Presidente Lula participa do velório de Francisco, no Vaticano - Foto: Ricardo Stuckert / Divulgação PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou no início da tarde desta sexta-feira (25) em Roma e cumpriu sua única agenda oficial do dia em cerca de meia hora, uma breve visita ao velório do papa Francisco. O Vaticano viabilizou a visita da delegação de alguns países em uma espécie de circuito VIP, que permitia minutos ao lado do caixão, em distância bem mais próxima do que a concedida ao público em geral.

Também prestaram as últimas homenagens ao pontífice autoridades como o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro da Hungria, o populista Viktor Orbán.

Lula lidera uma comitiva de 18 pessoas na capital romana, composta pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, os presidentes de STF, Câmara e Senado, ministros e um grupo de parlamentares. Todos acompanharam o presidente na breve visita à Basílica de São Pedro. A ex-presidente Dilma Rousseff, que está em Roma na qualidade de presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco do Brics, aderiu ao grupo.

No portão principal da embaixada brasileira, que está embalada para uma reforma da fachada com um painel publicitário da grife Prada, dezenas de brasileiros aguardavam a saída do presidente junto com os jornalistas.

Luís Roberto Barroso, presidente do STF, um dos poucos a se arriscar pela rua, foi aplaudido pelo grupo. Pouco depois, um coro gritando “sem anistia” foi puxado, em referência à ofensiva em gestação no Congresso para perdoar os condenados pelo ataque às sedes dos Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

Lula frustrou os apoiadores, porém, ao deixar o prédio sem ser percebido entre os diversos veículos da comitiva. Na volta, a chegada de seu carro, destacada por seguranças que o acompanhavam a pé, foi enfim festejada, mas de novo o presidente e Janja não puderam ser vistos através dos vidros escurecidos.

A assessoria de imprensa da Presidência chegou a marcar um encontro de Lula com jornalistas na embaixada, mas a reunião acabou cancelada. Não houve explicação oficial para o cancelamento, mas assessores chegaram a dizer que a viagem havia sido cansativa. Também segundo assessores, o presidente não tinha nenhum compromisso oficial em sua agenda, salvo eventuais reuniões com o pessoal da representação.

Lula e Janja estão hospedados na embaixada. Outros integrantes da comitiva estão espalhados por Roma, que vive um fim de semana de hotéis, restaurantes, bares e ruas lotados por peregrinos do Jubileu, evento católico que ocorre a cada 25 anos, além de turistas e fiéis que vieram a Roma exclusivamente para o enterro.

Neste sábado (25), durante a missa do funeral, apenas Lula, Janja, Barroso e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta, terão assento no espaço das autoridades, instalado à frente da basílica. O restante da comitiva deve acompanhar o evento de outros setores.

Papa Francisco – Foto: Getty Images

Lula embarca para o Brasil logo após o término da missa, sem nem sequer voltar para a embaixada, que fica a cerca de 1,5 km do Vaticano.

O tamanho da delegação brasileira destoou da de outros países. O francês Emmanuel Macron, por exemplo, despediu-se do papa nesta sexta acompanhado apenas da primeira-dama, Brigitte.

Pelo menos 130 delegações, incluindo 50 chefes de Estado e dez monarcas em exercício, já confirmaram presença na cerimônia, de acordo com o Vaticano. Entre os líderes que deverão comparecer estão os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Volodimir Zelenski, da Ucrânia, e o primeiro-ministro Keir Starmer, do Reino Unido.

O presidente argentino, Javier Milei, também chegou a Roma nesta sexta, mas não foi ao velório, segundo o jornal Clarín. Ele deverá comparecer ao funeral neste sábado acompanhado de sua irmã Karina Milei, a secretária-geral da Presidência.

*Com informações de Folha de São Paulo