lugar, sem alterar seu comportamento.
Já em um experimento separado, que testou as bússolas internas das tartarugas, a radiofrequência produziu efeitos mais claros.
Em um tanque que simulava as condições magnéticas do arquipélago de Cabo Verde, na África Ocidental, as emissões de radiofrequência pareceram desorientar as bússolas das tartarugas, fazendo com que se movimentassem em direções aleatórias.
Os pesquisadores concluíram que “uma hipótese razoável de trabalho é que o sentido da bússola depende da recepção magnética química, enquanto o sentido do mapa depende de um mecanismo alternativo”.
Essa hipótese é apoiada por indícios de que outros animais migratórios, como aves e anfíbios, também podem ter receptores duplos para os campos magnéticos.
*Com informações de Uol
Cid afirmou que entregou a Bolsonaro US$ 86 mil decorrentes da venda de joias sauditas
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid afirmou em delação premiada à Polícia Federal que entregou ao ex-presidente US$ 86 mil decorrentes da venda de joias recebidas como presentes enquanto chefe de Estado.
O montante corresponde a US$ 68 mil obtidos com a venda dos relógios Rolex e Patex Philippe a uma loja na Filadélfia e mais US$ 18 mil da venda de demais joias em um centro especializado de Miami, ambas cidades nos Estados Unidos. O valor foi fracionado e entregue em espécie a Bolsonaro em diferentes ocasiões, para evitar que “circulasse no sistema bancário”, segundo Cid.
A declaração consta em um depoimento tornado público nesta quarta-feira, 19, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubar o sigilo das delações de Cid. A decisão é decorrência da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe e outros crimes. No mesmo despacho, Moraes notificou os denunciados. Caso o STF aceite a denúncia, eles se tornarão réus numa ação penal.
Em julho passado, a PF indiciou Bolsonaro e outras 11 pessoas no caso das joias sauditas, revelado em março de 2023. A corporação imputa ao ex-chefe do Executivo supostos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
No depoimento, Cid conta que Bolsonaro recebeu um kit de joias em ouro branco e o Rolex numa viagem oficial feita à Arábia Saudita em 2019. No fim de 2021, em suas palavras, o então presidente pediu que o ajudante de ordens pesquisasse o preço do relógio Patek Philippe, outro presente recebido no Oriente Médio. O interesse nos valores seria para sanar contas provenientes de multas e processos judiciais.
“No começo de 2022, o presidente JAIR BOLSONARO estava reclamando dos pagamentos de condenação judicial em litigio com a Deputada Federal MARIA DO ROSARIO e gastos com mudanças e transporte do acervo que deveria arcar, além de multas de trânsito por não usar o capacete nas motociatas; QUE diante disso, o ex-Presidente solicitou ao COLABORADOR quais presentes de alto valor que havia recebido em razão do cargo”, diz um trecho da transcrição do depoimento.
Cid então diz ter recebido a “determinação” de levar o relógio e os demais objetos do kit para venda. Ele descreve ter tido ajuda do seu pai, o general da reserva Mauro César Lourena Cid, na missão de encontrar lojas especializadas que pudessem comprar os presentes.
O general entregou US$ 30 mil em espécie a Bolsonaro em setembro de 2022 na abertura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York; US$ 10 mil no fim daquele ano em Brasília, por ocasião de um evento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex); US$ 20 mil em fevereiro de 2023 durante visita do ex-presidente à residência de Lourena Cid em Miami; e o restante no mês seguinte por meio do assessor Osmar Crivelatti.
*Com informações de Terra
João Luiz alerta para isolamento social por conta da não repavimentação da BR-319
“O Amazonas, Roraima e Rondônia estão vivendo um isolamento social”, afirmou o deputado estadual João Luiz (Republicanos) ao falar sobre as condições de trafegabilidade da BR-319, rodovia que liga o Amazonas a Rondônia, em discurso no plenário Ruy Araújo da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
O parlamentar ressalta que as empresas de transportes de passageiros para os municípios de Lábrea e Humaitá estão enfrentando problemas por conta do período de chuva e do não asfaltamento da rodovia.
“Os ônibus estão sendo rebocados e guinchados. Isso está aumentando o custo para os empresários e também para os passageiros”, disse o deputado João Luiz, em discurso na última terça-feira (18).
