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Amazonas F.C. e Manaus F.C. reeditam final do campeonato passado, na Arena da Amazônia

Foto: Sedel

A Arena da Amazônia, praça esportiva administrada pelo Governo do Amazonas, recebe, no domingo (09), a final do 1° Turno do Barezão 2025, com Amazonas F.C. e Manaus F.C. disputando o título e a vaga antecipada na final do campeonato. O jogo tem início marcado para as 17h e os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do estádio.

“O futebol amazonense vem evoluindo nos últimos anos, um crescimento inédito na história do nosso estado. É determinação do governador Wilson Lima fortalecer o esporte em nosso estado, no futebol não é diferente, dois times que inclusive já se enfrentaram em partida do Campeonato Brasileiro Série C”, disse o secretário de Estado do Desporto e Lazer (Sedel), Jorge Oliveira.

Onça e Gavião são dois grandes expoentes do futebol amazonense nos últimos, com o Manaus alcançado a Série C do Campeonato Brasileiro em 2020 e o Amazonas conquistando a Série C e o acesso à segunda divisão nacional em 2023. Em 2024 os clubes se enfrentaram na final do Barezão e o clube alviverde saiu vencedor nos pênaltis.

Com informações da Sedel

Esquerda evita debate sobre sucessão de Lula para blindar nomes de frituras antecipadas

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Petistas mantêm um pacto tácito para que só se dê início ao debate sobre sucessão do presidente Lula (PT) após as eleições de 2026, quando deverá concorrer à reeleição.

A avaliação é de que a antecipação desse debate representaria um desserviço para a esquerda. Nas palavras de um expoente do PT, a busca por um sucessor seria um suicídio político. Até porque esse nome não existe e não haverá outro Lula.

Em janeiro, na primeira reunião ministerial de 2025, Lula lembrou incidentes sofridos no ano passado, como uma pane no avião presidencial e sua queda no banheiro, para reconhecer que motivos alheios à sua vontade podem inviabilizar uma candidatura à reeleição.

Embora o presidente tenha dito que só Deus sabe se será candidato, a afirmação não foi recebida pela equipe como um prenúncio de desistência, mas um incentivo para que seus ministros trabalhem mais, seja pelo sucesso do governo ou por uma oportunidade pessoal.

Dentro dessa estratégia, repetem que Lula é a única alternativa da esquerda para 2026. Apesar desse discurso, aliados do presidente travam uma disputa nos bastidores para se viabilizar como herdeiros desse legado, especialmente em um momento de fragilidade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

O chefe da equipe econômica costuma ser lembrado para as eleições presidenciais, após ter chegado ao segundo turno contra Jair Bolsonaro em 2018. Mas, em conversas, Haddad chegou a admitir um período de abatimento após a crise provocada pela disseminação de fake news sobre taxação de operações via Pix, em janeiro.

Pesquisa Quaest em fevereiro apontou alto índice de rejeição do ministro da Fazenda, e seus pares reconhecem que fizeram pouco para preservá-lo —o que acabou atingindo o governo Lula.

O desgaste da imagem do ministro possibilitou o surgimento de outros potenciais sucessores. Hoje citado apenas para as eleições presidenciais de 2030, o nome do ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), passou a ser apontado como uma hipótese já para 2026.

Ex-governador do Maranhão, ele ganhou notoriedade à frente do Ministério da Justiça, em 2023. Sua atuação por maior transparência na execução das emendas parlamentares mantém seu nome no cenário político, alimentando rumores de que possa abandonar a toga para entrar numa disputa eleitoral.

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), também é citado para a disputa presidencial, especialmente depois da vitória sobre o bolsonarismo na corrida pela Prefeitura de Fortaleza. Em discursos, Lula chega a desafiá-lo, em tom de brincadeira, a ter desempenho melhor ao de Haddad na Educação —o atual titular da Fazenda comandou a pasta da Educação nas gestões anteriores de Lula e também no governo Dilma Rousseff.

Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), sempre é lembrado para a disputa, até por já ter sido sondado em 2018, contra Bolsonaro. Mas não aceitou a missão.

Tido como um afilhado político de Wagner, o chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), tem ganhado espaço na função de gerente do governo.

O nome do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), surge nas conversas como opção para um cenário que exija um movimento para o centro.

Enquanto aliados reafirmam a candidatura de Lula como única viável, atitudes do presidente têm sido encaradas como uma tentativa de dar visibilidade a opções ao seu nome. A decisão de nomear a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para o ministério responsável pela articulação política foi entendida como parte dessa busca de alternativas.

O próprio presidente argumentou que esse seria um resgate da imagem dela. Nas conversas sobre a sucessão na pasta, Lula disse que deve a Gleisi a oportunidade para mostrar sua capacidade de articulação.

Lula afirmou ainda que a opção por ela no ministério seria um reconhecimento ao seu trabalho no comando do PT, onde está desde 2017.

A própria nomeação de Alexandre Padilha (PT) para o Ministério da Saúde é entendida como uma chance para se viabilizar eleitoralmente, ainda que seja para uma disputa ao Senado em 2026, ou à Prefeitura de São Paulo em 2028.

Nas conversas, Lula mostra entusiasmo com a campanha presidencial de 2026. Uma prova disso está na decisão de nomear Gleisi para a Secretaria de Relações Institucionais, além da chegada do publicitário Sidônio Palmeira ao Palácio do Planalto.

Com o apoio ao nome do ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva para a presidência do PT, Lula leva para seu lado integrantes do núcleo da campanha de 2022. Durante reunião da última quinta (6) com dirigentes da maior força do PT, o vice-presidente do partido e prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, disse a Lula que, se fosse para perder, seria melhor nem entrar na disputa.

“Mas essa hipótese não existe. Lula está animado e confiante. Ele vai concorrer e ganhar”, disse Quaquá.

