O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da abertura do 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes - Foto: Divulgação / Ricardo Stuckert / PR
O presidente Lula (PT) decidiu cancelar a ida a Fernando de Noronha no próximo fim de semana para ir à cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e discutir a crise na Venezuela.
O chanceler Mauro Vieira colocou a reunião como um “apoio e solidariedade regional à Venezuela”. “Tendo em vista o que o presidente repetidamente já disse — e é a posição da nossa política externa — de que a América Latina, sobretudo a América do Sul, é uma região de paz e cooperação”, pontuou, em entrevista hoje, em Belém.
Este deverá ser o principal assunto do encontro. O deslocamento sem precedentes de forças militares por parte dos Estados Unidos gerou um problema institucional não só com o regime venezuelano de Nicolás Maduro quanto com a Colômbia de Gustavo Petro, acusado, sem provas, por Donald Trump de estar envolvido com o narcotráfico.
Lula quer ser um mediador. O presidente se afastou de Maduro, mas tem rejeitado qualquer investida armada dos EUA na região — e diz ter avisado isso a Trump na conversa entre ambos. Recentemente, o Brasil declarou que os navios norte-americanos no Caribe não violam o tratado nuclear.
Segundo o chanceler, essa postura não atrapalha nas conversas com o país sobre tarifaço. “As negociações continuam, seguem, tem havido reuniões virtuais de equipes técnicas e continuará acontecendo”, disse. Ele deverá ter uma nova reunião na semana que vem, no Canadá, em meio à cúpula do G7.
A escalada da tensão entre o vizinho e os Estados Unidos tem preocupado o governo brasileiro. Em outubro, Donald Trump iniciou um deslocamento de navios para a costa venezuelana e outros pontos do Caribe, sob o argumento de combater cartéis do tráfico de drogas, mas agora já admite querer derrubar o regime de Maduro.
Sua fala deverá criticar qualquer investida armada. Lula tem reiterado que a solução tem de sair pelo diálogo, embora, em reserva, o Itamaraty admita que isso é uma forma, também, de evitar entrar em rusgas com os países ou de “não tomar lado”.
Em meio à COP30, Lula pretendia ir a Fernando de Noronha para acompanhar um projeto de descarbonização. Com incentivo do governo federal, o arquipélago tem promovido o projeto Noronha Verde, com estímulo à energia solar. O plano é transformar a ilha em uma espécie de incubadora para desenvolvimento sustável.
O presidente vai direto de Belém. A cúpula de chefes de Estado, que precede a COP30, começa amanhã e durará dois dias. Ele vai direto para Bogotá (9) no final de semana, de onde vai para Santa Maria, local da Celac. Ele volta ao Pará na segunda (10) para a abertura da COP.
O deputado estadual Roberto Cidade (UB), presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), comandou a sessão plenária que aprovou, nesta quarta-feira (5/11), o conjunto...