Prefeitura de Manaus apoia ação do projeto Despertai que reúne mais de 300 jovens na capital
A Prefeitura de Manaus acompanha, neste fim de semana, a realização da ação social do projeto Despertai, voltada para jovens a partir de 17 anos, que recebe apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (ManausCult), com recursos oriundos de emenda parlamentar.
O projeto, executado pela comunidade Católica Despertai, tem como objetivo oferecer formação, capacitação e momentos de espiritualidade, além de atividades nas áreas cultural, social e educacional.
A edição Despertai 2025 conta com a participação de mais de 300 jovens inscritos e 200 colaboradores, incluindo voluntários e coordenadores. Além de atender a juventude de diversos bairros de Manaus, o projeto também recebe participantes de outras cidades que buscam uma experiência de aprendizado e desenvolvimento pessoal.
A primeira fase do projeto teve início, no sábado, 22/2, e segue até o dia 27 de fevereiro, no centro de convivência Magdalena Arce Daou, localizado na avenida Brasil, bairro Santo Antônio. Em seguida, o evento avança para a segunda etapa, na casa de retiro Shamah, no quilômetro 14, BR-174, no ramal Cláudio Mesquita, próximo à Fazenda da Esperança, de 28 de fevereiro a 5 de março.
Durante o período do projeto, os jovens participam de palestras, oficinas, capacitações, missas e momentos de adoração. A proposta é não apenas fortalecer a fé dos participantes, mas também promover o desenvolvimento de novas habilidades e incentivar a cidadania.
O diretor-presidente da Manauscult, Jender Lobato, destacou a importância do apoio da prefeitura a iniciativas como o Despertai. “A Prefeitura de Manaus, por meio da ManausCult, reconhece o valor de projetos que incentivam a cultura, a educação e o desenvolvimento social da juventude. O Despertai é um exemplo de como o investimento público pode proporcionar oportunidades para os jovens, contribuindo para sua formação integral e para um futuro mais promissor”, afirmou.
A presidente da comunidade católica Despertai, Kelly Cristina Ferreira, reforçou a importância do apoio recebido, destacando que, sem essa parceria, muitas ações não seriam possíveis. “Somos muito gratos à Prefeitura de Manaus, a partir da ManausCult, pelo apoio que nos permite ampliar o alcance do Despertai. Esse incentivo possibilita que mais jovens tenham acesso a formações, capacitações e momentos de espiritualidade que fazem toda a diferença em suas vidas”, ressaltou.
Carros elétricos: Brasil bate recorde de vendas e importações
O mercado automotivo brasileiro ganha impulso significativo com o crescimento da frota de carros elétricos. Em 2024, as importações destes veículos bateram recorde e atingiram quase US$ 1,6 bilhão, um aumento de 107,7% em relação ao ano anterior, conforme dados da Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
As vendas no país também acompanharam esse incremento, registrando acréscimo de 89% e 177.538 unidades comercializadas no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Só em dezembro, foram vendidos 21.634 carros. Especialista em comércio exterior e CEO da Tek Trade, Rogério Marin prevê que o mercado de mobilidade elétrica deve continuar avançando em 2025 em função de diversos fatores, tais como o aumento da oferta (e da concorrência) de novos modelos, entrada de novos fabricantes no mercado, queda nos preços relativos dos veículos eletrificados em relação aos convencionais (ICE – Internal Combustion Engine), redução do desconhecimento do consumidor sobre o produto e ampliação da infraestrutura de recarga, que vem crescendo em todo país.
“A expectativa é que esse mercado continue em alta, impulsionado pelo comportamento do consumidor brasileiro, que tem buscado cada vez mais alternativas sustentáveis e econômicas. Mesmo com o aumento do Imposto de Importação, os carros elétricos representaram mais de 40% do total de veículos importados no ano passado, consolidando o Brasil como um mercado significativo e atraindo investimentos de grandes montadoras chinesas, como a BYD e a GWN, além da chegada de várias outras, tais como Zeekr e Denza”, explica Marin. “Com o aumento dos eletropostos, especialmente fora dos grandes centros urbanos, assim como com a ampliação da rede de concessionários e modelos (cada vez mais acessíveis), aumenta entre os consumidores a percepção dos benefícios financeiros e ambientais dos veículos eletrificados, e a tendência é de que o segmento mantenha seu ritmo acelerado de crescimento”, acrescenta o especialista.
