Kamala Harris e seu adversário, Donald Trump - Foto: Brendan Smialowski e Andrew Caballero-Reynolds / AFP

A candidata à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, Kamala Harris, ampliou a sua vantagem numérica sobre o republicano Donald Trump ao atingir 45% das intenções de voto contra 41% do seu adversário, afirma pesquisa Reuters/Ipsos publicada nesta quinta-feira (29).

A diferença de quatro pontos sugere um avanço de Kamala diante do levantamento realizado no fim de julho, quando ela aparecia com só um ponto acima de Trump (43% a 42%). No entanto, ainda há empate técnico, no limite da margem de erro de dois pontos percentuais.

A sondagem, conduzida por oito dias e finalizada nesta quarta-feira (28), foi realizada nacionalmente e reuniu respostas de 4.253 adultos dos EUA, incluindo 3.562 eleitores registrados. É a primeira Reuters/Ipsos a ser divulgada após a convenção democrata, encerrada há uma semana e que oficializou a candidatura de Kamala. Agora, ela e Trump disputam com o mesmo status de candidatos oficiais de seus partidos.

O levantamento mostra que o apoio de mulheres e latinos foi importante para Kamala. Nesses dois grupos, ela está à frente do rival republicano por 49% a 36%. Nos levantamentos Reuters/Ipsos realizados em julho, a democrata tinha uma liderança de nove pontos entre mulheres e de seis pontos entre latinos.

Já Trump aparece à frente entre eleitores brancos e homens, ambos por margens semelhantes às de julho. Sua liderança entre aqueles sem diploma universitário, porém, diminuiu para 7 pontos na última pesquisa, ante 14 em julho.

Os resultados ilustram como a corrida presidencial dos EUA mudou nos últimos meses. O presidente Joe Biden, 81, desistiu da disputa em 21 de julho, após um desempenho desastroso em debate contra Trump manchar sua campanha. Ele teve de lidar com semanas de apelos para abandonar a candidatura à reeleição, em grande parte de seus próprios colegas de partido.

Desde então, Kamala avançou contra Trump em pesquisas nacionais e em estados-pêndulo —aqueles que não são solidamente democratas ou republicanos e, portanto, recebem mais atenção dos candidatos, uma vez que a eleição para presidente no país é indireta.

No pleito americano, o postulante se elege caso consiga ao menos 270 dos 538 delegados do Colégio Eleitoral, que estão divididos proporcionalmente. Quem vence no estado faz as indicações e, então, recebe os votos de todos os delegados daquele local.

Nos sete estados onde a eleição de 2020 foi mais acirrada —Wisconsin, Pensilvânia, Geórgia, Arizona, Carolina do Norte, Michigan e Nevada— Trump surgia à frente de Kamala por 45% a 43% entre os eleitores registrados na pesquisa.

Desde que aceitou formalmente a indicação democrata na semana passada, Kamala embarcou em uma turnê por esses estados-chave —incluindo a Geórgia, onde Biden vinha perdendo apoio antes de encerrar sua campanha.

Os números mostram que a entrada de Kamala na corrida entusiasmou os democratas. Quase 75% dos eleitores do partido na pesquisa disseram estar mais animados para votar depois que a vice-presidente se tornou a candidata.

Outros dados corroboram essa análise. Em março, uma pesquisa Reuters/Ipsos mostrou que 61% dos entrevistados que pretendiam votar em Biden estavam fazendo isso principalmente para impedir Trump; já no último levantamento, 52% dos eleitores de Kamala diziam votar nela para apoiá-la como candidata, não apenas para se opor ao republicano.

Os eleitores de Trump, por sua vez, também expressaram entusiasmo por seu candidato —64% dizem que sua escolha era mais motivada por apoiá-lo do que para barrar Kamala.

*Com informações de Folha de São Paulo