Presidente do BNDS defendeu o desenvolvimento sustentável na região da floresta amazônica
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou hoje (25), que o desenvolvimento sustentável da Amazônia, com a preservação da floresta, é muito importante para o posicionamento do País no cenário internacional. Ele participou da abertura de um seminário promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, para celebrar o Dia da Indústria.
“Combater o desmatamento da Amazônia é uma decisão do governo. O que acende ou apaga as luzes para a diplomacia com o Brasil é o comprometimento com a causa ambiental. O Brasil foi, lá atrás, o país que mais contribuiu para emissões de gases no mundo. Isso muda muito nosso lugar no mundo e a possibilidade de alianças”, afirmou.
Segundo Mercadante, é preciso um esforço conjunto entre a iniciativa privada e o governo para criar alternativas de renda, emprego e infraestrutura para a Amazônia. “O BNDES está olhando pra região norte com muita atenção. Temos 28 milhões de pessoas que vivem na Amazônia”, lembrou Mercadante que anunciou que o banco de fomento vai liberar R$ 20 bilhões em crédito para investimentos em inovação no País.
Durante a maior parte do discurso, Mercadante pontuou a necessidade dos empresários apoiar uma economia de reduzido impacto ambiental, em meio às emergências climáticas no mundo. “Nós precisamos recuperar florestas e pastos degradados. Nós não precisamos continuar desmatando. Uma parte dessa área degradada de terras que não são produtivas, inclusive, elas podem virar terras agricultáveis e mesmo pasto pode virar um pasto mais eficiente, mais produtivo”, afirmou.
Marina Silva
A fala de Mercadante ocorre em meio a um crescente conflito entre o governo Lula e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alimentado por uma reestruturação nos ministérios e na disputa na exploração de petróleo na foz do rio Amazonas.
Marina reagiu hoje, à aprovação do texto da Medida Provisória de reestruturação dos ministérios do governo Lula. A versão do organograma que passou pela comissão especial formada por deputados e senadores e será submetida ao plenário retirou poderes de sua pasta.
A ministra falou em “resistir” à situação e comparou o cenário atual ao de um violinista que permanece tocando em um concerto após as cordas de seu instrumento estourarem e, mesmo assim, encanta a plateia.
Ontem (24), a comissão especial do Congresso que trata da MP votou um novo texto em que retira a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e a Política Nacional de Recursos Hídricos do ministério do Meio Ambiente e passa para o ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.
A perda de atribuições do Ministério do Meio Ambiente se deu após Marina vencer um cabo de guerra com a Petrobras e o Ministério de Minas Energia e conseguir emplacar decisão do Ibama que impede a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. A atividade exploratória era interesse da estatal petroleira e de políticos da região ligados ao governo, como David Alcolumbre e Randolfe Rodrigues, que deixou o partido Rede num gesto de ruptura com a ministra após sucessivas crises.
Diante da crise, o presidente Lula convocou para sexta-feira (26), uma reunião com Marina Silva e Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, para discutir a Medida Provisória (MP) da reestruturação dos Ministérios. A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom).
Com informações do Terra (Estadão Conteúdo)