(Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cogitou assinar uma portaria nas primeiras horas do dia 1º de janeiro, dia de sua posse, autorizando a entrada no Brasil do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Como a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, revelou, desde o início de dezembro, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) vem negociando com o governo de Jair Bolsonaro (PL) uma alternativa para autorizar a vinda do chefe de Estado da Venezuela, mas sem sucesso.

Lula foi desaconselhado a tomar a medida pelo alto custo político e simbólico de ter essa portaria como a sua primeira medida de governo. Haveria também implicações logísticas para garantir a chegada de Maduro a tempo da posse em Brasília, que ocorre na parte da tarde.

Auxiliares do gabinete de transição também foram consultados sobre a viabilidade de acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar autorizar a entrada do venezuelano, mas essa hipótese foi descartada.

Em 2019, Bolsonaro editou portaria proibindo a entrada de autoridades de alto escalão da Venezuela no Brasil. O presidente reconheceu Juan Guaidó, líder da oposição venezuelana, como chefe de Estado legítimo do país vizinho.

Vice-presidente eleito e coordenador do governo de transição, Alckmin telefonou para representantes do governo Bolsonaro em 9 de dezembro para pedir a revogação da portaria, mas a resposta foi negativa.

*Com Folhapress