Implante hormonal - Foto: Celso Pupo / iStock

Usado por famosos e anônimos, o “chip da beleza” promete melhorar a estética. No entanto, muitos de seus usuários desconhecem (ou ignoram) os riscos da substância, que teve sua manipulação, comercialização, propaganda e uso suspensos pela Anvisa no Brasil na última sexta-feira (18).

Por que o chip da beleza foi proibido?

Segundo a Anvisa, a medida é preventiva e foi adotada após denúncias apresentadas por entidades médicas, entre elas a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, que apontam um crescimento do atendimento de pacientes com problemas devido ao uso de implantes que misturam diversos hormônios, em formato implantável, inclusive de substâncias que não possuem avaliação de segurança para a forma implantável.

Em abril do ano passado, o chip já havia tido a prescrição médica com objetivo estético proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A decisão do CFM abrangia todos os esteroides androgênicos e anabólicos prescritos para fins de estética e performance.

O que é o chip da beleza?

Popularmente conhecido como tal, o chip da beleza é um implante hormonal, cuja composição pode conter testosterona, estrogênio, gestrinona ou progesterona – as substâncias vão depender da necessidade do paciente. Sua forma é a de um bastonete de silicone, que é implantado abaixo da pele, na região do quadril.

Como funciona?

Uma vez implantada no corpo da pessoa, a substância começa a ser liberada na corrente sanguínea. A gestrinona, por exemplo, age com a redução da globulina de ligação de hormônios sexuais (SGBG). Por consequência, aumenta a liberação de testosterona e a potencialização da ação muscular dos anabolizantes, segundo o SanarMed.

O implante promete ajudar na perda de gordura corporal e no ganho de massa muscular. No entanto, não há regulação para o uso que visa a performance por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Antes da prescrição do CFM, entidades médicas já contraindicavam a aplicação com viés estético ou atlético.

Quais os riscos do chip da beleza?

O uso sem indicação médica pode acarretar problemas como acne, aumento de oleosidade da pele, queda de cabelo, aumento de pelos, mudança no timbre de voz e até clitoromegalia, que é o aumento do clitóris, como sinaliza a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

A ex-BBB, cantora e agora também campeã do “The Masked Singer”, Flay, foi uma das famosas que recorreu ao implante hormonal. Em entrevista ao “Fantástico”, a artista falou que logo no primeiro mês da aplicação sofreu queda de cabelo, ganho de peso e erupções cutâneas.

Implante hormonal – Foto: Celso Pupo / iStock

“Começou a cair bastante meu cabelo. A minha pele foi a minha maior tristeza. O meu rosto começou a encher completamente de espinha”, relatou. Flay afirma que não sabia dos riscos quando foi indicada a colocar a substância no corpo.

Qual o valor?

De acordo com a SanarMed, o procedimento pode custar de R$ 3.000 a R$ 8.000. O preço, que é um fator que atrai pessoas interessadas em um resultado rápido, varia de acordo com a quantidade e o tipo de hormônio utilizado.

Alternativa

Nutricionistas ressaltam que o caminho para obter o corpo desejado com saúde nunca será curto. Especialista em Nutrição Esportiva de alto rendimento, Renata Brasil afirma que o segredo é aliar treino, dieta e descanso.

Se esse combo não for suficiente para o efeito desejado, o indivíduo deve buscar profissionais especializados que indiquem a suplementação adequada. Nesses casos, o também nutricionista Felipe França, especialista em Oxidologia e Bioquímica celular, lembra que há suplementos como proteínas e creatina que podem ajudar a melhorar a síntese proteica muscular, a força muscular e a resistência física.

*Com informações de Terra