A ampliação da rede de infraestrutura de recarga em 2024 colaborou para reduzir as incertezas quanto ao uso de veículos elétricos em maiores distâncias. Dados da ABVE apontam que a quantidade de eletropostos quase triplicou no ano passado na comparação com 2023, saltando para mais de 12 mil unidades em dezembro. “Enquanto o Brasil avança na questão dos postos de recarga elétrica, algumas montadoras vêm apostando em veículos híbridos plug-in, que têm baterias e motores a gasolina”, explica Rogério Marin.
Benefícios ambientais e econômicos
A crescente consciência sobre a necessidade de reduzir as emissões de gases poluentes também tem popularizado os carros elétricos pelo país. São Paulo foi o estado que mais emplacou veículos do tipo em 2024, com um total de 56.819 unidades. Em seguida estão Brasília (16.061), Rio de Janeiro (12.841), Paraná (12.056) e Santa Catarina (11.500), segundo a ABVE. Para os consumidores, os benefícios desses veículos vão além da sustentabilidade. A economia com abastecimento é uma dessas vantagens, já que em muitos estados brasileiros o custo da recarga elétrica é significativamente menor do que o gasto com gasolina, etanol ou diesel. A manutenção reduzida é outro ponto positivo, pois esses automóveis possuem menos peças móveis em comparação com os veículos a combustão, o que diminui a necessidade de reparos frequentes. Marin, que há três anos utiliza pessoalmente tanto modelos elétricos quanto híbridos, afirma que seu carro elétrico “é simplesmente o melhor, mais econômico e conveniente veículo que já tive na vida”.
Além disso, ganhos de escala e avanços tecnológicos têm reduzido significativamente o custo das baterias, o componente mais caro de um veículo elétrico, o que acaba por reduzir o custo total do veículo, cujos preços a cada ano que passa se aproximam mais dos veículos convencionais. Para se ter uma ideia da escala desta redução de custos, de acordo com dados publicados pela BloombergNFE (BNFE), em 2013 1 kWh de bateria (Lithium-ion) custava USD 806 e, em 2024, este valor foi de apenas USD 115 por 1 kWh. Esta tendência deve continuar nos próximos anos, e se estimam valores ao redor de USD 50/kWh entre 2027 e 2030.
De acordo com estas projeções, veículos elétricos devem se tornar mais baratos que seus equivalentes com motores a combustão interna antes do final da década. “Acredito que neste ponto a migração se tornará irreversível, visto que aliado ao menor custo operacional dos veículos elétricos se somará a vantagem de um menor custo de aquisição”, finaliza Marin.
*Com informações de IG
Débora Menezes é convidada para integrar frente parlamentar nacional em defesa da infância e juventude
A deputada estadual Débora Menezes (PL-AM), referência na defesa da infância no Amazonas, foi convidada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) para integrar uma Frente Parlamentar Ampla dedicada à proteção de crianças e adolescentes.
O convite ocorreu durante um encontro em Brasília nesta semana. Segundo Débora, a iniciativa busca unir esforços de parlamentares municipais, estaduais e federais para ampliar e fortalecer políticas públicas voltadas à infância e juventude.
“A senadora Damares é nossa maior referência nessa causa. Agora, estamos criando um movimento nacional para fortalecer essa pauta em todas as esferas, garantindo que as políticas de proteção à infância sejam uma prioridade em todo o país”, destacou a deputada.
A senadora Damares reforçou a importância de reunir lideranças comprometidas com essa missão. “Estamos identificando e convidando parlamentares que já atuam nessa área para fortalecer essa rede. Débora Menezes será a coordenadora do movimento no Amazonas. Ela tem feito um trabalho exemplar e é um orgulho para nós conservadores”, afirmou.
Débora também colocou à disposição da iniciativa, a Frente Parlamentar Especial da Criança e do Adolescente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), idealizado por ela, reforçando o compromisso com políticas de proteção à infância no Estado.
