O Presidente Lula (PT) em evento na base naval de Itaguaí (RJ), com o presidente francês, Emmanuel Macron - Foto: Pablo Porciuncula / AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “grave” o veto da Venezuela à candidatura da opositora Corina Yoris e afirmou que não há justificativa política ou jurídica para se proibir um adversário de disputar eleições.

A declaração, feita em encontro com jornalistas no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (28), reforça as críticas feitas pelo Itamaraty nesse mesmo sentido dois dias antes.

“É grave que uma candidata não tenha podido ser registrada. Ela não foi proibida [de disputar] pela Justiça”, disse. Yoris foi indicada para a disputa pela principal líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, inabilitada a concorrer a cargos públicos por 15 anos.

O petista ainda fez uma comparação com sua situação em 2018, quando, preso no âmbito da Lava Jato, foi proibido de concorrer por decisão da Justiça Eleitoral —mas pôde designar Fernando Haddad como seu candidato.

O comentário de Lula sobre o tema se deu após seu encontro bilateral com o presidente francês, Emmanuel Macron. Os dois chefes do Executivo assinaram acordos de cooperação.

Depois, eles seguiriam para o Itamaraty, onde um almoço em homenagem ao francês estava programado. À tarde, Macron teria um encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e encerraria sua visita ao Brasil.

Este é o terceiro dia do líder no país, que também esteve em Belém (PA), Itaguaí (RJ) e São Paulo (SP). Lula acompanhou-o nas duas primeiras cidades.

No Pará, Lula e Macron anunciaram um plano de investimentos em bioeconomia para a Amazônia. A iniciativa pretende alavancar 1 bilhão de euros (cerca de R$ 5,3 bilhões) em recursos públicos e privados nos próximos quatro anos. O montante deve ser voltado tanto para a floresta amazônica em território brasileiro quanto para a parte dela localizada na Guiana Francesa, território do país europeu.

No Pará, Lula e Macron anunciaram um plano de investimentos em bioeconomia para a amazônia. A iniciativa pretende alavancar € 1 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões) em recursos públicos e privados nos próximos quatro anos. O montante deve ser voltado tanto para a floresta amazônica em território brasileiro quanto para aquela que está na Guiana Francesa (território do país europeu).

Em Itaguaí, os dois presidentes defenderam a ampliação da cooperação militar entre seus países para que, juntos, atuem na manutenção da paz mundial.

Em São Paulo, Macron teve uma agenda extensa. Fez um discurso em um fórum econômico organizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e seguiu para o campus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital, onde participou da cerimônia de inauguração da unidade do Institut Pasteur de São Paulo.

Em seguida, o presidente da França foi ao Lycée Pasteur, na Vila Mariana, onde houve uma recepção para a comunidade francesa com chefs de cozinha renomados. No mesmo local, Macron participou de um coquetel com estudantes e jornalistas de seu país.

Mais tarde, participou de um jantar misterioso, restrito a convidados, no hotel Rosewood, um dos mais luxuosos da cidade, no bairro da Bela Vista, na região do centro.

A viagem de Macron marca o principal capítulo de uma aliança política pensada pelos dois chefes do Executivo como uma espécie de ponte entre os países ricos e os emergentes —parceria esta que começou a ser construída antes de mesmo de o petista iniciar seu terceiro mandato.

*Com informações de Folha de São Paulo