O republicano também propôs, que as Assembleias Legislativas se unam para ajudar na repavimentação da rodovia BR-319.
Expedição BR-319
Em fevereiro do ano passado, o deputado estadual João Luiz percorreu mais de 697 quilômetros da rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho (RO), onde sentiu na pele a realidade de moradores e trabalhadores da interestadual.
João Luiz também propôs uma carta pelo asfaltamento e desburocratização de entraves ambientais da BR-319 durante a primeira reunião para o ato de posse da nova diretoria do Parlamento Amazônico na Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia (Alero).
Nas reuniões da Diretoria Executiva Gestão 2024 da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), em Brasília, João Luiz debateu sobre os desafios enfrentados pela repavimentação da rodovia interestadual com outros parlamentares do Brasil.
Roberto Cidade esclarece readequação no regimento interno da Aleam
Presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado estadual Roberto Cidade (UB) fez, nesta terça-feira, 18/2, esclarecimento quanto ao número de sessões ordinárias que serão realizadas no Parlamento Estadual, a partir da aprovação da Resolução Legislativa nº 9 de 2025, que readequou artigos do regimento interno. A fala foi no sentido de combater as fake news que foram propagadas com o intuito de constranger os parlamentares estaduais.
“O regimento foi atualizado, o que não significa que os deputados estaduais irão trabalhar menos. Ao contrário. Além de termos as três sessões ordinárias por semana, a alteração permitirá que o parlamentar esteja mais presente no interior, nos bairros de Manaus. Que tenha mais tempo para os debates nas comissões técnicas, para realizar audiências públicas. Nós estamos, na verdade, otimizando a nossa atuação parlamentar. Quero deixar bem claro para a população que nós não estamos diminuindo a carga de trabalho”, reforçou o deputado presidente.
A partir da mudança no regimento interno ficou definido que “as reuniões ordinárias da Assembleia Legislativa se realizam nos dias e horários da semana determinados no calendário citado no Art. 65, II, deste regimento interno, cuja duração atenderá às necessidades temporais para conclusão dos trabalhos do dia”. Com isso, não existe mais a obrigatoriedade de que sejam realizadas, exclusivamente, apenas às terças, quartas e quintas.
Além do trabalho parlamentar realizado nas sessões ordinárias, os deputados estaduais têm como compromisso a fiscalização de atividades/iniciativas públicas realizadas no interior do Estado e, inevitavelmente, precisam estar nos municípios para promover essa atuação in loco. O trabalho parlamentar consiste ainda na participação em comissões, na realização de audiências públicas, entre outros.
“Nós fizemos essa readequação com o objetivo também de permitir que o deputado estadual, que representa o povo do maior estado da federação, que tem dimensões continentais, consiga se deslocar até os municípios do interior. Temos muitas dificuldades de logística e, muitas vezes, não conseguimos ir e retornar com agilidade. Tabatinga, Manicoré, Humaitá, Envira e outros, são municípios que não dá para ir e voltar no mesmo dia. Nós precisamos ir ao interior. Estou falando isso hoje para esclarecer a população e para que ninguém venha distorcer sobre o que foi aprovado”, finalizou.
Moraes vira alvo nos EUA de ação conjunta de empresa de Trump e plataforma Rumble

A empresa de mídia do presidente dos EUA, Donald Trump, e a plataforma de vídeos Rumble entraram com uma ação conjunta em um tribunal federal americano contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. O processo foi movido em distrito na Flórida onde o Rumble está sediado.
As plataformas afirmam que recentes ordens de Moraes determinando que o Rumble feche a conta do influenciador bolsonarista Allan dos Santos e forneça os seus dados de usuário violam a soberania dos Estados Unidos, a Constituição americana e as leis do país.
As ordens de Moraes foram emitidas de forma sigilosa e proíbem que o Rumble divulgue seu teor.
Um dia antes, Moraes recebeu da PGR (Procuradoria-Geral da República) a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas sob a acusação de participar de uma trama golpista para impedir a posse de Lula (PT).
O Rumble saiu do Brasil em dezembro de 2023 devido ao que descreveu como diversas “ordens injustas de censura” emitidas por Moraes para banir da plataforma criadores de conteúdo e figuras públicas, incluindo parlamentares.
