Aos 83 anos, Roberto Carlos afirma que se sente um rapaz. Com quase sete décadas de carreira e incontáveis sucessos lançados e regravados pelas maiores vozes da música brasileira, o Rei garante que sua cabeça não acompanhou a idade e que ele gosta de se manter entre os jovens.
“Não me sinto um meninão, mas me sinto um rapaz. Um rapaz de 83 anos. Porque a minha cabeça, realmente, não acompanhou muito a minha idade. Penso que sou bastante jovem. Gosto de dizer isso, sabe? Não me julguem pretensioso, não, mas gosto de pensar como jovem, gosto de falar com jovens”, diz, soltando o riso.
E a fala, no teatro de seu navio – lotado de fãs e com alguns convidados da imprensa que vão à loucura com a constatação do ídolo nacional em voz alta sobre juventude – é pura concordância. Roberto Carlos começou nesta semana, uma viagem pelo mar, com a primeira edição do “Além do Horizonte – Roberto Carlos”, batizando o novo projeto com o mesmo formato do antigo, que já era sucesso antes como “Emoções em Alto Mar”.
Plástica e cuidados com o corpo
Entre um grito e outro apaixonado pelas fãs que não se contêm, o cantor segue falando na entrevista coletiva sobre vaidade. E, apesar de não concordar com os exageros estéticos, ele revela que já fez um procedimento estético, e que pode pensar ainda em fazer mais.
“Fiz uma vez só, puxei um pouquinho o pescoço. Só fiz essa puxadinha, porque pescoço não mexe com a expressão. Agora, plástica mesmo, no rosto, nunca fiz. Mas, olha, pode ser que eu faça. Se pintar mais ruga aqui ou ali, talvez eu faça”, garante.
E os cuidados vão muito além do que só pela aparência, também passam pela saúde. Roberto Carlos revelou que segue um acompanhamento médico, faz suplementação para manter o bem-estar e mantém uma rotina, mesmo que não tão regrada, de exercícios físicos.
“Faço [terapia] ortomolecular. Tomo aquelas vitaminas e reponho tudo aquilo que a gente vai perdendo com a idade. E todo mundo deveria fazer. Eu comecei aos 60 anos e o resultado está sendo muito bom. A verdade é que faço um pouquinho de exercícios, só não sou muito comportado. Faço caminhada, exercício físico, bíceps, tríceps, supino… Essas coisas eu faço. Como pouco, não como muito. Dou atenção muito especial a proteínas e até engordei um quilo do ano passado”, conta.
Tolerância e polêmicas recentes
Em dois episódios recentes, vídeos de Roberto Carlos viralizaram ao mostrar o cantor dando uma bronca em um fã e pedindo silêncio durante uma apresentação. O cantor explicou que, com o tempo, passou a ser menos tolerante e que as situações aconteceram por incômodo real no momento.
“[Com a idade] A gente começa a ficar um pouquinho menos tolerante e observar certas coisas que incomodam mesmo. A primeira, o cara não parava, ele gritava. Ele não parava. Eu fiquei puto da vida. E a outra vez, estava no palco, de frente para o corredor. Um grupo de seguranças ou que trabalhava ali, não era público, conversando. Já tinha dado uma dica fora do microfone que estava me atrapalhando. No meio do show, falando alto, e aquilo estava me incomodando demais”, relembra.
Romântico incurável e disponível
Já sobre amor, sua matéria-prima mais bem explorada, Roberto Carlos garante que não só vive artisticamente como pessoalmente o sentimento. Quando questionado sobre relacionamentos (e levando a plateia presente em seu navio ao delírio), o Rei afirmou ser do time que ainda manda flores, fazendo uma referência à música “Amante à Moda Antiga”.
“Sou um namorado como qualquer namorado romântico. As minhas músicas falam desse romantismo, porque sou um cara romântico. Isso tudo que tenho colocado nas canções, tenho vivido na minha vida. Sou aquele amante à moda antiga, o típico, que ainda manda flores. O amor é sempre muito bom, é muito intenso, em todos os aspectos.”
RC também contou que “continua namorando” e tem, sim, espaço na sua vida para “um grande amor”: “O namoro é sempre muito bom e intenso em todos os aspectos [risos].”
O velho e o novo
Sempre atualizado com o que anda surgindo de novidade por aí, o cantor falou sobre mudanças na indústria e a forma como os sucessos são construídos atualmente.
“Avaliar músicas que fazem sucesso hoje é difícil. O que faz sucesso é quem agrada o público. Então, não vale uma avaliação. Se o público elege uma música e faz dela primeiro lugar na parada, o público está certo”, afirma.
De olho no que já passou, Roberto também relembrou como era o processo de produção em sua trajetória. “Lógico que a gente é sempre um pouco saudosista do tempo do vinil. O vinil era uma coisa que a gente fazia muito. Eu, por exemplo, fazia um disco com dez músicas, comecei fazendo com doze, depois com oito, depois com dez. Para mim era muito bom fazer esse tipo de música”, contou.
E, mesmo reconhecendo a evolução do mercado, ele admite que sente falta da época dos álbuns completos: “Hoje não é mais assim. Hoje a gente faz uma música ou duas, e lança. Depois lança mais duas, lança um EP. Gosto de todas as formas, mas tenho um pouco de saudade de como era”, conclui.
Com informações do GShow