As possibilidades da esquerda para 2026, além de Lula:

Camilo Santana
A favor: É responsável pelo Pé-de-Meia, experiência como governador e venceu o bolsonarismo na disputa pela prefeitura de Fortaleza
Contra: Com trajetória concentrada no Ceará, não alcançou visibilidade nacional

Fernando Haddad
A favor: Tem experiência administrativa e já chegou ao segundo turno na disputa pela Presidência em 2018
Contra: A política de austeridade fiscal à frente da Fazenda e episódios como a crise do Pix abalaram sua popularidade

Flávio Dino
A favor: Conquistou notoriedade entre militantes de esquerda no enfrentamento ao bolsonarismo e na defesa da transparência na execução de emendas
Contra: Com poucos anos na cadeira, teria que renunciar ao posto de ministro do STF e enfrentaria acusações de politização do cargo.

Geraldo Alckmin
A favor: Com uma trajetória na centro-direita, poderia ter um alcance mais abrangente do que a esquerda petista
Contra: Sua última investida numa corrida presidencial como cabeça de chapa foi um fracasso, com menos de 5% dos votos.

Gleisi Hoffmann
A favor: Aguerrida, tem confiança de Lula e apoio de militantes de esquerda. Ganha visibilidade ao ser indicada para a Secretaria de Relações Institucionais
Contra: Sofre rejeição entre eleitores e parlamentares de centro-direita

Guilherme Boulos
A favor: O psolista e líder do MTST conta com a simpatia de Lula e é apontado como uma novidade à esquerda
Contra: As ações do MTST conferiram-lhe a pecha de invasor, o que limita a chance de ampliação ao centro. Foi derrotado na corrida pela Prefeitura de São Paulo

Jaques Wagner
A favor: De perfil conciliador, assumiu a liderança política na Bahia após derrota do carlismo no estado
Contra: Em 2018, recusou convite de Lula para disputar a Presidência contra Jair Bolsonaro, demonstrando pouco apetite pela disputa

Marina Silva
A favor: Como candidata à Presidência, a fundadora da Rede obteve reconhecimento nacional e apoio de eleitores de centro-esquerda
Contra: A agenda de defesa do Meio Ambiente restringe uma ampliação à direita

Rui Costa
A favor: Ex-governador da Bahia, ganhou visibilidade no papel de “gerentão” do governo
Contra: Dono de um estilo duro, conquistou desafetos na Esplanada e no Congresso

Com informações da Folha de S.Paulo

Águas ribeirinhas da Amazônia são contaminadas por agrotóxicos, mostra pesquisa

Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP detectaram 13 praguicidas em concentrações consideráveis em amostras de águas urbanas e de comunidades ribeirinhas. O material foi coletado em uma área de proteção ambiental, na Bacia Amazônica. Ao todo, a equipe analisou a presença de 21 agrotóxicos de uso comum por produtores brasileiros.

Segundo a pesquisa publicada na revista científica Environmental Research, o composto mais detectado foi o inseticida fenitrotion, com uma taxa de detecção de 78%, seguido da cipermetrina, com 63%. Outro destaque foi o fipronil, encontrado acima dos limites em até 33% das amostras; este praguicida foi banido da União Europeia e países de outros continentes devido a sua alta toxicidade ambiental (principalmente às abelhas) e preocupação com a saúde humana.

Em contrapartida, 18% das amostras analisadas foram consideradas “limpas”, ou seja, comparadas às outras, elas apresentaram apenas um composto detectado. Segundo os pesquisadores, isso não as isenta de riscos ao ambiente e aos seres humanos. “É importante ressaltar que a área em que o estudo foi aplicado é habitada por diferentes comunidades ribeirinhas da Amazônia. É por isso que nós também avaliamos o risco, não cancerígeno, desses indivíduos desenvolverem algum efeito tóxico”, afirma Gabriel Neves Cezarette, responsável pelo estudo.

Segundo o pesquisador, o estudo utilizou diversos parâmetros na quantificação dos riscos à exposição desses agentes intoxicantes. No caso da concentração de praguicidas na água, usaram a dose de referência (limite aceitável para o consumo humano) do guia da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e também o índice da massa corporal de um humano adulto. Apesar de não terem identificado riscos das concentrações de praguicidas para o consumo de água pela população local, Cezarette lembra que os testes não levaram em consideração grupos de risco como as crianças, os idosos e as gestantes, por exemplo. Essa população não foi avaliada e pode estar sujeita a possíveis efeitos adversos quando expostos aos mesmos compostos químicos.

Para além da ingestão direta da água, outras formas de consumo podem aumentar esse risco. “É importante ressaltar que neste caso nós avaliamos somente uma fonte de exposição. Os indivíduos provavelmente também estão expostos a esses mesmos pesticidas através de outras fontes como a alimentação”, lembra o pesquisador.

Uso amplo e controverso de agrotóxicos

Para controlar, prevenir ou exterminar pragas da agricultura, os praguicidas são amplamente utilizados em lavouras em todo o mundo. No Brasil, 719,5 mil toneladas de venenos contra pestes foram utilizados em 2021, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o que coloca o País como líder no uso de agrotóxicos.

O excesso de praguicidas, também conhecidos como agrotóxicos, pode resultar em perda de biodiversidade, aumento da resistência de pragas-alvo e danos à saúde humana. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2023, a agricultura da região Norte tem como principais produtos a soja e o milho. Embora os pesticidas utilizados nessas plantações sejam aplicados no solo, eles podem ser transportados por longas distâncias através de fenômenos que ocorrem durante o ciclo ambiental, como a evaporação dos compostos, escoamento para águas superficiais de rios e lagos, ou infiltração no solo, atingindo aquíferos.

Além disso, os diversos rios da região amazônica são fundamentais no transporte do escoamento agrícola, incluindo resíduos de pesticidas. Como mostra a pesquisa, eles estão se tornando depósitos dessas substâncias que se acumulam e podem gerar reações adversas em conjunto tanto para o meio ambiente quanto para a população.

Com a falta de dados sobre essas substâncias na Floresta Amazônica brasileira, pesquisadores da FCFRP coletaram amostras de águas de dois rios da região, o Rio Tapajós e o Rio Amazonas. Ao todo foram 27 pontos de coleta próximos à cidade de Santarém, no Pará, em uma área de proteção ambiental em que o uso de praguicidas em plantações está proibido. As águas, com origem em outros rios, podem carregar essas substâncias por longas distâncias, avalia a professora Marília Cristina Oliveira Souza, umas das orientadoras do estudo, sobre a contaminação dos rios estudados.

