Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians

Camisa 12, Pavilhão 9 e a Estopim da Fiel se revoltam com a contratação do novo técnico do Timão e divulgam notas de repúdio

A Camisa 12, Pavilhão 9 e a Estopim da Fiel, três torcidas organizadas do Corinthians, se manifestaram contra a contratação de Cuca. O treinador foi anunciado pelo Timão 40 minutos após o clube comunicar o desligamento de Fernando Lázaro do comando técnico.

A união das três torcidas uniformizadas em relação ao descontentamento com a chegada do treinador está relacionada à condenação de Cuca e de outros dois jogadores do Grêmio, em 1989, sob a acusação de terem estuprado uma menina de 13 anos, em Berna, na Suíça. O treinador nega.

Em sua nota, a Camisa 12 diz que a chegada do treinador coloca em jogo a reputação do clube.

“Vimos a público manifestar nossa total repulsa a uma das maiores vergonhas que o Corinthians acaba de nos impor, que é a contratação desse treinador. Nossa história jamais pode aceitar uma pessoa com um crime hediondo (condenado em julgado) e que não cumpriu sua pena de 3 anos, entre seus quadros de funcionários – diz um trecho da nota da Camisa 12”.

A organizada também diz que a história do clube não pode aceitar a chegada do treinador, que foi condenado por estupro de uma jovem de 13 anos em 1987.

“O Corinthians foi fundado para ser o clube dos excluídos, dos pobres, que abraçou muita gente. O que está em jogo é a reputação de um dos maiores movimentos sociais desse País”, diz parte da nota.

A Pavilhão 9 também mencionou o caso de estupro do qual o treinador acabou condenado e o definiu como “escândalo de Berna”.

A Estopim da Fiel, Fiel Macabra e a Coringão Chopp também se manifestaram contrárias à contratação de Cuca.

A Gaviões da Fiel, principal organizada do Corinthians, não se manifestou sobre a contratação.

Entenda a acusação de estupro

Nas redes sociais, internautas criaram hashtag a chegada do treinador ao Timão. Caso aconteceu na década de 1980, foi julgado com condenação e caducou na Justiça

Em 1987, em Berna, na Suíça, quando Cuca atuava pelo Grêmio, ele e outros três jogadores do time gaúcho: Eduardo Hamester, Fernando Castoldi e Henrique Etges, foram acusados por uma garota de 13 anos de estupro coletivo.

De acordo com dados da época, a investigação policial aponta que a jovem de 13 anos foi até o hotel dos jogadores do Grêmio para pedir camisa e autógrafos da equipe. No quarto 204, dois rapazes que estavam com ela teriam sido expulsos pelos jogadores e lá teria ocorrido o crime sexual.

O caso ficou conhecido como “O escândalo de Berna”

A acusação se transformou em condenação em 1989, mas não por terem supostamente estuprado a jovem e, sim, porque ela tinha apenas 13 anos, sendo uma violência sexual contra pessoa vulnerável. Cuca e os demais jogadores do Grêmio foram condenados a 15 meses de prisão, porém, ele nunca cumpriu a pena, pois o Brasil não extradita seus cidadãos.

O Itamaraty foi convocado para acalmar os ânimos dos torcedores, que estavam indignados com a força das punições. Em agosto – o caso ocorreu em julho – foi feito um acordo para que os atletas retornassem ao Brasil e respondessem o processo em liberdade.

Em 2004, o crime prescreveu – ou seja, por falta de maneiras de prender o acusado e por ultrapassar o limite de tempo, o processo caduca. A mancha na carreira do ex-atleta acabou sendo reacendida em 2020, quando o Santos contratou o atacante Robinho – condenado por estupro em segunda instância, na Itália.

Com informações do Lance!