Daniel em sua fazenda em Brotas (SP), onde apresenta o Viver Sertanejo Imagem: Beatriz Dami / Globo

Num tempo em que as pessoas escrevem cada vez menos, é até estranho de se pensar que alguém ostenta um recorde de maior período dando autógrafos, como Daniel.

Em setembro 1999, o cantor passou 25 horas e 30 minutos dando autógrafos. Ele bateu o recorde do cantor americano Garth Brooks, que já tinha passado 23 horas assinando para os fãs. “Acabei até entrando para o Guinness, sem pretensão”, conta em entrevista exclusiva a Splash, em sua fazenda em Brotas, onde o programa Viver Sertanejo é gravado.

A noite de autógrafos que virou dia e depois virou noite de novo só acabou quando o cantor não aguentou mais. Gente esperando na fila, no estacionamento do Shopping Center Norte, em São Paulo, não faltava: ele deu mais de 4 mil autógrafos..

No dia, Daniel teve suporte de nutricionista e médico, mas não seguiu à risca as recomendações. “Quando eu tinha que comer, eu não comia. Quando eu tinha que tomar uma água, eu não tomava, porque eu achava que era chato na frente das pessoas. Acabou que por volta de meio-dia, no dia seguinte, eu comecei a ter uns sintomas”.

O músico fez um exame rápido e descobriu que estava com hipoglicemia, quando o nível de açúcar no sangue baixa drasticamente. “Eu voltei para o palco e comecei a chupar sorvete na frente de todo mundo. Mas foi punk. Foi realmente muito bacana como experiência de vida mesmo, assim, para levar para o resto dela”.

Em contato com o Guinness Book para saber se o recorde ainda pertence a Daniel, a instituição informou não monitorar mais esse recorde. O Guinness também não conseguiu localizar os arquivos a respeito, mas o fato foi amplamente noticiado no Brasil à época.

Prestes a completar 57 anos, Daniel diz que não sabe se “teria saúde” para realizar o mesmo hoje. Mas o músico, que se cuida bastante, considera os 56 anos “bem vividos” uma dádiva.

“Diante de tantas coisas que a gente já viveu, né? Tantas experiências diferentes, a pandemia mesmo, onde tudo era incerto, ninguém sabia o que ia acontecer, se ia suportar tudo isso, enfim. Eu sou muito grato por tudo isso, de poder estar com saúde, estar saudável.” afirmou Daniel.

Além de cuidar da saúde com o apoio da esposa, Aline de Pádua, o músico também revela cuidados com a aparência. “Existe, graças a Deus, para estar melhor com relação à aparência, esses lasers da vida. Enquanto pessoa pública, você quer estar bem de alguma forma, não só da saúde, mas aparentemente também”.

Viver Sertanejo

Desde o ano passado, com a inclusão do Viver Sertanejo na grade fixa da Globo, Daniel ficou ainda mais próximo do público. Toda manhã de domingo ele aparece cedinho na TV, ao lado de outros nomes da música sertaneja, aos quais recebe, literalmente, na sua casa.

O programa marca média de 10 pontos de audiência, um sucesso para o horário em pleno domingo. Nos próximos dois finais de semana, o Viver é um especial sobre a Festa do Peão Barretos, mais um “braço” da cultura caipira que ganha cada vez mais espaço na Globo.

O cantor diz estar “deslumbrado” com a repercussão. “A gente fica feliz porque tudo que você faz com dedicação, com amor, com carinho, e recebe um resultado de encontro dessa forma, é um presente”

Com frequência, o programa mescla o sertanejo raiz com as vertentes mais novas, como o agronejo entoado por Ana Castela. Daniel diz tentar acompanhar as novidades, mas assume que às vezes se perde. “Eu adoro ouvir rádio em viagens que eu faço, às vezes eu me deparo com uma dupla cantando que eu não sei quem é. Talvez pelo timbre de voz, ser parecido com alguém e tal. Mas eu sou fã de uma galera aí”.

“Tem uma galera que eu acho que essa virada de página, depois ali dos AMIGOS, depois de João Paulo e Daniel, depois chegando ali Jorge e Mateus, depois Henrique Juliano. Tem muita gente boa, né? Marcos e Belutti, para mim é uma das melhores duplas no cenário. Eu gosto de música boa.”

Ele também é influenciado pelas filhas, Lara, 15 e Luiza, 12. “Elas trazem uma bagagem de gosto musical muito bacana, sabe? Desde Ariana Grande, Mariah, eu estava lá em casa outro dia, a Lara estava cantando música da Whitney Houston. Elas vão em busca de coisas assim. São fanáticas pela Celine Dion, Marisa Monte. Eu ouço tudo, eu assimilo tudo aquilo, desde que a música me encante”

*Com informações de Uol