Pesquisadores descobrem a origem das rochas usadas na construção do monumento Stonehenge - Foto: Flickr / Freesally

Um novo estudo da Universidade de Aberystwyth, no Reino Unido, pode ajudar a resolver um dos maiores mistérios arqueológicos da história: como as pedras de Stonehenge foram parar no local onde estão há cerca de 5 mil anos.

Pesquisadores analisaram uma rocha conhecida como “bloco de Newall”, do tamanho de uma bola de futebol, encontrada em 1924 durante escavações no monumento pré-histórico localizado na planície de Salisbury, em Wiltshire , sul da Inglaterra. O estudo, publicado no Journal of Archaeological Science , indica que a pedra foi transportada por comunidades neolíticas, e não por geleiras, como sugerem teorias anteriores.

Ação humana

Os cientistas compararam a composição química do bloco de Newall com rochas da região de Craig Rhos-y-Felin , no norte das montanhas do País de Gales, a mais de 200 km de Stonehenge. A análise revelou semelhanças nos níveis dos elementos químicos tório e zircônio, além de características geológicas comuns, como a presença de foliação e uma camada superficial rica em carbonato de cálcio.

Segundo os autores, se o transporte tivesse ocorrido por ação glacial, haveria fragmentos semelhantes espalhados por toda a região. No entanto, as pedras estão concentradas apenas em Stonehenge, o que reforça a hipótese de movimentação humana.

Estudo derruba a teoria glacial

O estudo também apontou que a pedra conhecida como 32d, anteriormente classificada como dolerito manchado, é na verdade uma riolita foliada, a mesma rocha do bloco de Newall. Isso amplia as evidências de que várias pedras do monumento foram extraídas do País de Gales.

Os autores confrontam diretamente a teoria de que geleiras teriam transportado as pedras. O geólogo Brian John, defensor dessa hipótese, argumenta que o bloco de Newall apresenta marcas de abrasão glacial. Mas a nova pesquisa rebate: “Essa afirmação carece de evidências e apresentá-la como fato, e não como hipótese, é enganoso” .

Movimentação de pedras

A equipe por trás do estudo reforça que os povos neolíticos tinham capacidade técnica para transportar pedras de até 3,5 toneladas, e que isso é comprovado pela própria existência de Stonehenge: “Se eles conseguiram mover pedras por alguns metros, também podiam transportá-las por dezenas ou centenas de quilômetros” .


Britânicos celebram o solstício de inverno em Stonehenge, sul da Inglaterra – Justin Tallis

Apesar das conclusões, a forma exata de como as pedras forma movidas ainda é desconhecida. Os pesquisadores sugerem que técnicas similares às de povos indígenas, com o uso de cordas, trenós de madeira e trilhas, já poderiam ter sido utilizadas por comunidades da época.

*Com informações de IG