Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante chegada a Tóquio, no Aeroporto Haneda, no Japão (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao Japão nesta segunda-feira (24) — noite deste domingo (23), no horário de Brasília —, acompanhado dos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Os ex-presidentes das Casas, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado, e Arthur Lira (PP-AL), da Câmara, também integram a comitiva, além de outros parlamentares e ministros.
A viagem foi planejada para ampliar parcerias comerciais na Ásia. A equipe de Lula considera estratégico diversificar as correntes de negócios e sinalizar equilíbrio na guerra comercial travada atualmente entre chineses e americanos — os dois maiores parceiros comerciais do Brasil.
Lula tem dado demonstrações de que pretende continuar a investir em uma relação próxima com Motta e Alcolumbre. Especialmente, considerando que são eles os responsáveis por definir as pautas da Câmara, Senado e Congresso pelos próximos dois anos.
O petista deve aproveitar a viagem para discutir com Motta e Alcolumbre os temas que são prioridade para o governo no Congresso. Lula tem tentado se fortalecer junto ao Legislativo para aprovar pautas que ajudem a reverter a atual crise de popularidade do governo.
Nessa semana, o presidente enviou ao Congresso o projeto de lei que prevê isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, além de um desconto parcial para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil mensais.
O governo também lançou, na sexta-feira (22), a medida provisória (MP) que cria linha de crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada do setor privado. Até este domingo, cidadãos simularam quase 36 milhões de pedidos de crédito na plataforma.
A MP tem efeito de lei assim que publicada no “Diário Oficial da União” (DOU), mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para continuar valendo.
Veja integrantes da comitiva presidencial ao Japão:
• Hugo Motta (Republicanos-PB); presidente da Câmara dos Deputados;
• Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado;
• Arthur Lira (PP-AL), deputado federal e ex-presidente da Câmara;
• Rodrigo Pacheco (PSD-MG), senador e ex-presidente do Senado;
• Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia;
• Camilo Santana, ministro da Educação;
• Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores;
• Marina Silva, ministra do Meio Ambiente;
• Luiz Marinho, ministro do Trabalho;
• Renan Filho, ministro dos Transportes;
• Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos;
• Juscelino Filho, ministro das Comunicações;
• Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia;
• Waldez Góes, ministro do Desenvolvimento Regional;
• Carlos Favaro, ministro da Agricultura e Pecuária;
• Dr Luizinho (PP-RJ), deputado federal;
• Pedro Lucas (União-MA), deputado federal;
• Renildo Calheiros (PCdoB-PE), deputado federal.
Roteiro na Ásia
A primeira parada de Lula neste giro pela Ásia será em Tóquio, capital japonesa, onde a comitiva ficará de segunda-feira (24) a quinta (27). Um dos principais temas será a tentativa de abrir o mercado japonês para carne bovina do Brasil.
No Japão, Lula será recebido para uma visita de “primeira categoria”, a mais alta da diplomacia local. Apenas uma visita deste tipo – que prevê inclusive uma audiência com o imperador Naruhito – é realizada por ano. O encontro está previsto para terça-feira (25).
A comitiva presidencial deve deixar Tóquio na quinta-feira (27) e seguir para Hanói, capital vietnamita. No dia seguinte, estão previstos encontros com o presidente do Vietnã, Luong Cuong, e o primeiro-ministro do país, Pham Minh Chinh.
Auxiliares de Lula entendem que o Vietnã, por ser uma economia emergente, tem condições de ampliar a corrente comercial com o Brasil.
Segundo o Itamaraty, Brasil e Vietnã registraram em 2024 intercâmbio comercial de US$ 7,7 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 415 milhões.
“O Vietnã consolidou-se como o quinto destino global das exportações do agronegócio brasileiro e se destaca como um dos principais produtores mundiais de café, arroz e produtos eletrônicos, setores nos quais há potencial para ampliar a cooperação bilateral”, registra o Itamaraty.
Os dois países pretendem estabelecer uma parceria de nível “estratégica”, definida para ampliar a cooperação e o fluxo comercial.
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