“O uso de pesticidas é frequentemente controverso porque, apesar da sua capacidade de melhorar a produção de alimentos, a maioria desses compostos são resistentes à degradação e podem bioacumular no ambiente e biomagnificar [aumentar sua concentração] na cadeia alimentar”, afirma a professora Marília.

Na pesquisa, 21 pesticidas de uso comum pelos produtores brasileiros foram analisados, incluindo herbicidas, produtos destinados ao controle de plantas indesejadas, como a trazina e 24D, e cinco classes diferentes de inseticidas, das quais fazem parte organofosforados, carbamatos, piretroides, neonicotinoides e fipronil.

Quanto ao fipronil, um dos pesticidas mais detectados no estudo – e que está banido em toda a União Europeia e em outros países pela alta toxicidade -, Gabriel Cezarette lembra que os impactos não são apenas ambientais, mas também econômicos. O interesse de exportar um produto que foi tratado com “fipronil ou qualquer outro pesticida de uso proibido no exterior pode ter a exportação vetada”.

Bioinsumos x pesticidas

Em dezembro de 2024, o Governo Federal sancionou a Lei 15.070 que dispõe sobre a produção, a importação, a exportação, o registro, a comercialização, o uso, entre outros aspectos relacionados a bioinsumos. Ao destacar a importância da legislação para o desenvolvimento sustentável brasileiro, Cezarette alerta para o fato da origem natural não isentar os bioinsumos de apresentar algum efeito tóxico. Ao contrário, é também “necessário monitorá-los tanto na produção quanto posteriormente, no ambiente”.

O pesquisador informa que, diferentemente dos pesticidas sintéticos, os bioinsumos são produtos e tecnologias de origem biológica utilizados na agricultura para melhorar a produtividade e a sustentabilidade. Incluem, por exemplo, microrganismos, extratos vegetais, biofertilizantes, biodefensivos e bioestimulantes, que atuam tanto no controle de pragas e doenças quanto na nutrição do solo e melhoria do desenvolvimento das plantas.

Apesar das ressalvas, tanto Cezarette quanto a professora Marília concordam que os bioinsumos são alternativas mais sustentáveis para as lavouras. “O Brasil pode ser um dos maiores produtores agrícolas do mundo e tem grande potencial para liderar a adoção de bioinsumos, reduzindo os impactos ambientais e aumentando a competitividade global”, diz a professora.

Os resultados deste estudo integram a pesquisa de doutorado de Gabriel Neves Cezarette, que trabalha sob orientação do professor Fernando Barbosa Júnior e da equipe de pesquisadores orientados pela professora Marília Cristina Oliveira Souza, ambos da FCFRP.

Com informações de Um Só Planeta

Mulheres ocupam só 3 de cada 10 cargos em órgãos de cúpula de partidos

Eleição das coordenadoras da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados em 2019 - Foto: Michel Jesus / Câmara dos DeputadosEleição das coordenadoras da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados em 2019 - Foto: Michel Jesus / Câmara dos Deputados

As mulheres são, em média, apenas 3 de cada 10 integrantes dos órgãos nacionais dos partidos com as maiores bancadas na Câmara dos Deputados, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Mesmo nessas instâncias, elas também tendem a ficar mais afastadas de cargos de liderança, acumulando participação como membros de menor poder decisório nas estruturas partidárias.

O cenário atual repete o de outras legislaturas, segundo especialistas ouvidas pela Folha, que citam fenômenos como o fato de essas mulheres terem mais chance de alcançar cargos altos em circunstâncias nas quais a possibilidade de fracasso é maior ou em partidos menores.

Análise de dados disponíveis no Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias (SGIP) do TSE aponta que, em média, as mulheres são apenas 30% de todos os membros dos órgãos nacionais definitivos (não provisórios) das siglas com as dez maiores bancadas na Câmara (PL, PT, União Brasil, PP, MDB, PSD, Republicanos, PDT, PSB e PSDB). Não foram consideradas as federações.

O índice contrasta com a participação das mulheres na população brasileira (52%) e no próprio sistema político. Elas são 53% das eleitoras do país e 46% dos filiados a partidos, segundo dados do TSE.

De acordo com o SGIP, o PT é o partido com mais participação de mulheres nos órgãos definitivos nacionais entre as siglas analisadas. Elas são 52 dentre os 105 membros cadastrados (quase 50%). Já o PP aparece com o menor número proporcional de mulheres (12%), seguido do União Brasil (13%).

Quando se observa a divisão por espectro ideológico segundo o GPS partidário da Folha, as siglas de esquerda são as que têm maior participação de mulheres nesses cargos (35%). Em seguida, vêm os partidos de direita, com média de 27%, e depois os de centro (22%).

A maioria dos partidos, entretanto, fica na casa dos 30% de participação feminina nos órgãos nacionais. Do total de 1.287 integrantes, apenas 384 são mulheres.

Deputada Estadual do Amazonas, Joana Darc – Foto: Assessoria de Comunicação

O resultado leva em consideração todos os membros, de presidentes, no topo da hierarquia, a vogais, com menor poder de decisão. No geral, a lista do TSE sob a rubrica “órgão definitivo” inclui tanto integrantes do diretório como da Executiva nacional.

Nessas instâncias, a participação de mulheres se destaca entre posições de menor poder decisório, com poucas delas com cargos de liderança não relacionados à questão de gênero, por exemplo, a presidência da ala feminina do partido.

Quando se leva em consideração os postos de presidente nacional, 1º vice-presidente, tesoureiro e secretário-geral —cargos considerados importantes para as siglas—, apenas 4 dos 10 partidos apresentam mulheres na composição: PT, União Brasil, MDB e PSDB.

PSD e PP não indicam quem é o 1º vice-presidente na Executiva. No caso do PP, são, no total, 20 vice-presidentes, 5 deles mulheres. O PSD cita 10 vices, sendo 3 mulheres.

O PT se destaca como a sigla com mais mulheres nestes cargos mais altos. Além de Gleide Andrade como Secretária Nacional de Finanças e Planejamento, a legenda tinha até esta sexta-feira (7) a única mulher na presidência nacional dentre os dez partidos com maior bancada: a deputada Gleisi Hoffmann, que agora assumirá a Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula.

