‘Ainda Estou Aqui’ recebeu indicações para Melhor Atriz, com Fernanda Torres, Melhor Filme e Melhor Filme Internacional (Foto: Reuters)

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nesta quinta-feira (23), a lista de nomeados a 97ª edição do Oscar. E o filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, foi indicado nas categorias de Melhor Filme Internacional e Melhor Filme, o primeiro a conquistar o feito desde 1999.

Além do Oscar, o filme ainda disputa outras grandes premiações do cinema, como o BAFTA, Critics’ Choice Awards, Satellite Awards, entre outros.

A brasileira Fernanda Torres também foi indicada à categoria de Melhor Atriz, a segunda da história a conquistar o feito. Já é vencedora do Globo de Ouro da mesma categoria e compete ainda em outras premiações do cinema, como o Satellite Awards.

Em 2025, a 97ª edição do Oscar será realizada no dia 2 de março em Los Angeles (Califórnia, EUA).

‘Ainda Estou Aqui’ pode ganhar o Oscar?

A indicação do filme à premiação é, por si só, histórica.

Desde “Central do Brasil” (1998), também de Walter Salles, o Brasil não é indicado ao Oscar. Naquele ano, não só o longa era nomeado na categoria de Melhor Filme Internacional, como também Fernanda Montenegro estava na disputa pela de Melhor Atriz. A estatueta mesmo, nem Walter, nem Fernanda levaram para casa. 

Em 2025, no entanto, o Brasil tem mais chances de vencer a premiação. O filme segue em campanha ativa, com Fernanda, Selton e Walter em Los Angeles para atender a entrevistas e premieres. A produção também tem sido cotada pelas principais revistas e veículos de cultura de todo mundo, como The Hollywood Reporter, Indiewire, Variety, entre outros.

“A questão maior do Oscar é fazer o filme ser visto e votado. Acho, sim, que têm grandes chances de ser indicado na categoria de Melhor Filme Internacional, mas para Melhor Atriz dificulta, porque esse ano temos a presença de performances extraordinárias. Você trabalha. O que vier veio. Se não vier, não veio”, argumentou Fernanda Torres em entrevista exclusiva à EXAME. “O que eu não quero é que pensem que, se não formos indicados ou vencedores, o filme fracassou. Quero mesmo é que o filme seja visto — e já está sendo por gente do mundo todo. Por isso gosto tanto dos festivais: eles são mais inclusivos”.

A performance de Fernanda como Eunice Paiva no filme de Walter Salles foi também coberta de elogios desde a primeira exibição da produção em Veneza, que recebeu 10 minutos de aplausos. No início de janeiro, tornou-se a primeira brasileira na história a receber o prêmio de Melhor Atriz em Filme de Drama do Globo de Ouro.

Vingou a mãe, Fernanda Montenegro, única outra atriz nacional indicada à mesma categoria em 1999, por “Central do Brasil”, que perdeu a estatueta para Cate Blanchett (“Elizabeth”).

Em coletiva de imprensa em São Paulo, no começo de outubro, a atriz já havia dito que o fato de um filme brasileiro, falado em português, ser reconhecido e adorado fora do Brasil já é motivo o suficiente para “estourar o champanhe”. 

“Ainda Estou Aqui” é uma coprodução entre Brasil e França, o primeiro original da Globoplay, com produção da VideoFilmes, RTFeatures e MactProdutions em parceria com a ARTE France e Conspiração. A distribuição será feita também pela Sony Pictures.

A hora e a vez do Brasil

Torres e “Ainda Estou Aqui” quebram o jejum de 25 anos do Brasil indicado às duas categorias. Eles repetem a história de “Central do Brasil”, também do diretor Walter Salles, estrelado por Fernanda Montenegro, que foi indicado em 1999.

Naquele ano tanto Montenegro quanto o filme saíram do Teatro Dolby, em Los Angeles, de mãos vazias. A atriz perdeu a estatueta para Gwyneth Paltrow, por “Shakespeare Apaixonado”.

Com informações da Exame