Na época, Moraes determinou que o Rumble mantivesse sigilo sobre essas ordens, ameaçando a empresa com a interrupção de seus serviços no Brasil caso não a cumprisse imediatamente. A decisão da plataforma de sair do país se deu para evitar a imposição de multas pela Justiça brasileira.
Num contexto semelhante, Moraes ordenou em agosto passado a suspensão da rede social X (ex-Twitter) no Brasil por não cumprir determinações de remoção de perfis e postagens.
Este jornalista obteve e publicou uma dessas ordens sigilosas em janeiro de 2023. O documento, endereçado a múltiplas plataformas, concedia um prazo de apenas duas horas para o cumprimento das exigências, sob pena de multas diárias substanciais. Diante dessa pressão, o Rumble optou por encerrar suas operações no Brasil.

Com a nova administração Trump prometendo proteger a liberdade de expressão das empresas americanas contra censura imposta por governos estrangeiros, e com Moraes recentemente revogando a ordem que bloqueava a conta do podcaster Monark no Rumble, a plataforma retomou seu serviço no Brasil no início deste mês.
Quase imediatamente, o ministro enviou novas determinações aos ex-advogados do Rumble no Brasil, instruindo-os a continuar representando a empresa para que pudessem receber suas ordens.
A nova medida de Moraes que está no centro do processo exige que o Rumble encerre permanentemente a conta de Allan dos Santos e impeça a criação de novos perfis.
Diferentemente de ordens anteriores, essa determinação não se limita a bloquear o conteúdo de Allan dos Santos no Brasil, mas exige sua remoção total da plataforma, impedindo-o de utilizar e monetizar o Rumble em qualquer lugar do mundo.
Como nas decisões anteriores, a plataforma teve apenas duas horas para cumprir a exigência.
Allan dos Santos enfrenta acusações criminais no Brasil relacionadas a suposta disseminação de desinformação sobre o STF e as eleições de 2022. No entanto, em abril do ano passado, o governo Joe Biden rejeitou o pedido de extradição do Brasil, argumentando que tais atos não são considerados crimes nos EUA, pois estão protegidos pelo direito à liberdade de expressão.
Tratados de extradição geralmente impedem que um país extradite um estrangeiro se os atos em questão não forem crimes no país que recebe o pedido. O pedido de asilo político de Allan dos Santos nos EUA ainda está pendente, e ele reside legalmente no país.
O CEO do Rumble, Chris Pavlovski, afirmou que a rejeição americana ao pedido de extradição deveria ter encerrado as tentativas de Moraes de silenciar Allan dos Santos nos EUA. No entanto, disse ele, “Moraes agora está tentando contornar completamente o sistema legal americano, utilizando ordens sigilosas de censura para pressionar redes sociais americanas a banir o dissidente político em nível global”.
O advogado do Rumble, E. Martin De Luca, do escritório Boies Schiller, argumentou que, como residente legal dos EUA, Allan dos Santos tem sua liberdade de expressão protegida integralmente pela Primeira Emenda da Constituição americana.

O objetivo da ação, disse ele, é “garantir que as empresas americanas permaneçam sob a jurisdição das leis dos EUA e que nenhum tribunal estrangeiro possa, unilateralmente, ditar quais discursos são permitidos em plataformas americanas sem autorização apropriada do governo dos Estados Unidos”.
As gigantes da tecnologia nos EUA vêm se mobilizando para que o governo Trump as auxilie contra regulações de moderação de conteúdo impostas por governos estrangeiros, as quais consideram censura política.
Em janeiro, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou o fim do programa de verificação de fatos do Facebook e pediu ao governo americano que protegesse as empresas de tecnologia contra governos estrangeiros que “estão atacando empresas americanas e pressionando por mais censura”. Questionado sobre o tema, Trump expressou apoio às mudanças.
Os advogados da empresa de mídia de Trump argumentam que qualquer tentativa de restringir as operações do Rumble no Brasil também prejudicaria a Trump Media and Technology Group Corp. (Trump Media), dona da plataforma Truth Social.
O Rumble fornece os serviços de nuvem que sustentam a Truth Social, e qualquer bloqueio imposto à plataforma poderia desestabilizar a empresa de Trump, dando-lhe base legal para contestar as decisões de Moraes.
