Há três anos, moradores da área rural do município amazonense de Itamarati passaram a contar com serviços regulares de saúde pública. Não há mais necessidade de descolamento para fora da comunidade para receber serviços da atenção básica de saúde. Os profissionais contratados pela prefeitura vão até as casas dos moradores, independe da localização das moradias. Em alguns casos, a equipe percorre quilômetros em botes para chegar a lugares inacessíveis mesmo para a Unidade Básica de Saúde (UBS) Fluvial João Campelo Monteiro.
A atual gestão de Itamarati, cidade localizada a 983 quilômetros de Manaus em linha reta, defende a busca ativa de pacientes, visando evitar o agravamento de problemas de saúde por meio da prevenção de doenças.
“Para realizarmos esse trabalho, contamos com uma equipe de estratégia em Saúde da Família altamente capacitada. Isso, sem contar com nossa UBS Fluvial, dotada dos equipamentos necessários para a realização dos atendimentos”, ressaltou o prefeito João Campelo.
De 2021, quando o projeto foi iniciado, até o momento, aconteceram 16 viagens para 48 comunidades de Itamarati. Em cada uma delas, a UBS móvel permaneceu por duas semanas, realizando atendimentos médicos e odontológicos. Já foram prestados cerca de cinco mil atendimentos ao longo dos três anos de execução do serviço de saúde fluvial.
Além do trabalho de prevenção como aplicação de vacinas, os profissionais avaliam caso a caso, fazem exames e fornecem a medicação adequada. Quando o estado do paciente é complexo, ele é deslocado à sede do município a fim de receber atendimento especializado no hospital Antônio de Souza Brito, que é administrado pela prefeitura ou encaminhado para atendimento nas unidades de saúde do Governo do Estado localizadas em Manaus.
A agricultora aposentada Júlia Nunes Oliveira, 70 anos, sofria com as dores crônicas na lombar, quadril e joelho, herança dos anos que passou na roça. Se movimentar era difícil, até para buscar atendimento na sede do município de Itamarati. A ida permanente das equipes de saúde até a comunidade onde ela mora trouxe alívio para as dores do corpo e despreocupação com os netos, já que os profissionais vacinam e consultam adultos e crianças com o maior cuidado.
“Eu agradeço à equipe de saúde que não esquece da gente. Eu, pelo menos, não saio da minha casa para ir no posto (de saúde) porque eles sempre estão aqui. Agradeço ao prefeito por dar essa oportunidade a eles. E que possam estar sempre aqui do nosso lado”, declarou Júlia, com um grande sorriso no rosto.
Atendimento humanizado
João Campelo fala, com orgulho, do prazer que é ver a satisfação dos moradores. O atendimento, segundo João Campelo, ocorre nos moldes do Médico da Família. Ou seja, a população se sente acolhida ao ser ouvida pelos profissionais da área de saúde, mantendo uma relação de proximidade em virtude de acompanhar caso a caso.














