O presidente Lula (PT) durante reunião do Consea no Palácio do Planalto - Foto: Evaristo Sá / AFP

O presidente Lula (PT) recebeu hoje lideranças sindicais, movimentos sociais e representantes religiosos para um encontro “informal” na Granja do Torto, em Brasília.

O objetivo do encontro foi ouvir os segmentos de diferentes áreas que apoiam o governo. Além de ministros, participaram representantes de petroleiros a integrantes do MST, de religiosos a agricultores.

Lula vem tentando entender — e reverter — o movimento de queda de popularidade do governo. Ele tem se questionado como isso tem ocorrido frente à melhoria dos indicadores econômicos e feito um diagnóstico ligado à comunicação: os feitos do governo não chegam ao povo.

O encontro foi uma solicitação dos movimentos, com articulação do ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral). “Foi uma conversa muito boa, de diagnóstico do país, de sugestões, das pautas que eles militam”, disse o ministro.

“Lula ficou feliz com a reunião e ouviu as sugestões com paciência”, disse o petista à imprensa, após o encontro. Segundo ele, o objetivo é que haja reuniões periódicas “com diversos movimentos que tenham representação nacional”.

Embora o governo diga que já estava programada, a reunião ganhou contornos de emergência por causa da crise na Petrobras. O presidente da petrolífera, Jean Paul Prates, está sofrendo mais uma fritura à medida que o racha com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ficou escancarado.

Macêdo negou que a possível troca de comando tenha sido tratada no encontro, que teve participação da FUP (Federação Única dos Petroleiros). Segundo ele, o tema Petrobras se restringiu a pensar em opções sustentáveis para a empresa.

Representantes de grupos evangélicos e católicos, incluindo a CNBB (Conferência Nacional de Bispos do Brasil), também participaram do encontro. “Houve muito uma discussão acerca da necessidade de ter políticas públicas que possam alcançar a comunidade evangélica, católica, sobretudo as mães preocupadas com seus filhos, vítimas de violência nas periferias das grandes cidades”, afirmou Macêdo.

O segmento cristão é onde o governo é mais mal avaliado e com quem Lula mostra uma preocupação constante de aproximação. Dentro do governo, há um debate de quanto esta aproximação seria efetiva — sob argumento de que, por causa das pautas de costume, seria uma “guerra perdida” —, mas o presidente tem insistido que é preciso “trazer” estes grupos.

Após as falas, o grupo se reúne para um almoço com o presidente. Estão presentes ainda o ministro Paulo Pimenta (Secom), a presidente petista Gleisi Hoffmann e lideranças do MST, CUT (Central Única dos Trabalhadores), e Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura).

Crise na Petrobras

Prates sofre a segunda fritura em menos de 20 dias. Com a demissão avaliada por Lula, a rixa com o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) tornou-se pública e resvalou em todo o governo, que já passou a sofrer pressão por mudanças em outras pastas.

Interlocutores dizem não ver reforma ministerial, mas consideram a saída de Prates como provável. O problema, é que Lula ainda não achou um nome que o agrade em todos os aspectos —e há uma briga grande no governo para indicar o sucessor.

*Com informações de Uol