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Ao menos 5.715 pessoas vivendo em comunidades ribeirinhas na Amazônia estavam em áreas consideradas de risco para erosão e assoreamento de rios em 2023 e 2024. O alerta está em estudo publicado na última semana no periódico científico Communications Earth & Environment, do grupo Nature.
O trabalho partiu de imagens de satélites que indicam os efeitos de erosão (provocando o fenômeno conhecido como “terras caídas”) e o assoreamento do rio Amazonas. Com elas, os pesquisadores fizeram uma avaliação de risco de 51 comunidades ribeirinhas vivendo às margens do rio e dentro da área da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na região central do estado do Amazonas.
Os resultados apontam que cerca de metade (44,5%) dos ribeirinhos da região sofrem com efeitos de sedimentação e erosão das margens dos rios.
O estudo foi conduzido por André Zumak, pesquisador do Instituto Mamirauá junto com colegas do instituto, e contou ainda com a participação de cientistas da UnB (Universidade de Brasília) e da Université de Toulouse (França).
Os cientistas combinaram dados de satélite do GSWE (Global Surface Water Explorer), que mostra movimentos de águas continentais, com censos demográficos realizados com as comunidades da região para analisar a sua vulnerabilidade.
A avaliação teve como base fatores como acesso a serviços na cidade mais próxima (Tefé), número de migrações recentes devido a processos de erosão e sedimentação, fatores socioeconômicos (escolaridade, renda, quantidade de aparelhos em casa etc.) e número de crianças, mulheres e idosos em cada comunidade.
Quanto ao risco, este foi dividido em cinco categorias: muito baixo, baixo, moderado, alto e muito alto.
Segundo Zumak, a pesquisa teve início para tentar entender a dinâmica das populações que moram na reserva, uma área de cerca de 11 mil quilômetros quadrados localizada a 600 km oeste de Manaus, na região do curso médio do rio Solimões. A população total no local é de 11.483 ribeirinhos.
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