Ministra Marina Silva e o secretário americano John Kerry em coletiva para anunciar avanço na cooperação Brasil e EUA em favor da Amazônia (Foto: Evaristo Sa / AFP)

Secretário de Biden disse que a Amazônia é teste para humanidade e o Brasil está na ‘linha de frente’

Acompanhado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o enviado especial do presidente dos Estados Unidos para assuntos do clima, John Kerry, confirmou que o país colaborará com o Fundo Amazônia. A quantia ainda está em aberto, mas o secretário de Biden propôs o montante de US$ 9 bilhões, que precisa ser liberado pelo Congresso americano. A comunicação foi feita na tarde de hoje (28), após dois dias de visitas e reuniões de Kerry a ministros do governo Lula. Pela manhã, Kerry esteve reunido com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

O secretário reconheceu a importância do Fundo Amazônia, por se tratar de um mecanismo de pagamento robusto, transparente, e reiterou a intenção de trabalhar com o Congresso dos Estados Unidos como componente de parceria bilateral. “Estamos trabalhando com uma legislação que está agora no Congresso [dos EUA] de US$ 4,5 bilhões, mas estamos pensando em US$ 9 bilhões. Teremos uma luta para que seja aprovado. Então, também estamos trabalhando com pontos de desenvolvimento multilaterais e suas reformas”, disse Kerry à imprensa, no Ministério do Meio Ambiente. “Existe muita compreensão de que isso é urgente”.

Kerry afirmou que pretende retornar ao Brasil em abril para uma visita à Floresta Amazônica e salientou que é notório o comprometimento do governo Lula com a questão ambiental. Nesse sentido, agradeceu à recepção e conversa com a ministra Marina. “Eu particularmente estou animado com as perspectivas que Marina Silva me sugeriu”, declarou.

A ministra Marina Silva destacou a importância da colaboração dos Estados Unidos. “Os Estados Unidos têm um mecanismo muito particular de cooperação. Fazer isso no âmbito do Fundo Amazônia é um ganho muito grande. O que nós tratamos é que o governo [americano] vai buscar viabilizar esses recursos, mas isso passa pela aprovação do congresso americano. De onde virá essa fonte é uma escolha que eles farão internamente”, explicou a ministra.

Sobre o retorno do secretário ao Brasil no mês de abril, Marina disse que os detalhes ainda serão acertados com membros do Executivo. “O secretário manifestou o desejo de voltar ao Brasil para fazer uma visita à Amazônia. É uma discussão que ainda será feita de qual é o estado, qual é o projeto. É uma visita após um intenso processo de trabalho”, detalhou.

Segundo a ministra, o trabalho deve avançar consideravelmente até abril, uma vez que ocorrerá a reunião do G20. Na ocasião, o secretário e a ministra anunciaram, ainda, que o grupo de trabalho dos EUA com o Brasil terá vigência justamente até abril de 2023, por ocasião da reunião.

Com informações do Correio Braziliense