Um homem corre entre os escombros de edifícios destruídos após uma operação israelense no campo de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza - Foto: Eyad Baba / AFP

As forças de Israel resgataram quatro reféns vivos de dois locais diferentes durante operação em Nuseirat, na área central da Faixa de Gaza, neste sábado (8). Moradores locais relataram que, na mesma região, houve uma série de ataques aéreos que deixou dezenas de mortes.

Os militares israelenses haviam indicado horas antes que estavam realizando operações contra “infraestruturas terroristas na zona de Nuseirat”, ao norte da cidade de Deir al Balah.

Os quatro reféns resgatados, três homens e uma mulher, haviam sido sequestrados pelo grupo terrorista Hamas em um festival de música no sul de Israel em 7 de outubro. Segundo os militares israelenses, os quatro resgatados foram levados ao hospital para exames médicos e estavam com boa saúde.

Eles foram identificados como Noa Argamani, 25, Almog Meir Jan, 21, Andrey Kozlov, 27, e Shlomi Ziv, 40.

Um vídeo de Argamani reunida com seu pai mostra os dois sorrindo e se abraçando. Ela foi sequestrada com seu namorado, Avinatan Or, do festival Supernova na manhã de 7 de outubro. Acredita-se que ele ainda permaneça em cativeiro.

Em outra imagem, Argamani recebe uma ligação do presidente israelense, Isaac Herzog. “Estou tão feliz por estar aqui. Obrigado por tudo, obrigado por este momento”, disse uma sorridente Argamani, sentada com seu pai em um quarto de hospital.

Em outro vídeo, ela também fala ao telefone com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, Argamani disse: “Estou muito emocionada. Não ouço hebraico há tanto tempo.”

De acordo com o The Washington Post, sua mãe, que tem câncer em estágio 4 e apelou ao Hamas para que libertasse sua filha como um último desejo. Argamani se tornou um dos rostos da crise de reféns quando imagens de seu sequestro por dois homens em uma moto surgiram online. Nas imagens, uma angustiada Argamani grita: “Não me matem!”

Os quatro reféns do Hamas resgatados com vida na Faixa de Gaza: no alto, Noa Argamani, 25, e Almog Meir Jan, 21; embaixo, Andrey Kozlov, 27, e Shlomi Ziv, 40 – Foto: Reprodução / @IDF no X

Netanyahu disse no sábado que Israel não cede ao terrorismo e que está operando “de forma criativa e corajosa” para trazer para casa os reféns detidos pelo Hamas em Gaza, segundo The Guardian.

“Estamos comprometidos em fazer isso também no futuro. Não desistiremos até completarmos a missão e devolvermos para casa todos os reféns – tanto os vivos como os mortos”, disse Netanyahu.

O jornal The Times of Israel divulgou uma pequena biografia de cada um dos quatro reféns soltos neste sábado em operação militar especial no centro de Gaza.

Almog Meir Jan, 21, havia sido liberado do serviço militar três meses antes de ser capturado. Ele também foi levado da festa. Andrey Kozlov, 27, estava trabalhando como segurança na rave quando foi capturado. Shlomi Ziv, 40, também estava trabalhando como parte da equipe de segurança na festa no deserto; estava acompanhando de um amigo e de um parente de sua esposa, ambos mortos pelo Hamas.

O porta-voz militar de Israel Daniel Hagari disse que a operação de resgate foi realizada sob fogo em bairro residencial, onde ele disse que o Hamas estava escondendo reféns entre os civis de Gaza sob a guarda armada de militantes. As forças israelenses revidaram, inclusive com ataques aéreos, disse Hagari.

Nessa resposta é que teria havido dezenas de mortes, segundo o afirmação do grupo terrorista. O número incluiria uma quantidade não informada de combatentes do Hamas, além de mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde local. As informações não puderam ser verificadas de forma independente.

Um alto funcionário do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse à agência de notícias Reuters que “recuperar quatro prisioneiros após meses de combates é um sinal de fracasso e não uma conquista”.

É a terceira vez que as forças de segurança conseguem resgatar reféns com vida na Faixa de Gaza.

Após oito meses de guerra em Gaza precipitada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro, 116 dos cerca de 250 reféns sequestrados por militantes ainda estão no território palestino, de acordo com contagens israelenses —pelo menos 50 dos quais foram declarados mortos à revelia pelas autoridades.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, houve 36.801 mortes no território desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, além de 83.680 feridos.

*Com informações de Folha de São Paulo