Foto: Isaac Júnior / Suframa

Nesta sexta-feira (1º), a Suframa conheceu o projeto da empresa Urucum Piscicultura Ltda., que é executado no quilômetro 11 do Ramal do Janauari, entre os quilômetros sete e nove da Rodovia AM-070, que liga Manaus ao município amazonense de Manacapuru. No local, além da produção de pirarucu em grande escala, com fornecimento do produto para o mercado nacional e com previsão para internacional, também é feito o reaproveitamento de todo o resíduo líquido que é utilizado durante o processo, e quase 80% dessa água são reaproveitados dentro dos tanques circulares de ferro e cimento da empresa.

O projeto é de três anos, mas já está em fase de operação há quase dez meses, com a presença efetiva de sete profissionais. Entre eles estão o professor-doutor em Recursos Pesqueiros do curso de engenharia de pesca da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Esner Magalhães, que também é CEO da Startup Gigas Baby e idealizador da plataforma Gigasus o Aquicultura Inteligente em parceria com o Instituto Creathus; o sócio-proprietário da empresa, Fernando Hayek Carrijo; e o presidente do Instituto Creathus, André Dias de Lima Machado.

“De certa forma, se isso rodar no molde que a gente espera, a gente pode estar impactando, direta e indiretamente, mais de 300 pessoas”, sugeriu Esner Magalhães. De acordo com ele, atualmente o projeto está com uma capacidade de produzir em torno de quatro toneladas do pescado por tanque, num total de 20 tanques distribuídos, podendo alcançar em breve. 80 toneladas/ano.

A visita finalizou a agenda da comitiva da Suframa às regiões de Manacapuru e Iranduba-AM, que começou com uma visita ao Complexo Turístico Paraíso D’Ângelo para conhecer o projeto “Inovação na Piscicultura do Pirarucu”; passou pelo local onde funcionará o futuro parque tecnológico da cidade e chegou até a cerimônia de lançamento da “Política Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Manacapuru-AM, realizada na região central do município.

“A presença da nossa comitiva aqui no Ramal do Janauari foi para conhecer mais sobre o projeto, que também é relevante quando falamos em novos investimentos e perspectivas de desenvolvimento. Estamos satisfeitos com o que vimos e, além de prestar total apoio ao projeto, vamos voltar quantas vezes forem necessárias para acompanhar o seu crescimento”, disse o superintendente Bosco Saraiva.

Divisor de águas

Para Esner Magalhães, receber a Suframa foi muito significativo porque, segundo ele, o empreendimento no local nasceu a partir de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), atrelados, não só ao conhecimento da academia, da universidade, mas também ao que os institutos oferecem.

“A Suframa é um divisor de águas dentro desse processo, para entender na prática, em loco, o que é realmente aquilo que elas estão fomentando em relação a recursos financeiros”, ressaltou.

Recursos

Mesmo focados em produzir em grande escala, o projeto da Urucum ainda esbarra na falta de recursos. A ideia da empresa é que, com a aplicação de recursos advindos da Lei de Informática, aumente o investimento em tecnologia e, consequentemente, cresça também a geração de trabalho e renda para as comunidades no entorno e toda a Amazônia.

“Isso se dá principalmente porque a política ambiental do nosso Estado é uma política ambiental voltada à preservação e conservação, o que é louvável. Hoje a gente está desenvolvendo modelos de produção em pequenas áreas, principalmente reaproveitando áreas degradadas, com o advento da tecnologia”, finalizou o professor-doutor.