Bióloga juiz-forana desenvolve trabalho para salvar botos na Amazônia
Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia indicou que o número de botos da Bacia Amazônica, como o cor-de-rosa e o tucuxi, está diminuindo pela metade a cada 10 anos. Apesar desse recorte ser apenas de uma pequena região, e dos botos terem populações também na Colômbia, Peru, Equador, Venezuela e Bolívia, há várias estimativas que apontam um declínio do número desses animais, cujas populações estão comprometidas pelo efeito cumulativo de ameaças. Na linha de frente para mudar esse cenário, está a pesquisadora juiz-forana Mariana Frias, analista de Conservação do World Wide Fund for Nature (WWF-Brasil). Desde pequena, ela sentia um fascínio enorme pelos botos, tanto que seguiu mesmo essa carreira, e hoje ajuda a buscar soluções para cuidar dessa população. Mesmo a tantos quilômetros longe dessa população, ela já percebia a importância que esses animais tinham, tanto para o ecossistema quanto para a cultura brasileira – algo que, atualmente, enxerga que precisa chegar até mais pessoas como um problema urgente.
A pesquisadora começou sua trajetória na UniAcademia e, logo que pôde, começou estágios no Instituto Mamirauá, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, que promove ações principalmente no estado do Amazonas. Lá, ela trabalhou com a pesca tradicional e artesanal do peixe-boi amazônico e participava também de ações educacionais, uma das frentes de trabalho do instituto. Até que, ao chegar ao trabalho de conclusão de curso, resolveu lançar o olhar para os botos e sugeriu para o instituto desenvolver o trabalho com esses animais a partir da interação turística, passando pela percepção das pessoas que iam fazer o turismo de base comunitária e ainda pela observação responsável. Ela continuou com mestrado e doutorado em Ecologia na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e, atualmente, faz parte do WWF e do grupo que desenvolveu chamado South American River Dolphins Initiative (Sardi). Durante todo esse caminho, também a situação dos botos foi se complicando, e ela precisou entender um cenário que envolve vários desafios. “Os botos representam a saúde de um ecossistema, são sentinelas, e mostram para a gente o cumulativo de várias ameaças”, diz.
Apesar do boto ser um ícone do conhecimento tradicional e do folclore brasileiro, estando presente em várias lendas e sendo homenageado em festivais (como é o caso de Sairé, em Alter do Chão), o animal também é vítima de conflitos. Para a pesquisadora, são três principais ameaças que atingem os botos-vermelhos e tucuxi: a pesca, o garimpo e a presença das hidrelétricas nos rios. Esse primeiro fator está associado tanto à pesca comercial e industrial como à pesca de pequena escala, por causa do uso inadvertido ou mau uso da rede de pesca. “Muitas vezes esses animais se enroscam nas redes e acabam morrendo num evento chamado de bycatch. Pouco temos de estimativa em termos de quanto isso representa em perda de indivíduos por ano, mas sabemos que são muitos”, explica. Os pesquisadores estão tentando quantificar esses dados, mas entendem que, além da mortalidade acidental, existem os conflitos mais diretos entre os pescadores e os botos pela disputa de recursos.
Já em relação ao garimpo, o grande problema está em relação à presença do mercúrio dentro do sistema aquático. “Esse mercúrio é extremamente contaminante, é um metal pesado que entra na corrente sanguínea e gera danos neurológicos, reprodutivos e degenerativos. Isso já é provado no organismo humano e para alguns cetáceos marinhos, mas para o boto ainda não conseguimos entender os efeitos fisiológicos. As concentrações são altíssimas, pelo que estamos coletando”, revela. Da mesma forma, a questão das hidrelétricas ocorre pelas barreiras físicas, que fazem com que animais percam a conexão no rio e a população fique fragmentada entre várias hidrelétricas pequenas. “Essa fragmentação populacional diminui a diversidade genética, a quantidade de abundância de peixe e reduz o estoque pesqueiro que é a principal fonte de alimento para o boto”, diz.
Mudanças climáticas exacerbam desafios
Diante desse cenário, há ainda as mudanças climáticas, que sobrepõem e exacerbam novos desafios. “Em 2023, tivemos um evento de mortalidade por altas temperaturas no lago de Tefé, quando mais de 330 animais morreram em dois meses. É uma perda considerável em um espaço muito curto de tempo. Foi comprovadamente o primeiro mamífero aquático a morrer por altas temperaturas causadas pelas mudanças climáticas”, conta a pesquisadora. A questão da preservação dos botos, então, se complexifica na medida em que, quando se tem um estresse hídrico muito forte, o corpo do rio diminui e novos conflitos também aparecem, além da concentração maior de mercúrio. São eventos que, como entende, começam a ser acelerados de maneira que vulnerabiliza esses animais.