As implicações políticas desse processo podem ser tão ou mais significativas que as jurídicas. Figuras importantes do novo governo Trump já demonstraram hostilidade em relação a Moraes e ao que consideram um regime de censura crescente no Brasil.
O enquadramento das ordens de Moraes como ataques à soberania americana, às empresas americanas e à liberdade de expressão de residentes dos EUA tem o potencial de intensificar as tensões entre Moraes e seus novos adversários influentes nos país.
Entre esses adversários está Elon Musk, figura de grande influência no novo governo americano. Durante o embate entre X e o STF, Musk atacou Moraes duramente, chamando-o de “um ditador tirânico disfarçado de juiz” e um “criminoso”.
Em agosto, Musk publicou uma imagem gerada por inteligência artificial mostrando Moraes atrás das grades e escreveu: “Um dia, @Alexandre, essa foto sua na prisão será real. Marque minhas palavras”.

A decisão da empresa de mídia de Trump de se juntar ao Rumble no processo contra Moraes indica claramente que a nova administração americana poderá comprar a briga contra as ordens do ministro.
Até o momento, o governo Trump tem evitado medidas diretas contra o Brasil, como tarifas e sanções. No entanto, essa ação judicial pode acirrar os conflitos latentes entre os dois governos.
Além de buscar uma decisão que declare a ordem de Moraes ilegal sob a legislação americana, o processo também pede que Apple e Google sejam impedidos de seguir qualquer determinação do ministro de remover os aplicativos do Truth Social e do Rumble de suas lojas virtuais. Além disso, solicita um julgamento com júri para avaliar a validade das alegações feitas pela empresa contra Moraes.
*Com informações de Folha de São Paulo
Netflix supera 25 milhões de clientes no Brasil; quase metade está em plano com anúncios

A Netflix acaba de ultrapassar a marca de 25 milhões de clientes no Brasil. É o que diz um pacote comercial entregue a agências para a venda de publicidade. Desse público, 12 milhões de usurários são do plano com anúncios.
Segundo o documento, obtido pela coluna, os dados refletem dados do terceiro trimestre de 2024 no streaming. O número chama a atenção porque a Netflix prometeu que não iria mais divulgar publicamente seu número de assinantes.
O pacote comercial foi entregue para a venda de publicidade no mercado brasileiro, com foco em produções nacionais. Pelos valores, a Netflix cobra de R$ 3 a 15 milhões pelo espaço durante as pausas de telespectadores, além de interrupções em séries, filmes e transmissões de eventos ao vivo, como a WWE.
Para assistir à plataforma com propaganda, o assinante paga R$ 20,90. Ou seja, em um cálculo rápido feito pela coluna, é possível projetar que a plataforma arrecada cerca de R$ 250 milhões por mês no país só com essa modalidade de plano (o mais barato disponível). Fora o que cobra dos anunciantes.
Com o índice de 25 milhões, a Netflix consegue algo que a TV por assinatura brasileira não conseguiu nem mesmo em seu auge. No início dos anos 2010, todas as operadoras pagas alcançaram 20 milhões de clientes.
A Netflix terminou 2024 com bons resultados financeiros. A plataforma de streaming viu sua receita crescer 16%, ultrapassando os US$ 10 bilhões (cerca de R$ 60 bilhões) pela primeira vez na história da companhia em todo o mundo.
Hoje, o Brasil é o terceiro mercado consumidor da plataforma e o segundo em número de assinantes, atrás apenas dos Estados Unidos, onde ela tem mais de 60 milhões de clientes.
Procurada para comentar o assunto, a Netflix não respondeu aos contatos feitos pela coluna desde a manhã de terça-feira (18) por meio de suas assessorias de imprensa no Brasil e no exterior.
*Com informações de Folha de São Paulo
Trump chama Zelenski de ditador e exige acordo dele com Putin

Donald Trump redobrou o ataque presidente da Ucrânia nesta quarta (19) e disse que Volodimir Zelenski é “um ditador sem eleições”, sugeriu que Kiev desviou a ajuda americana contra a invasão russa e sugeriu que o colega aceite logo uma paz com Vladimir Putin “antes que ele fique sem um país”.
A fala, a mais virulenta feito já por líder de Washington contra um aliado até anteontem dependente de sua ajuda para não perder uma guerra, foi feita por meio de uma postagem na rede controlada por Trump, a Truth Social.
