O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em evento - Foto: Carolina Antunes / PR
Mais de uma semana após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) impor medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é réu por tentativa de golpe de Estado, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro quebrou o silêncio, fez críticas ao Judiciário brasileiro e à esquerda, bem como citou ‘uma perseguição institucional e midiática’ contra sua família e aliados.
“Malabarismos jurídicos que parecem querer encobrir uma suposta quebra do devido processo legal acontecem o tempo todo”, disse a presidente do PL Mulher em entrevista exclusiva ao Terra ao se referir às restrições impostas ao marido, que prevê o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno e integral nos fins de semana e o veto ao uso de redes sociais. O descumprimento pode levar à prisão preventiva ou agravamento das sanções.
Sem apresentar provas, Michelle aponta que a atuação do STF no julgamento de Bolsonaro está marcada por critérios divergentes aplicados a políticos conservadores. “Atos que precisam ser públicos estão cercados de sigilo e de proibições. Jornalistas e advogados estão sendo proibidos de usar celular nas audiências do tribunal.”
A ex-primeira-dama também aponta o que considera uma “rapidez incomum” na tramitação dos processos. “Procedimentos estão sendo acelerados em um ritmo nunca visto na história do País. Quem dera a Justiça fosse rápida assim para todos os cidadãos brasileiros vulneráveis que esperam décadas por julgamentos intermináveis.”
Bolsonaro tornou-se réu no Supremo em março de 2025, acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Em 14 de julho, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF a condenação do ex-presidente pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Caso seja condenado, as penas podem chegar a 43 anos de reclusão, segundo a legislação.
Para Michelle, as “jurisprudências adotadas estão sendo modificadas de uma hora pra outra e, coincidentemente, acabam ajustadas milimetricamente para facilitar o avanço daquilo que antes seria considerado uma ilegalidade ou uma vedação”.
“Querem nos destruir a qualquer custo”, acrescentou ela. “Fica fácil entender isso: os bandidos odeiam a polícia porque ela é uma barreira contra os crimes que eles querem cometer. As pessoas que criam e espalham essas narrativas nos odeiam porque nós somos uma barreira para os planos maldosos e roubalheiras que eles querem praticar.”
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