A chegada dela ao comando do PT, porém, pode ser vista como exemplo do fenômeno conhecido como glass cliff (penhasco de vidro): além da dificuldade de, no geral, alcançar cargos altos, as mulheres podem ter mais chances de compor a elite partidária em contextos nos quais a possibilidade de fracasso é maior.

No caso de Gleisi, a deputada federal pelo Paraná dirigiu o PT em momentos de tensão, como a reta final da Operação Lava Jato e a prisão de Lula em 2018.

Foi eleita pela primeira vez para dirigir a sigla em 2017, como a primeira mulher no cargo, e reeleita dois anos depois. Agora comporá o governo justamente em um momento de crise de popularidade do presidente.

Em pesquisa recente com outros estudiosos sobre a participação de mulheres nos órgãos partidários, a cientista política Karolina Roeder identificou que elas têm menos probabilidade de exercer posições de direção em partidos maiores. Também “têm mais chances de serem dirigentes nos estados mais pobres e possivelmente menos importantes”, aponta o estudo.

Vereadora Thaysa Lippy – Foto: Diego Mesquita

A pesquisa analisou dados de 2018 a 2022 de 32 partidos registrados no TSE. A análise dos órgãos estaduais dos partidos apontou haver, na época, menos de 15% de mulheres nos cargos de presidente ou vice. Ao mesmo tempo, elas não chegavam a 30% do total de membros de todos os órgãos partidários estaduais.

Mesma análise, mas dos órgãos nacionais das siglas nos anos 2021 e 2022, apontou que as mulheres eram 27% do total de membros, explica Liliane Gobetti Fagundes, doutoranda em Ciência Política pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

As siglas com maior porcentagem de mulheres nos órgãos partidários nacionais foram PMB, PSOL e UP. As com menor porcentagem foram PCB (Partido Comunista Brasileiro), Solidariedade e Democracia Cristã.

Segundo Fagundes, a desigualdade de gênero no interior dos partidos provavelmente impacta a quantidade de mulheres eleitas, o que, em última instância, compromete a qualidade da democracia.

“Enquanto a gente não tiver mulheres em cargo de direção dentro dos partidos, não vamos conseguir ter uma representação muito efetiva a nível eleitoral”, diz.

De acordo com o TSE, nas eleições ordinárias de 2018 a 2024, as mulheres foram apenas 34% das candidatas e 17% das eleitas.

O que dizem os partidos

A Folha questionou os dez partidos políticos com as maiores bancadas na Câmara sobre a representatividade das mulheres nas instâncias partidárias.

O MDB respondeu que, em 2024, foi a sigla que mais elegeu mulheres e que é “preciso dar sequência a ações afirmativas, como a obrigatoriedade de mulheres na constituição dos diretórios”. “A maior presença de mulheres em cargos de direção partidária resultará em mais mulheres eleitas”, informou.

O PT afirmou ter sido “o primeiro partido brasileiro a adotar, em seu estatuto, a paridade entre homens e mulheres em todos os cargos de comissões executivas”. Apontou também ter “sido o primeiro a adotar o percentual mínimo de 30% (cota) para mulheres nesses cargos”.

Deputada Debora Menezes – Foto: Daniel Nogueira

Segundo o União Brasil, a ampliação de mulheres em espaços de poder é prioridade para a sigla. O partido citou o projeto Defesa Lilás, voltado ao incentivo de mulheres na política, como ação importante da legenda.

Já o PSD disse desenvolver iniciativas para fomentar tal participação por meio do PSD Mulher. A sigla destacou a força de suas lideranças femininas, com deputadas, prefeitas, vereadoras e senadoras eleitas.

*Com informações de Folha de São Paulo

Sema mobiliza sociedade para propor soluções climáticas na 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente

Etapa visa selecionar propostas e eleger delegados para a fase nacional do evento - Foto: Filipe Jazz / TCE-AM

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) promove, nos dias 12, 13 e 14 de março, a 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente (CEMA). O encontro reunirá representantes da sociedade civil, governo e setor privado do Amazonas para debater e consolidar até 20 propostas para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas no Estado. A Conferência ocorrerá no Auditório do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), em Manaus.

A Conferência Estadual é um desdobramento das etapas municipais, intermunicipais e Conferências Livres, realizadas entre janeiro e fevereiro, onde os participantes tiveram a oportunidade de contribuir com ideias e propostas para enfrentar os desafios climáticos locais.

“Poder discutir desafios e soluções específicas da região Amazônica é um avanço muito esperado por nós em relação ao panorama nacional das leis ambientais. As conferências estaduais possibilitam que instituições, povos tradicionais e representantes da sociedade civil tenham voz ativa nesse debate. E é claro que obedeceremos as diretrizes de gênero e etnia, para justamente trazer mais foco às pessoas mais necessitadas de justiça climática”, detalhou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira.

As etapas anteriores contaram com a participação de 23 municípios, que elaboraram 325 propostas por meio de 21 conferências municipais, uma conferência intermunicipal e 24 conferências livres. Para acessar o Caderno de Propostas do Amazonas, acesse o link: https://brasilparticipativo.presidencia.gov.br/processes/cnma/media.

Na 5ª CEMA, o objetivo é definir quais das propostas elaboradas serão enviadas para a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), marcada para acontecer de 6 a 9 de maio, em Brasília. Também serão eleitos os 30 delegados que representarão o Estado nesta etapa.

A Conferência Estadual é uma etapa destinada a delegados natos e delegados eleitos nas conferências municipais, intermunicipais e livres. O público em geral pode participar como observador, com as inscrições sendo feitas nos dias do evento, respeitando a capacidade de ocupação do local.

Programação

No primeiro dia do evento, serão apresentados os cinco Eixos Temáticos da Conferência, e inscritas as candidaturas para a Delegação Estadual. No segundo, ocorrerão as discussões e defesas, bem como a votação das propostas a serem enviadas para a Etapa Nacional. O último dia será reservado para a votação dos delegados que representarão o Estado na 5ª CNMA.

