O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (14), que haverá reciprocidade caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha taxas à importação de produtos brasileiros.
“Eu ouvi dizer que vai taxar o aço brasileiro. Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar na Organização Mundial do Comércio (OMC) ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles”, disse Lula em entrevista à rádio Clube do Pará.
“Nós queremos paz, não queremos guerra. Agora, se tiver alguma atitude com o Brasil, haverá reciprocidade. Não tem dúvida”, declarou ainda Lula.
O presidente brasileiro também afirmou que “não tem relacionamento” entre ele e Trump. “Ainda não conversei com ele e ele não conversou comigo. Relacionamento é entre estado brasileiro e estado americano”. Lula também afirmou que espera que “os Estados Unidos reconheçam o Brasil como um país muito importante”.
“O que eu estou preocupado é que os Estados Unidos, depois da Segunda Guerra Mundial, viraram uma espécie de patrono da democracia no mundo, de xerife do planeta Terra. Eles se colocaram nessa posição, de defensor da democracia. Agora, os discursos não são mais esses. Agora, estão defendendo o protecionismo. É ‘os Estados Unidos para os americanos’, é ‘tudo para os americanos'”, disse Lula.
Os Estados Unidos são um mercado essencial para o setor siderúrgico brasileiro. O país é destino de 48% das exportações de aço do Brasil e 16% das de alumínio, totalizando US$ 5,7 bilhões em vendas em 2024. A reimposição das tarifas pode impactar diretamente as siderúrgicas brasileiras, além de reacender disputas comerciais entre os dois países.
Tarifas impostas por Trump
Na última segunda-feira, 10, Trump, anunciou, como prometido, um aumento significativo nas tarifas sobre importações de aço e alumínio, retomando taxas que tinham sido flexibilizadas para grandes fornecedores como Canadá, México e Brasil.
A decisão, formalizada por meio de proclamações assinadas por Trump, amplia as tarifas sobre o alumínio de 10% para 25% e reimpõe a taxa de 25% sobre o aço, eliminando isenções e cotas que permitiam a entrada de milhões de toneladas desses produtos sem taxas.
A medida faz parte da estratégia de Trump para proteger a indústria siderúrgica e metalúrgica norte-americana, dentro do escopo das tarifas de segurança nacional da Seção 232, implementadas originalmente em 2018.
Além do aumento nas tarifas, Trump determinou a criação de um novo padrão para importação de aço e alumínio na América do Norte. Agora, o aço importado deve ser “fundido e vertido” e o alumínio “fundido e moldado” na região, o que deve restringir a entrada de produtos minimamente processados da China nos EUA. A medida também atinge produtos derivados que utilizam aço importado.
O conselheiro comercial de Trump, Peter Navarro, justificou a decisão afirmando que ela beneficiará a produção nacional e reforçará a segurança econômica dos EUA. “As novas tarifas acabarão com o dumping estrangeiro, impulsionarão a produção doméstica e garantirão que as indústrias de aço e alumínio continuem sendo a espinha dorsal da nossa economia e segurança nacional”, declarou.
As mudanças climáticas, que já provocam consequências em setores diversos da sociedade, também vão transformar empregos e profissões.
No Brasil, pesquisadores apontam que, nos próximos...