Conab tentou comprar 263 mil toneladas de arroz importado em leilão - Foto: Reprodução

A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem se movimentado para angariar 171 assinaturas visando à abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigue a licitação de arroz recentemente anulada devido a suspeitas de fraude.

Conforme apurado pelo Portal iG – Último Segundo, há crescente preocupação no Palácio do Planalto com a possível instauração da comissão.

A licitação em questão foi vencida pela ASR Locação de Veículos e Máquinas, empresa conhecida por sua ampla gama de atividades econômicas, incluindo o aluguel de carros.

A vitória no leilão causou irritação até mesmo no presidente Lula, que expressou sua insatisfação na semana passada ao comentar sobre a anulação do certame devido a uma suposta falcatrua na empresa vencedora.

A crise climática enfrentada no Rio Grande do Sul, que impactou a produção de arroz, foi o que levou à realização desses leilões, conduzidos pelo sistema “Leilão pra Você” da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Apesar da suspensão, o governo federal já anunciou que promoverá uma nova licitação, buscando garantir que “1kg de arroz seja vendido, ao máximo, a R$ 20” aos cidadãos brasileiros.

No entanto, a oposição manifestou oposição à licitação, argumentando que a medida prejudicaria os produtores nacionais. Com as suspeitas de fraude, os parlamentares contrários ao governo buscam esclarecer se há membros do Executivo envolvidos no caso.

Além disso, parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) desejam incluir a discussão das eleições no Rio Grande do Sul na pauta, visando eleger o maior número possível de prefeitos apoiadores de Bolsonaro. Assim, o objetivo é utilizar a CPI para difundir a narrativa de “corrupção petista”.

João Edegar Pretto (PT-RS), presidente da Conab, pode se tornar o principal alvo das investigações caso a CPI seja instaurada.

CPI pode ser aberta

De acordo com o jornalista Cleber Lourenço, faltam 15 assinaturas para que a comissão seja oficialmente instaurada.

Apesar da crescente preocupação no governo, ainda não há movimentos concretos para impedir ou enfraquecer a CPI. O foco principal do governo é evitar uma “ruptura” com o Congresso devido a ações na área econômica.

*Com informações de IG