Todo o evento acontecerá no Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, localizado na avenida Efigênio Salles, nº 1155, bairro Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus.

Foto: Filipe Jazz / TCE-AM

Sobre a 5ª CNMA

Com o tema “Emergência Climática: O Desafio da Transformação Ecológica”, a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA) é organizada pelo governo brasileiro com o objetivo de discutir e propor soluções para os desafios ambientais do país. Nesta edição, a ideia é criar um espaço democrático onde todos possam contribuir com ideias e propostas para enfrentar as mudanças climáticas e seus impactos no Brasil.

Iniciada em 2024, a primeira etapa da 5ª CNMA envolveu a realização de atividades autogestionadas e conferências livres, municipais e intermunicipais. Foram realizadas 62 atividades autogestionadas e um total de 1.227 conferências neste período, mobilizando diretamente 2.455 municípios brasileiros.

A segunda etapa envolve a realização das conferências estaduais e distrital, que ocorrem até 15 de março. Nelas, cada unidade federativa tem a missão de eleger os delegados que representarão o estado na etapa nacional e consolidar até 20 propostas relacionadas aos eixos temáticos Mitigação, Adaptação e Preparação para Desastres, Transformação Ecológica, Justiça Climática, e Governança e Educação Ambiental.

O processo culmina na realização da etapa nacional, que ocorrerá em Brasília (DF), entre os dias 6 e 9 de maio, com a participação de delegações de todos os Estados e do Distrito Federal. Neste momento, serão avaliadas as propostas já apresentadas e consolidadas as propostas finais da 5ª CNMA para a Transformação Ecológica do país no contexto das mudanças climáticas.

Empreendedorismo feminino avança, mas negras têm obstáculos com receita e tempo de dedicação

Projeto incentiva o empreendedorismo para mulheres venezuelanas - Foto: Assessoria

O empreendedorismo feminino avança no Brasil, refletindo tendência global de igualdade na abertura de negócios por homens e mulheres, mas questões relacionadas a cor e raça colocam negras em desvantagem.

O Brasil tem 10,1 milhões de mulheres empreendedoras, mais de 30% mais do que há uma década. Quase metade delas é negra (preta ou parda). Seus rendimentos ante as brancas, no entanto, são 31,56% mais baixos e elas dedicam dez horas semanais a menos aos seus negócios, o que limita o crescimento.

Os dados foram compilados no Panorama do Empreendedorismo Feminino no Brasil, realizado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) para a Estratégia Elas Empreendem, do governo federal.

Ana Fontes, fundadora da RME (Rede Mulher Empreendedora) e colunista da Folha, afirma que há realmente mais mulheres empreendendo, nem sempre por aptidão ou escolha, mas por necessidade, algo que se reflete ainda mais quando a mulher vive na periferia, é mãe e preta e parda.

“Se eu sou mulher, eu tenho uma camada de desafios. Se eu sou uma mulher negra, eu tenho uma segunda camada de desafios. Se eu sou uma mulher negra de favela, eu tenho uma outra camada de desafios. Se eu sou uma mulher negra de favela e mãe solo, eu tenho mais uma camada de desafios”, diz.

“Os desafios vão se potencializando à medida que você tem mais marcadores sociais.”

Foi a necessidade de gerar renda que levou Adriana Barbosa, diretora-executiva da Feira Preta, a empreender.

“Eu comecei no empreendedorismo vendendo minhas próprias roupas, muito baseada na ‘sevirologia’, como eu gosto de falar, que é a arte de se virar com o que tem, pela necessidade de gerar renda após sair de um emprego formal”, conta.

Refugiadas venezuelanas, chefes de família, foram beneficiadas com o projeto “Mujeres Fuertes”, realizado pela OSC Hermanitos com incentivos ao primeiro negócio – Foto: Assessoria

A feira fundada por ela há mais de 20 anos ao deixar o mercado de emprego formal se transformou no Feira Preta Festival, o maior evento de cultura e empreendedorismo negro da América Latina.

“Somos um negócio social, com diferentes programas, projetos e ações, que criam um ambiente propício para a prosperidade econômica da população negra”, diz.

A falta de representatividade de mulheres pretas como modelos das marcas e, consequentemente, sem roupas que atendam seus corpos foi o que levou Mayara Trindade a abrir a Afrikini, marca de biquínis voltada para mulheres negras.

As peças, com tamanhos para vestir diferentes corpos, têm estampas exclusivas com inspiração africana. No início, a empreendedora costumava comprar peças que revendia, mas algo a incomodava.

“Todas as modelos dos catálogos eram sempre brancas e magras, então eu comecei a comprar as peças e tirar fotos minhas com elas.”

“Biquíni sempre existiu, mas nunca com essa proposta. Nas fotos que tiramos buscamos sempre meninas com pelo menos quatro tons de pele preta”, diz.

Ao visitar eventos de empreendedorismo, Mayara diz sentir falta da presença de mais mulheres pretas e que acredita que a falta de oportunidades ainda é um dos principais desafios desse cenário.
DESIGUALDADE

A desigualdade de cor e raça se reflete nos grandes eventos para empreendedores, que têm tomado o ramo de negócios abertos por mulheres.

Os summits —encontros de lideranças— femininos ganharam força no Brasil em 2023 e 2024, após a pandemia da Covid-19, mas rostos pretos ou pardos são raros neles.

A Comunidade Acelera é um programa de benefícios do Acelera Hub Space, polo de fomento à inovação e empreendedorismo da Fundação Rede Amazônica (Foto: Elvis Edson)

Essa falta de representatividade cresce quando se observa a regionalidade. Os eventos, em geral, são realizados nas zonas sul e oeste da capital paulista, e mulheres que estão nas periferias, sejam de cidades como São Paulo ou de outros estados, não conseguem ocupar esses espaços.

Dani Junco, CEO e fundadora da B2Mammy, comunidade de mães empreendedoras que hoje abrange também trabalhadoras do regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), diz estar olhando com mais profundidade para essas diferenças, e busca melhorar a diversidade dentro da plataforma, oferecendo cursos e suporte online para chegar às periferias das grandes cidades e no interior do Brasil.

