
De volta ao Corinthians após se recuperar de uma lesão muscular, Memphis Depay utilizou as redes sociais para reclamar do gramado sintético depois da vitória sobre o Athletico, na Arena da Baixada.
Por meio de sua conta no X, antigo Twitter, o holandês escreveu: “A grama artificial mata o jogo. Brasil quando vocês vão ouvir os jogadores?”.
Amigo pessoal do craque, Neymar Jr aproveitou o tema e respondeu ao camisa 10 dizendo que concordava com o posicionamento de Memphis.
Campanha contra o gramado sintético
A publicação de Depay e a afirmação do camisa 10 do Santos reacendem um debate que tomou grande proporção recentemente. Em fevereiro, um grande grupo de jogadores de destaque do futebol brasileiro divulgaram, em conjunto, nas redes sociais, uma campanha contra o gramado sintético. A postagem foi realizada simultaneamente por atletas considerados líderes do movimento em defesa do campo natural.
A lista contava com nomes como Neymar, Alan Patrick (Internacional), Lucas Moura (São Paulo), Gabigol (Cruzeiro), Gerson (Flamengo), Philippe Coutinho (Vasco) e Thiago Silva (Fluminense).
Na época, o texto divulgado via como “preocupante” o rumo do futebol brasileiro e dizia que era “um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos”.
“Objetivamente, com tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim.
Nas ligas mais respeitadas do mundo os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste.
Se o Brasil deseja definitivamente estar inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam.
FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO!”, completa a nota.
O que pensam os médicos do esporte sobre o assunto?
No pronunciamento contra o sintético, os jogadores destacaram que a preocupação com a qualidade do gramado vai além do aspecto estético, impactando diretamente no desempenho em campo e na segurança dos atletas. Eles ressaltaram que, nas ligas de alto nível, há um esforço contínuo para garantir boas condições nos estádios, com investimentos e diálogo constante entre clubes, federações e jogadores.
A principal dúvida levantada é: os gramados sintéticos prejudicam a saúde dos atletas? Eles aumentam o risco de lesões? Em entrevista ao iG Esportes, o Doutor Getúlio Bernardo, médico do esporte, não há evidências que comprovem essa relação.
Luiz Mourão, também médico do esporte com passagens pelo Santos Futebol Clube e seleção brasileira de base, destaca que as recomendações médicas atuais enfatizam a importância de diversos fatores, independentemente de o campo ser natural ou sintético. Veja abaixo os aspectos levantados pelo profissional:
-
Garantir a manutenção adequada e a qualidade do campo (seja sintético ou natural);
-
Monitorar continuamente as condições da superfície;
-
Implementar programas de prevenção de lesões que considerem as especificidades da área de atuação dos atletas;