O Instituto Escola Conectada, ONG fundada por iniciativa do Grupo Datora (Datora Telecom e Arqia) em 2020, e a MegaEdu, organização social sem fins lucrativos, viabilizaram o acesso à internet de alta velocidade para 100 escolas desconectadas no Amazonas e no Pará pelo período de pelo menos dois anos.
O Polaris Program, iniciativa inédita para aprimorar rapidamente as capacidades de voo espacial humano, que continuamente mobiliza recursos e conscientiza sobre causas da terra, doou as Starlinks para as escolas. A implementação impactará mais de 6 mil alunos da rede pública de ensino das cidades de Moju (PA), Presidente Figueiredo, Manicoré e Itacoatiara (AM).
Segundo matéria publicada no InfoMoney, uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o Brasil possui 28,2 milhões de pessoas que não têm acesso nenhum à internet, isso representa 15,3% da população com 10 anos ou mais. Os motivos são variados, desde não saber como usar, até questões financeiras. Destes, 14% disseram que o acesso à rede era caro e 6,2%, que o equipamento eletrônico necessário era de alto custo. Vale ressaltar que dentre esse número, 3,6 milhões deles são estudantes.
O cenário das secretarias beneficiadas
O projeto teve início quando o Instituto Escola Conectada, que já tem atuação nacional, foi procurado pelo provedor Starlink por meio de uma ponte feita pela MegaEdu, para desenvolver juntos um plano de instalação em regiões com baixa densidade populacional.
As escolas foram escolhidas de acordo com critérios técnicos, priorizando aquelas que se encontram em regiões isoladas, onde não há oferta de banda larga de alta velocidade. Até a chegada do projeto, as escolas eram desconectadas.
Isto dificultava a vida de pessoas como Ocineide do Nascimento, diretora da Escola Municipal Fé em Deus. Segundo ela “Para gente se comunicar, a gente tinha que ir pra outro lugar – como a cidade ou vilas distantes que tivessem wi-fi. A gente saia por volta das 4h da madrugada e voltava 1h da tarde aqui pra casa. Sofremos muito com a pandemia. Muita falta de comunicação”
Mas, agora, essa realidade mudou “Agora, com a internet, tudo mudou. Se eu sofria um acidente aqui na comunidade, como eu ia chamar uma ambulância, um bombeiro? Qualquer tecnologia suficientemente avançada é o equivalente à mágica.”
Quem também comemorou a chegada da internet foi Camila Caldas, professora da rede pública de ensino de Moju “Não adiata o professor falar o que é célula, DNA, RNA se ele não tem o que mostrar pro aluno.”
“Agora eu já estou usando e adaptando. Com o uso, por exemplo, de vídeos que a gente pode encontrar no Youtube, blogs de professores. O aluno visualiza, consegue imaginar, consegue achar graça.”
Dificuldades para efetivação do projeto
Alimentado por uma constelação de satélites de baixa órbita, a SpaceX’s Starlink fornece Internet de banda larga de alta velocidade e baixa latência para locais onde o acesso era caro ou completamente indisponível. O serviço está atualmente disponível em mais de 50 países em todo o mundo, ligando comunidades que anteriormente não dispunham de conectividade ou que a possuíam de forma precária. A conectividade permite o acesso a serviços e recursos essenciais para comunidades rurais.
Os desafios logísticos foram inúmeros, o que fez o projeto durar mais de 8 meses. O maior foi a chegada das antenas a Manicoré (AM). A cidade é acessível apenas por via fluvial ou aérea. Para viabilizar a instalação, foi necessário buscar um ponto de recebimento para as antenas em Manaus (AM) e depois alugar espaço em uma balsa para levar a Manicoré (AM). A partir da cidade, a prefeitura ainda precisou enviar por outro barco para as escolas.
A satisfação com o resultado
Raul Fuchs, fundador e sócio do Grupo Datora (Datora Telecom e Arqia), empresa fundadora da ONG Escola Conectada, mostra satisfação com o resultado:
“O privilégio de se fazer presente em um projeto como esse é indescritível. São milhares de alunos que não tinham praticamente nenhum acesso à conectividade e que agora terão uma educação com internet de alta velocidade. Além do impacto pedagógico, há também a revolução na região: consultas médicas remotas serão possíveis, famílias poderão se comunicar… um efeito em cadeia”.
Ainda segundo o executivo “Todo processo foi desafiador, desde seu início. Em muitas escolas, por exemplo, só se chega de barco. Sem a tecnologia da Starlink, o apoio financeiro da Polaris, a articulação junto às Secretarias de Educação da MegaEdu e a estrutura do Grupo Datora (Datora Telecom e Arqia), não teria sido possível. O nível de qualidade tecnológica entregue, sem custos para o usuário, está sendo revolucionário. Estamos buscando meios para expandir esta atuação. Faremos visitas às escolas para conversar com secretarias, diretorias de escolas e professores. Queremos acompanhar de perto como a vida dessas pessoas será impactada nos próximos meses”.
Escola Conectada em números
Desde 2020, a ONG, que é uma organização da sociedade civil fundada pelo Grupo Datora (Datora Telecom e Arqia), fechou parceria com nove provedores, sendo eles: Sumicity, Telecall, Ligue Telecom, SOW, NetCintra, Telium, EAI Telecom (Rline), Vero e agora Starlink. Já são quase 70 mil alunos impactados e mais de 200 escolas públicas conectadas. Já são 18 municípios beneficiados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Minas Gerais, Pará, Amazonas e Roraima. A expectativa da instituição é participar da universalização do acesso à conectividade na educação pública brasileira, ainda nesta década.
MegaEdu em números
A MegaEdu é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para levar internet de qualidade para todas as escolas públicas do Brasil. Desde 2021 a organização produz dados e estudos, desenvolve soluções e dá apoio técnico para gestores públicos com a finalidade de viabilizar o acesso ao mundo digital para todos os alunos. Em 2022, a ONG apoiou mais de 5 mil escolas a se conectarem a velocidade adequada, além de atuar diretamente com seis secretarias estaduais e municipais de educação.
A nível nacional, a MegaEdu tem atuado em parceria com o Governo Federal em políticas como o 5G, Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), e o Programa de Inovação Educação Conectada (PIEC).