A pesquisadora entende que, da perspectiva do Sudeste, pode parecer difícil se sensibilizar tanto com uma questão que atinge animais principalmente do Norte do país, e que por vezes estão muito distantes da realidade de cada um. Mas ela considera que, assim como a onça-pintada no Jardim Botânico, esse animal é um símbolo forte para muitas comunidades, e é um símbolo da força maior da natureza. “Precisamos pensar cada vez mais em soluções que promovam a paz entre natureza e humanidade, melhorando nossas práticas. É uma missão para a minha vida promover a conservação não só das espécies, mas usar as espécies para proteger também os rios amazônicos, as populações ribeirinhas e os quilombolas. Essa floresta que tanto abriga biodiversidade e cultura”, diz.
Estratégias de mitigação e adaptação
Mesmo já trabalhando há anos com esses animais, aquele deslumbre de menina ainda não passou – só se transformou. “Cada boto que surge na minha frente é algo mágico, é algo novo, que me encanta e que me faz ver como a gente entende pouco sobre a diversidade de vida que existe neste plano. E como é importante que a gente pense em ações de conservação e proteção”, conta. No WWF, essas ações têm incluído medidas de mitigação e de adaptação para reduzir os conflitos e melhorar a qualidade de vida desses animais, além do envolvimento na incidência política e nos trabalhos e planos de ação nacional. Isso está sendo feito, como ela exemplifica, pelo monitoramento populacional e pela criação de mecanismos de coexistência com a pesca.
Uma das criações nesse sentido são os pingers, dispositivos acústicos que são acoplados na rede de pesca, que emitem ruídos para afastar os botos. Os estudos já feitos, ainda em pequenas escalas, estão apontando que o uso desses dispositivos poderia diminuir em 40% a interação dos animais com as redes. Também está sendo desenvolvido um grupo de trabalho para monitoramento remoto dos lagos amazônicos por sensores térmicos utilizados por satélite e, se necessário, tornando possível a emissão de alertas. Além disso, ela explica a importância da capacitação da governança local, para que as pessoas da comunidade tenham suas vozes amplificadas. “Nós prezamos a construção conjunta e a conservação participativa. O olhar que trazemos, de fora, não é e nem nunca vai ser completo. Nós não vivemos aquela realidade. Então o processo construtivo local é muito importante para aprendermos as necessidades, adequar todo o pensamento e a lógica científica para o que realmente vai ser aproveitado a nível local”, destaca.
*Com informações de Tribuna de Minas
Seminário ‘Internet e Meio Ambiente’ começa amanhã na Ufam, com inscrição gratuita

O evento terá debates multissetoriais com a participação de cientistas, pesquisadores e especialistas em mudanças climáticas, tecnologia e comunicação.
Na próxima segunda e terça-feira (24 e 25), o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) realizará o “Seminário Internet e Meio Ambiente: caminhos sustentáveis na Amazônia”, com inscrição gratuita para debater desafios e oportunidades para a promoção de infraestrutura e conectividade sustentável na região.
O evento acontecerá de forma híbrida, com transmissão em tempo real no canal do NIC.br no YouTube e presencialmente no Auditório do Instituto de Computação (ICOMP), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), localizado na Av. Rodrigo Otávio, nº 6200, bairro Coroado I, com entrada pelo estacionamento da Faculdade de Direito. A inscrição gratuita deve ser realizada no site: https://cursoseventos.nic.br/ evento/inscrever/seminario- internet-e-meio-ambien/
O evento, organizado em conjunto com Bemol, Centro Popular de Comunicação e Audiovisual (CPA), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Subsecretaria de Ciência e Tecnologia para Amazônia, órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, terá lideranças debatendo o assunto.
Entre eles, o renomado cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI) Philip Fearnside, conhecido mundialmente por sua atuação em áreas como aquecimento global, mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e ecologia. Fearnside ministrará palestra sobre os principais desafios do meio ambiente na Amazônia.