Ela veio depois de uma longa entrevista coletiva na qual o ucraniano se queixou de que o americano havia “ajudado a reabilitar Putin” no cenário internacional ao ligar para o russo e abrir negociações sobre o conflito que fará três anos na segunda (24).
O motivo havia sido uma fala de Trump na terça (18), na qual ele culpou a Ucrânia pela guerra e a aliança Otan, por ter convidado Kiev a integrá-la, o principal motivo alegado por Putin para a invasão.
As conversas russo-americanas, ocorridas na terça (18) na Arábia Saudita, excluíram ucranianos e os aliados europeus de Kiev —todos sócios da Otan, o clube militar comandado desde 1949 pelos Estados Unidos, criado para a conter a Rússia então em sua encarnação União Soviética.
“Pense nisso, um comediante modestamente bem-sucedido convenceu os EUA a gastar US$ 350 bilhões, entra numa guerra que não podia ser ganha, que ele nunca deveria ter começado e que ele, sem os EUA e Trump, nunca poderia ver resolvida”, disse.
Como de costume, há aparente exagero nas contas de Trump ao dizer que foram gastos quase R$ 2 trilhões no conflito. Númeos mais conservadores, do Instituto para Economia Mundial de Kiel, apontam que até 31 de dezembro o valor empregado foi de R$ 676,5 bilhões.
Os americanos são líderes incontestáveis no quesito ajuda puramente militar, tendo fornecido R$ 379,1 bilhões, cinco vezes mais que o segundo colocado no ranking, a Alemanha. Somando apoio financeiro puro, a Europa deu R$ 783,7 bilhões a Kiev —ainda que Trump diga que “os EUA gastaram US$ 200 bilhões (R$ 1,1 trilhão) a mais” do que os atônitos parceiros.

Números ao fim são desimportantes. O tom de Trump cristaliza a visão de que ele quer impor uma paz aos ucranianos nos termos que achar conveniente acertar com Putin.
No ano passado, Zelenski tentou isso ao conseguir convocar uma cúpula de paz na Suíça para a qual os russos não foram convidados, ensejando a mesma crítica acerca da apresentação de termos impositivos ao outro lado. Hoje, a Rússia controla cerca de 20% da Ucrânia, e tudo indica que essa fatia ficará com Putin no acerto com Trump.
O presidente russo, celebrando mais cedo a retomada de conversas com a outra superpotência nuclear do planeta, havia até tentado contemporizar, dizendo que o americano havia lhe dito que a Ucrânia participaria das negociações em algum momento.
Ele só não disse quando, reforçando a percepção de que um prato feito será servido, apenas confirmada pela mensagem de Trump. Como se trata do presidente americano e suas agressivas táticas de negociação, sempre há a chance de que ele traga logo Kiev para a mesa —mas o clima desandou.
Sem apresentar provas, ele diz que “Zelenski admite que metade do dinheiro que nós mandamos para ele desapareceu”. Se é verdade que a corrupção grassa na Ucrânia, e que há relatos abundantes de desvios de finalidade do dinheiro aliado por lá, não se sabe de onde Trump tirou tal magnitude.
Mais grave para Kiev, ele questiona a legitimidade de Zelenski nos mesmos termos já empregados por Putin. O mandato do ucraniano expirou em 20 de maio do ano passado, e não houve eleições porque o país está sob lei marcial desde o início da guerra.
Críticos internos de Zelenski já questionaram essa vinculação, mas Trump foi mais incisivo, ao estilo de Putin. “Ele se nega a fazer eleições, ele está em baixa nas pesquisas ucranianas, e a única coisa em que ele era bom era em enrolar [o antecessor Joe] Biden”, escreveu.
Na realidade, sondagens apontam que Zelenski teria dificuldades de bater o ex-chefe das Forças Armadas, Valeri Zalujni, se o pleito fosse hoje. Sua popularidade está longe dos 90% que já marcou, mas ainda em confortáveis 58% segundo o levantamento local mais recente.
“É bom que Zelenski, um ditador sem eleições, se mova rapidamente ou ele não terá um país”, disse o americano, sugerindo ainda que o ucraniano prefere seguir em conflito porque “provavelmente quer manter o ‘gravy train’ vindo”. A gíria, literalmente trem do molho, no caso dinheiro, se refere a auferir recursos fáceis, sem trabalho.