A B2Mammy surgiu em 2015, após o nascimento do único filho de Dani, como uma aceleradora de resultados para mulheres que empreendem. Cresceu e, em 2023, realizou seu primeiro summit. Para 2025, os ingressos estão quase todos vendidos.

O negócio impactou mais de 200 mil mulheres e ajuda a manter a Casa B2Mammy em São Paulo, onde sócias podem ir trabalhar e levar suas crianças.

“Quando você fala de ecossistema de inovação e tecnologia, a gente nasceu assim, e os eventos summit são isso. As mulheres estão participando, mas realmente nasce de uma zona mais elitista. Então, precisamos de ações afirmativas, e temos chamado mulheres negras para falar em nossos eventos. Nosso papel começa por quem está falando”, diz.

A representatividade preta no palco e a transmissão online de palestras foram a escolha feita por Fernanda Paronetto, CEO e fundadora do Just Real Moms Business Summit, para diversificar o ambiente de um evento de negócios do mercado infantil voltado para mães empreendedoras e marcas do setor.

Nascida de um blog fundado por duas amigas, a Just Real Moms é hoje comandada por Fernanda, que ainda não é mãe, e realizou seu primeiro summit em 2024. A edição de 2025 já atrai interesses.

No palco do evento, a cantora Luciana Mello, filha de Jair Oliveira, foi a responsável por apresentar os participantes, mas na plateia, poucas eram as mulheres pretas.

“São várias visões de uma sociedade, então a gente precisa disso [de diversidade]. Eu fico feliz de ser uma representante, mas gostaria muito de ver mais. De ver mais mulheres negras empreendedoras, mais mulheres indígenas. Gostaria de ver mais essas mulheres por aí tendo as mesmas oportunidades que as mulheres brancas têm”, diz a cantora.

Foto: Arthur Castro – Secom

Fernanda afirma que o mercado de maternidade movimenta hoje R$ 50 bilhões no Brasil por ano e precisa envolver as empreendedoras que estão à margem.

“Summit é networking, e o espaço [onde ele ocorre] tem limitação de pessoas. Só que eu falei: ‘eu não quero fazer isso para um grupo muito fechado’, e a gente está com tudo gravado, que será liberado por um valor acessível”, diz.

A diminuição das desigualdades no empreendedorismo, seja de gênero ou de cor e raça, é foco da Estratégia Elas Empreendem, lançada pelo governo federal em 2024 e que envolve os ministério da Indústria, das Mulheres e da Microempresa.

A iniciativa faz parte da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável dos 193 países membros das Nações Unidas. No Brasil, tem como foco políticas que possam diminuir as desigualdades.

Formalização, renda e dedicação ao negócio impactam diretamente não só o dia a dia das mulheres negras, mas seu futuro, à medida que ficam mais na informalidade e não contribuem com a Previdência Social.

“Juntos, impõem desafios vultosos para o crescimento e o desenvolvimento de negócios de mulheres e que necessitam ser endereçados de forma eficaz, por meio de políticas públicas direcionadas para superá-los”, diz relatório do Pnud.

*Com informações de Folha de São Paulo

Trump intercedeu contra Musk após conflito em reunião de gabinete?

Elon Musk teria discutido com o secretário de Estado, Marco Rubio - Foto: Reuters / BBC News Brasil

O presidente dos EUA, Donald Trump, convocou uma reunião de seus secretários de gabinete na quinta-feira desta semana para discutir os esforços do bilionário Elon Musk de cortar gastos do governo e funcionários — como parte do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, em inglês).

Segundo relatos da imprensa americana, a discussão foi acalorada.

Musk acusou o secretário americano de Estado, Marco Rubio, de não cortar funcionários suficientes no departamento de Estado, relatou o New York Times.

O magnata da tecnologia disse a Rubio que ele era “bom na TV”, de acordo com o jornal, ignorando propositalmente qualquer elogio ao seu trabalho como chefe da diplomacia dos Estados Unidos.

O bilionário também entrou em conflito com o Secretário de Transportes, Sean Duffy, sobre se a força-tarefa do Doge de Musk havia tentado demitir controladores de tráfego aéreo que já estavam em falta na Administração Federal de Aviação, de acordo com o New York Times.

O departamento de Duffy está sob investigação após dois acidentes aéreos nos EUA desde que Trump assumiu o cargo em janeiro.

Depois de ouvir a discussão, o presidente republicano teria intervindo para deixar claro que ainda apoiava o Doge, mas que de agora em diante os secretários de gabinete estariam no comando das ações. A equipe de Musk teria apenas um papel de aconselhamento.

Uma porta-voz do departamento de Estado disse ao jornal que Rubio sentiu que a reunião do gabinete foi uma “discussão aberta e produtiva”. A Casa Branca não respondeu aos pedidos da BBC por mais comentários.

Trump discursou por uma hora e 40 minutos no Congresso – Foto: AFP

O encontro, que foi anunciado de última hora, pode ser um sinal de que Trump decidiu restringir o amplo poder dado nas primeiras semanas de governo ao bilionário da SpaceX e da Tesla e sua iniciativa de corte de custos.

Trump comentou sobre a reunião de quinta-feira, que foi divulgada apenas posteriormente em reportagens da imprensa americana, em uma publicação à noite em seu site de mídia social, o Truth Social.

Ele disse que instruiu seus secretários a trabalhar com o Doge em “medidas de corte de custos”.

“À medida que os secretários aprendem e entendem as pessoas que trabalham nos vários departamentos, eles podem ser muito precisos sobre quem permanecerá e quem sairá”, escreveu Trump, acrescentando que eles devem usar um “bisturi”, não um “machado”.

Há poucos dias, Musk brandiu uma motosserra em uma conferência de ativistas e políticos conservadores — um gesto simbólico das tentativas agressivas de cortar gastos do governo que irritaram os democratas e preocuparam algumas autoridades do governo Trump.

A equipe de Musk enviou e-mails de uma conta oficial do governo para milhões de funcionários federais, incentivando-os a aceitar meses de pagamento adiantado em troca de suas demissões.

Os funcionários federais foram instruídos a prestar contas de suas realizações semanais ou correr o risco de serem demitidos — um pedido que algumas agências instruíram seus funcionários a ignorar.