A programação será formada ainda por quatro mesas de debate multissetoriais, intituladas: “Infraestrutura para a conectividade na Amazônia”, “O custo da conectividade na Amazônia”, “Tecnologias e comunidade – a soberania digital na Amazônia” e “Ciência e Tecnologia para a Sociobiodiversidade”.
Confira a programação completa:
Dia 1 (24/2 – Segunda-feira)
14h às 15h30 – Mesa de Abertura
● Tanara Lauschner, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
● Eliomar Cunha, Subsecretaria de Ciência e Tecnologia para Amazônia/MCTI
● Percival Henriques de Souza Neto, Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)
● Renata Mielli, MCTI e Coordenadora do CGI.br
● Jesaias Arruda, Bemol
● Jessica Botelho, Centro Popular de Comunicação e Audiovisual (CPA)
15h30 às 17h – Palestra Inaugural
● Prof. Philip Fearnside, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
● Paulo Castro, Rede Wayuri
17h às 18h Coquetel
Dia 2 (25/2 – Terça-feira)
9h às 10h30 – Infraestrutura para a conectividade na Amazônia
A mesa se propõe a discutir o atual cenário da disponibilidade de infraestrutura para conectividade na Amazônia, buscando abordar a trajetória de políticas públicas, iniciativas comerciais, e seus desafios, considerando questões geográficas, políticas, econômicas e sociais.
● Francisca Cavalcante, Comunidade Nossa Senhora do Livramento
● Fernando Soares, Conexis
● Terezinha Alves Brito, C-PARTES e Podcast Amazônias Conectadas
● Fernando Farias, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP)
● Jesaías Arruda, Abranet (Moderador)
10h40 às 12h – O custo da conectividade na Amazônia
A partir do cenário da disponibilidade de infraestrutura na região amazônica, abordado na primeira mesa, este debate tem como objetivo promover uma reflexão em torno da expansão dos satélites de baixa órbita, que tem se configurado como uma das principais formas de promoção de acesso à Internet.
● França Bandeira, Bemol
● Anderson Ferreira, Casa Preta Amazônia
● Belmira Baré, Associação da Comunidade Indígena Bom Jesus (AICBJ)
● Antonio M. Moreiras, Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br)
● Mozart Tenório, Anatel (Moderador)
14h às 15h30 – Tecnologias e comunidade – A soberania digital na Amazônia
No atual contexto de predomínio das grandes empresas estrangeiras na oferta de tecnologias digitais, esta mesa se propõe a debater a importância da apropriação tecnológica e da participação dos povos amazônicos para a soberania comunitária, sustentabilidade e resiliência.
● Rui Gemaque, Observatório das Baixadas
● Sonaira Silva, Universidade Federal do Acre (UFAC)/Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (LabGama)
● Jessica Botelho, Centro Popular de Comunicação e Audiovisual (CPA)
● Luiz Santana, UFAM (Moderação)
16h às 17h30 – Ciência e Tecnologia para a Sociobiodiversidade
A mesa se propõe a discutir ciência e tecnologia para promoção da biodiversidade e o fomento do desenvolvimento econômico sustentável das comunidades locais.
● Fabio Cardoso, Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
● Uirá dos Santos Bentes, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab)
● Juliana Bueno, Google
● Regina Oliveira da Silva, Museu Paraense Emílio Goeldi/Coordenação de Ações Estratégicas (COAES) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
● Leonardo Mattos – Ministério das Relações Exteriores (MRE) (Moderador)
17h30 às 18h – Encerramento: Perspectivas Futuras
● Leonardo Mattos – Ministério das Relações Exteriores (MRE)
● Terezinha Alves Brito, C-PARTES e Podcast Amazônias Conectadas
Com informações da assessoria
Felix Valois analisa o processo contra Bolsonaro e dispara: ‘anistia pra fascista é o cacete’
No artigo de hoje, o advogado criminalista Felix Valois, nos apresenta reflexões sobre o processo de acusação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, provocado por crimes contra instituições e contra a própria democracia.
Mas nosso brilhante articulista vai além do campo jurídico e fala como cidadão brasileiro, indignado com o passado recente, num texto que dispensa maiores apresentações. Ele fala por si mesmo.
