Nicolás Maduro, durante comício em Caracas - Foto: Juan Barreto / AFP

Nicolás Maduro, questionou em comício na noite desta terça-feira (23), no estado de Aragua, os sistemas eleitorais do Brasil, dos Estados Unidos e da Colômbia. Ele afirmou, sem provas, que as eleições nos países não são auditadas.

Maduro também disse que a Venezuela tem “o melhor sistema eleitoral do mundo”. Segundo ele, são feitas 16 auditorias, sendo uma em tempo real de 54% das urnas.

“Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é auditável? No Brasil? Não auditam nenhuma ata. Na Colômbia? Não auditam nenhuma ata”, declarou o ditador a seus simpatizantes.

O ataque ocorreu um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que está assustado com declarações do venezuelano sobre um “banho de sangue” caso ele seja derrotado nas eleições, marcadas para este domingo (28).

O pleito é visto com especial atenção na região porque pode representar o fim de dez anos do regime de Maduro e também do chavismo, há 25 anos no poder na Venezuela desde a ascensão, em 1999, de Hugo Chávez (1954-2013). Levantamentos mais recentes feitos pela empresa Consultores 21 e pelo Instituto Delphos indicam que o diplomata Edmundo González, candidato da oposição, tem 60% da preferência, ante uma média de 25% a 28% para Maduro.

“Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, rebateu Maduro, sem mencionar Lula. “Na Venezuela vai triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”.

No Brasil, o boletim de urna é um comprovante impresso emitido pela urna ao final da votação, com um resumo do que foi registrado. Ele permite que as pessoas (e partidos) confiram o resultado imediatamente após a eleição e também possibilita auditar que tanto a transmissão quanto a totalização dos votos ocorreram corretamente.

O documento é impresso obrigatoriamente em cinco vias, assinadas pelo presidente da seção e por fiscais dos partidos presentes. Depois disso, uma via é colocada na porta da seção, três são colocadas na ata e enviadas para o respectivo cartório eleitoral, e a última é entregue aos fiscais dos partidos.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela convidou organizações sociais brasileiras simpáticas ao chavismo para acompanhar as eleições.

Também fez um convite ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para organizar uma missão de organização, limitada a dois técnicos. O tribunal recusou em um primeiro momento, mas semanas depois decidiu enviar dois representantes para acompanhar o pleito.

Lula afirmou na segunda-feira (22) que Celso Amorim, seu assessor especial para assuntos internacionais, viajará à Venezuela para acompanhar as eleições presidenciais.

*Com informações de Folha de São Paulo