O Doge também ordenou a demissão de muitos funcionários públicos recém-contratados que, devido ao seu status “probatório”, não tinham proteção total no serviço público.

Algumas agências governamentais revogaram essas ordens porque funcionários considerados essenciais, como aqueles que supervisionam a segurança das armas nucleares, foram afetados.

Trump permitiu que a equipe de Musk acessasse o sistema central de pagamentos do Tesouro, o que viola uma lei federal (Foto: Brandon Bell / Pool via AP)

Durante um evento no Salão Oval na sexta-feira (07/03), Trump respondeu a perguntas sobre a reunião do gabinete — e os relatos das discussões acaloradas. Ele insistiu que não houve “nenhum conflito”. Ele elogiou Rubio e Musk e disse que os dois se deram “muito bem”.

A postagem de Trump no Truth Social na quinta-feira, no entanto, parece dar aos chefes de departamento mais autoridade para reagir contra Musk.

Também pode ser uma tentativa de evitar processos, já que alguns juristas alegam que Musk está acumulando poder demais para alguém que, diferentemente dos secretários de gabinete, não está sujeito à revisão e confirmação do Senado.

Vários juízes federais que supervisionam esses casos já expressaram preocupação sobre a autoridade de Musk — preocupações que foram alimentadas ainda mais pelos comentários de Trump durante seu discurso ao Congresso na terça-feira de que o bilionário era, de fato, o responsável pelo Doge.

Musk e Trump formaram uma forte parceria até agora – como o homem mais rico do mundo e o político mais poderoso dos EUA. Washington tem sido alvo de especulações há meses sobre se essa parceria pode acabar se rompendo.

Essas previsões, no entanto, geralmente foram seguidas por sinais renovados de aliança entre os dois homens.

Na sexta-feira à noite, Musk foi visto embarcando no Força Aérea Um com o presidente para um voo para a casa de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, para passar o fim de semana.

A discussão na reunião de gabinete pode ser a primeira rachadura visível na aliança dos dois, mas há muitas evidências de que Trump ainda apoia os esforços e objetivos mais amplos de Musk, mesmo que ele prefira usar um bisturi nos próximos dias, em vez de uma motosserra.

*Com informações de Terra

3 em cada 10 mulheres atacadas por armas de fogo tinham registro de agressão

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Das 4.395 mulheres atendidas na rede de saúde após serem vítimas de agressão não letal por armas de fogo em 2023, ao menos 35% tinham atendimentos anteriores de violência doméstica praticada pelo agressor —que, na maioria das vezes, eram maridos, namorados, ex-parceiros ou parentes e amigos.

O número é 23% maior do que o ano anterior, e 35% a mais em relação a 2021, segundo levantamento do Instituto Sou da Paz com base nos sistemas de informações do SUS (Sistema Único de Saúde), divulgado neste sábado (8).

Para Cristina Neme, coordenadora de projetos do instituto, esse dado indica que a lei não está sendo cumprida. Isso porque ela determina que a apreensão de armas de homens acusados de violência doméstica que tenham porte.

“O policial que atender a ocorrência tem que seguir um protocolo e fazer uma série de perguntas, entre elas, se o agressor tem porte de arma. Se tiver, o caso tem que ser encaminhado para o Judiciário que determina a apreensão”, diz. Por lei, as unidades de saúde devem avisar a polícia quando atendem um caso de violência contra a mulher.

Nesta sexta-feira (7), a polícia prendeu Rogério Benedito Gonçalves, 56, suspeito de matar a tiros a ex-namorada Elaine Domenes de Castro, na porta de sua casa, no centro de São Paulo, dois dias antes.

“Ela tentou várias vezes sair desse relacionamento, mas era ameaçada por ele a ficar sem seus filhos”, diz a filha de Elaine, Bianca Tintel. “Ele seguia nossos passos e avisava ela quando estávamos sozinhos e que podia nos matar naquela hora se ela não voltasse para ele.”

As ameaças levaram a vítima a registrar um boletim de ocorrência e pedir a medida protetiva. Segundo a filha, depois disso ele pegou o celular dela e disse que só devolveria depois que retirasse a queixa.

“Um dia antes de morrer, ela estava indo na Americanas, e ele sempre estava lá, em algum lugar, esperando ela, pois sabia de todos seus passos. Ela entrou no carro, começaram a discutir, ela não queria voltar e ele não aceitava, pegou o telefone dela e ela foi embora para casa. Ela chegou a bloquear as contas porque não iria mais pegar o celular”, diz a filha.

PL que prevê funcionamento ininterrupto de delegacias de atendimento à mulher retorna agora ao Senado. (Foto: Marcos Santos/USP/ABr)

Elaine morreu baleada quando entrava em casa após se encontrar com o ex-namorado e recuperar o celular, de acordo com a polícia. “Ela sempre foi muito trabalhadora, estava sempre sorrindo e brincando, era difícil ver ela triste ou para baixo”, diz Bianca. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Rogério.

Casos como esse são reflexo da necessidade do Estado equacionar seus procedimentos para atender as vítimas, segundo a coordenadora do Sou da Paz. “Existe um gargalo no sistema Judiciário, já que há uma demanda maior de registros de violência contra a mulher comparado ao número de medidas protetivas expedidas”, diz. Em 2023, houve cerca de 500 mil decisões do tipo.

Em 6.900 casos de violência com arma de fogo, a mulher também foi vítima de um segundo tipo de abuso —sendo o mais frequente agressão física (52,8%), seguida por violência psicológica (22,2%) e sexual (13,8%).

Ao longo da série histórica elaborada pelo instituto, o uso de arma de fogo se mantém como o principal meio de assassinato de mulheres, respondendo pela morte de cerca de 2.000 mil a cada ano no país.

Entre as mulheres assassinadas em 2023, metade foi vítima de armas de fogo, das quais 72% eram pretas ou pardas e 26,6%, brancas. No geral da população, 45,3% se identifica como parda, 10,2% como preta e 43,5% como branca, de acordo com o último Censo.

