Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de chegada a Maputo, capital de Moçambique - Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Lula defendeu ontem que nações com grandes reservas de minerais críticos, como o Brasil, não sejam apenas exportadores.
“Nós não vamos ser exportadores de minerais críticos”, disse Lula em recado a países interessados nas reservas. “Se quiser, vai ter que industrializar o nosso país, para que o nosso país possa ganhar esse dinheiro”, afirmou o presidente, em discurso durante o fórum empresarial Brasil-Moçambique, em Maputo, capital do país africano.
Lula disse ser “urgente” que países definam modelo de exploração de minérios de forma “soberana”. Para o petista, não temos mais “por que acreditar” nas intenções dos demais países de explorar as grandes reservas das nações em desenvolvimento.
“Ou nós aproveitamos a riqueza Deus nos deu e fazemos disso uma riqueza para nosso povo, ou vamos ver os países de sempre cavar buracos no nosso país, levar nosso minério e a gente ficar com a fome e com a pobreza.” afirmou Lula, em discurso em Maputo.
Minerais críticos são alvo do interesse das principais economias do mundo. Estados Unidos e China, por exemplo, estão em uma corrida pelas substâncias em razão da necessidade dos itens para o desenvolvimento tecnológico.
Ontem, Lula defendeu que falar sobre os minerais críticos é “falar sobre soberania”. Em discurso durante a cúpula do G20 em Johanesburgo, na África do Sul, o presidente disse que eles são fundamentais não só para tecnologias, mas para transição energética.
Acordos de cooperação
Brasil e Moçambique firmaram, hoje, nove atos de cooperação. As iniciativas visam fortalecer a capacidade institucional moçambicana nas áreas de desenvolvimento, saúde, educação, diplomacia, empreendedorismo, promoção comercial, aviação civil, assistência jurídica e serviços agroflorestais.
Ainda no discurso, Lula defendeu o fortalecimento da parceria econômica entre os dois países. Afirmou que quer recuperar a capacidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de financiar empresas brasileiras no exterior, beneficiando o próprio país e nações parceiras, como Moçambique.
Para Lula, o Brasil tem uma “dívida” com o continente africano por causa do período da escravidão. “O Brasil deve ao povo africano o seu jeito de ser. grande parte da sua cultura, a sua cor, o seu sorriso, as suas virtudes e seus defeitos. Mas nós devemos muito ao continente africano. E você não pode pagar em dinheiro, você tem que pagar com amizade, com solidariedade, com transferência de tecnologia”, declarou o presidente.
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