Justiça seja feita. (Por Márcia Costa Rosa)
Último round (Por Felix Valois)
Soou o gongo para o início do último round na luta insana que Bolsonaro deliberou travar contra as instituições do estado democrático de direito. Em um canto, no ringue, o próprio abominável com as luvas já manchadas pelas ignominias que praticou. Em outro, o sistema jurídico nacional que conseguiu resistir a todas investidas desleais e aos golpes baixos desferidos pelo adversário.
Não tem sido um embate fácil. Depois que a extrema direita se assumiu como tal (e esse foi o fenômeno político mais importante na trajetória de Bolsonaro), nunca se comportou de acordo com as regras estabelecidas. Não se trata apenas do manuseio de fortunas para a divulgação de falsas notícias. Vai mais além: a utilização do fanatismo religioso de alguns grupos de evangélicos é um espetáculo vergonhoso e deprimente. Nesse show, é inevitável que se presenciem cenas ridículas como a continência a pneus, a invocação de extraterrestres e as aglomerações na frente de quartéis.
Mas isso era só a exteriorização de uma ridicularia. Na outra face, os protagonistas se empenhavam no desempenho de papéis muito mais macabros e perigosos. Tramava-se a prática de crimes da maior gravidade, inclusive homicídio. Não é para esquecer que estavam na linha de fogo o presidente e o vice-presidente da República, bem como um ministro do Supremo Tribunal.
No rastro de sangue que ficaria desse massacre, a Constituição Federal, já encharcada, seria singelamente jogada no lixo. Os criminosos, então cantando vitória, tomariam nas mãos o poder e estaria implantada no país uma nova ditadura. O abominável acreditava que, dessa aventura golpista, sairia ele como ditador. Até no sonho se revelava um tolo, já que seus asseclas, com mais estrelas no ombro, jamais lhe dariam essa oportunidade.
A tramoia foi por águas abaixo. Quando o 8 de janeiro revelou a insanidade golpista, as instituições tomaram um choque de alerta e entraram em funcionamento. Tudo seguiu as regras o catecismo, no caso o Código de Processo Penal. Instaurou-se o inquérito policial, onde diligências foram feitas, provas foram colhidas e fez-se o indiciamento dos supostos autores dos delitos. Com o relatório, o inquérito seguiu para a Procuradoria Geral da República que tinha três opções: denunciar os indiciados, pedir novas diligências ou opinar pelo arquivamento. Prevaleceu a primeira e a denúncia chegou à Corte Suprema. Agora mostro aos leigos o roteiro: o tribunal recebe ou rejeita a denúncia. Se recebida, os réus serão citados para apresentar defesa. Segue-se a instrução processual em que serão ouvidas testemunhas arroladas pela acusação e pelas defesas. Podem ser produzidas provas técnicas, como perícias. Os acusados que o desejarem serão interrogados. Encerrada a fase instrutória, as partes apresentarão suas alegações finais e só então o feito estará pronto para julgamento. A isso se chama observar o devido processo legal, com o respeito ao contraditório e à ampla defesa. Na sessão deliberativa, o ministro relator apresenta seu voto que será ou não acompanhado pelos demais componentes do tribunal. A decisão, é claro, é tomada por maioria de votos.
Depois disso só resta executar a sentença. Em sendo absolutória, os réus presos serão devolvidos à liberdade e os demais permanecerão livres. Na hipótese de haver condenação à pena de prisão e não sendo o caso de substituição por penas alternativas, serão os réus recolhidos ao cárcere.
Essas são as expectativas para quem zombou dos acometidos por falta de ar, negaceou vacina, subtraiu joias do patrimônio público, endeusou e endossou a ação de torturadores, falsificou cartões de vacina e tramou contra a democracia. Se fosse eu, no lugar dele, não estaria muito alegre ou esperançoso. Afinal de contas, apesar de sempre ter agido como um mentecapto, Bolsonaro não pode ter perdido a lembrança das atrocidades que praticou e a que deu causa. E, como diz o povo, quem semeia ventos, colhe tempestades. Parece que o mito ou vai à lona ou joga a toalha, numa fuga vergonhosa.
Viva o samba que proclama: “anistia pra fascista é o cacete”.
Marcelo Rubens Paiva é agredido em bloco de SP que homenageou ‘Ainda Estou Aqui’