No total, o país registrou 3.946 homicídios de mulheres há dois anos. No Brasil, a taxa de homicídios de mulheres negras é de 2,2 a cada 100 mil habitantes, enquanto a do restante das mulheres é de 1.

O risco de ser morta por disparos se acentua entre as moradoras da região Nordeste, onde 63% dos assassinatos contra mulheres ocorreram desta forma, quase o dobro do registrado no Sudeste em 2023, com 36,9%, segundo levantamento

Os números mostram ainda que a desigualdade racial é fator de risco também para a violência doméstica, já que 28% dos homicídios ocorreram nas residências das vítimas e 40%, nas ruas. Em comparação, 12% dos homicídios cometidos com armas de fogo contra vítimas do sexo masculino ocorreram dentro de residências.

“O risco delas serem assassinadas dentro de casa é duas vezes maior do que os homens”, diz Neme, do Sou da Paz. “Onde a criminalidade é acentuada e há domínio de facções criminosas, há mais casos de violência contra as mulheres.”

Foto: iStock / Getty Images

Em relação à idade, há indicação de que a vitimização começa a se manifestar a partir da faixa de 15 a 19 anos, grupo com 11% dos casos, sendo que a maioria dos crimes ocorre com mulheres de até 39 anos – 59% das vítimas.

A violência doméstica também é determinante para ocorrências de agressões não letais com armas de fogo: 46% dos agressores eram pessoas próximas das vítimas, dos quais 29% eram maridos, namorados ou ex-companheiros. Pessoas desconhecidas corresponderam a 38% dos autores, de acordo com a pesquisa.

O risco aumenta quando há consumo de álcool pelo agressor, a suspeita desse comportamento aparece em 27% das agressões armadas e, em casos registrados em residências, o percentual sobe para 39%.

*Com informações de Folha de São Paulo

‘Cidade no escuro’: apagão atinge Manaus e outros municípios do Amazonas

Apagão generalizado atingiu diversos bairros de Manaus de ontem para hoje - Foto: Reprodução / Redes sociais

Manaus e outras cidades do Amazonas tiveram um apagão de energia entre o fim da noite de ontem e a madrugada de hoje.

Registros de moradores mostram diferentes bairros de Manaus no escuro entre a noite de ontem e a madrugada de hoje. Nas imagens, casas, estabelecimentos, avenidas e pontos de ônibus da capital aparecem sem iluminação.

“Cidade toda no escuro”, divulgaram manauenses pelas redes sociais. Pelo Instagram, moradores da capital se manifestaram sobre a falta de luz em bairros das zonas norte, leste, oeste e centro-sul. Entre eles, São Jorge, Dom Pedro, Cidade Nova, Nova Esperança, Cidade de Deus e Colônia Terra Nova.

Outros municípios do estado também foram afetados. Relatos de falta de luz também foram divulgados por moradores de Parintins, Presidente Figueiredo e Itacoatiara.

“Muita gente perguntando o que aconteceu, mas não sabemos o motivo”, disse um morador de Manaus. “Só sabemos que tem muitos bairros no escuro aqui em Manaus e em outras cidades, mas ninguém sabe dizer o que houve”, afirmou o manauense Gilberto Wedson durante uma transmissão ao vivo pelo Instagram.

Amazonas Energia diz que apagão foi causado pelo desligamento de linha do Sistema Interligado Nacional. O SIN é uma rede hidrotérmica de grande porte para produção e transmissão de energia elétrica no Brasil, controlada pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que, por sua vez, é fiscalizado e regulado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Municípios da região metropolitana de Manaus já estão com fornecimento normalizado, segundo a Amazonas Energia. Em nota, a empresa divulgou que “85% do fornecimento de energia afetado pelo desligamento da linha de 500 kV Jurupari-Silves, pertencente ao Sistema Interligado Nacional (SIN), foi normalizado”, como nas cidades de Presidente Figueiredo, Iranduba, Manacapuru e Itacoatiara.

A Semig (Secretaria de Estado de Energia, Mineração e Gás), ONS e Aneel não responderam até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado com eventuais esclarecimentos dos órgãos.

*Com informações de Uol

Neymar é oferecido a Bayern e Barcelona, diz jornal

Neymar é oferecido a dois gigantes europeus, diz jornal - Foto: Raul Baretta / Santos FC

Cada vez mais próximo de retornar a 100% do seu nível técnico, Neymar já começa a virar assunto no mercado da bola europeu. De acordo com o jornal ‘Sport’, da Espanha, o camisa 10 do Santos foi oferecido ao Barcelona e ao Bayern de Munique, da Alemanha.

Neymar e seu estafe teriam feito um contrato ‘curto’ com o Santos na expectativa de recuperar o alto nível e provar que o brasileiro pode voltar a render no futebol europeu, com a prioridade sendo um retorno ao Barcelona, onde viveu os melhores momentos da carreira.

O jornal acrescenta que Neymar não está interessado em uma ida à Premier League neste momento. Com relação a ‘resposta’ do Barcelona, o clube espanhol possui outras prioridades nos momentos, mas não descarta 100% um retorno do brasileiro no futuro.

Quem está organizando essas oportunidades para Neymar e o oferecendo aos clubes é o empresário Pini Zahavi, que foi responsável por levar o brasileiro para o PSG e depois para o futebol saudita.

Da parte de Neymar, o objetivo é claro: o camisa 10 quer uma equipe na qual possa conquistar títulos e que o esquema tático seja ofensivo, para que seu futebol seja potencializado e o brasileiro retorne ao protagonismo mundial, acrescenta o veículo.

Recentemente, Deco, diretor do Barcelona, falou sobre a possibilidade do clube recontratar Neymar e deixou claro que não é a prioridade do momento, mas também não descartou 100% das chances. Confira:

“Neymar foi um fenômeno que passou por aqui, fez o que fez, ganhou o que ganhou. Às vezes essas histórias não se repetem ou podem se repetir, nunca se sabe, mas acho que não é o momento do Barcelona pensar em Neymar ou dele pensar nisso. Obviamente é um jogador importante, acho que se um dia uma situação como essa surgisse, o cenário deveria ser bom para Neymar e para nós”, disse o dirigente em entrevista à TNT Sports.

*Com informações de IG

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